O Papa hoje falou sobre como é horrível ser rico, como os ricos não vão pro céu, que é melhor ser pobre e coisa e tal. Quer dizer que o filho da puta pobre vai pro céu, e o rico legal não vai? Legal essa filosofia. Por essas e outras é que eu agradeço aos meus pais todos os dias por não terem me batizado.
Arquivo da categoria: a pacaaaa… vinha cantando alegremente, queim, queim..
momentos pré-viagem
Então agora o assunto vai ser Rio. A minha lista de coisas a comprar/trazer/fazer só aumenta. Aceito sugestões.
Livros a comprar
O Vendedor de Passados (José Eduardo Agualusa)
Uma Vida Entre Livros (Mindlin)
Manual Pratico do Ódio (Férrez)
Dentes Guardados (Daniel Galera)
A Louca da Casa (Rosa Monteiro)
O Amor Companheiro (com ilustras da Newlands)
Dois Irmãos (Milton Haoum)
Todas as Festas Felizes Demais (Fabio Danesi)
Update: Memórias de um Diabo de Garrafa (Alexandre Raposo)
Verissimo (não tenho nada dele, acreditam?)
Update: série Literatura ou Morte, Cia. das Letras
Que mais…
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Coisas a fazer/resolver
Manicure!!!
Ginecologista
Dentista
Itaú pra desbloquear o cartão
CREMERJ pra atualizar a minha situation
Trocar bateria dos relógios, na Cidade (programa pra fazer com Vovó)
Ver se o meu nome saiu mesmo como tradutora daquele livro médico chato pra burro
Antonio Pedro pra pegar o certificado de estágio no PS
Pedro II, idem
Levar tudo pro tradutor juramentado antes que ele morra (é um velhinho de 248 anos)
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Comidas e bizarrices a trazer
. feijão preto, feijão manteiga
. farinha de mandioca
. Catupiry
. doce de leite
. Bis
. suco de maracujá
. geléia de mocotó
. gelatina Royal
. guaraná
. pipoca de microondas (muita)
. cachaça
. adoçante em gotas
. pão de queijo
. creme de leite, leite condensado
. pão árabe
. milho verde não-doce
. sementes de couve e maracujá, mas não espalha, que é proibido
Comidas a levar
. torta al testo, piadina
. salame, capocollo, speck
. scamorza, mozzarella di bufala
. macchinetta per pasta, farina di grano duro per la pasta fatta in casa
. sughi di cacciagione
. funghi porcini
. risotti pronti
. riso per risotto
. lenticchie piccoline
. parmigiano
. olio
. vino
. vinsanto e cantucci
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Coisitchas a pegar/comprar
. pegar os ímãs de geladeira que estão na casa da Vovó
. esmalte
. brinquedos pro Leguinho, anti-pulgas e anti-carrapatos
. calcinhas e sutiãs
. roupas de ginástica
. caneca Pingù, caneca ameba
. perfumes
. pasta e escova de dentes
. shampoo e cremes
. hidratante
. sabão de côco
. coisas Avon e Natura
. CDs
. livros (haja espaço na mala)
Também preciso de um bom dermatologista pra dar uma olhada nos pés do Mirco, que são os mais feios do mundo.
cabeluda
Cansada do cabelo ruim? Não tem saco pra fazer escova ou touca? Seus problemas acabaram! Com o novo e revolucionário método de alisamento temporário pacamanca Inc. você não vai ter mais motivo pra reclamar!
Lave o cabelo normalmente. Seque normalmente com a toalha enrolada na cabeça por alguns minutos, aplique seus 1.937,48 cremes leave-in anti-frizz como de costume, e desça correndo à garagem, sempre evitando rajadas de vento, onde você deixou sua lambreta ontem à tarde. Bote logo o capacete na cabeça e vá dar uns rolés. Para obter melhores resultados, certifique-se de que toda a cabeleira esteja adequadamente dentro do ambiente capacetal.
Passadas algumas horas, volte pra casa e tire o capacete. Voilà! Seus cabelos estarão lisos como seda! A cabeça vai ficar doendo depois de horas com aquele peso (meu capacete prateado pesa 1,8 kg), mas enfim.
hm
Sabe uma coisa que eu morro de vontade de ver? A Catherine Zeta-Jones sem lápis no olho. Tem horas que eu a acho l-i-n-d-a de morrer, tem horas que ela é anos 80 demais pro meu gosto. E tem alguma coisa errada com o espaço entre o lábio superior e o nariz. A pele é ligeiramente mais escura e dependendo da luz parece que ela tem bigode.
pocotó
Eu adoro cavalo. Está no meu top três bichos preferidos, junto com o cachorro e o elefante. Gosto de ver provas de equitação na TV, e acho muito engraçado quando o cavalo empaca. Não sei se alguém aí viu, mas aqui passaram as provas do pentatlon, que aliás eu nem sabia que era disciplina olímpica, e eu me diverti. Porque os cavalos pra prova de equitação sao sorteados na hora, ou seja, o cavaleiro não tem a menor intimidade com a cavalgadura, é tipo um blind date. E quando não tem esse feeling, se o bicho não estiver com vontade de saltar, ele não salta. Não só não salta como também faz aquela cara de não quero, porra, me deixa em paz!, a mesma cara que o Legolas faz quando a gente dá a ele alguma coisa que normalmente ele adora comer, mas naquele momento não está com vontade. Ele vira a cara! Juro! Vira a cabeça de lado, faz cara de enfado, e nessas horas eu só imagino uma nuvenzinha flutuando em cima da cabeça dele escrito que porre essa gente, não tão vendo que eu não tô com vontade? É exatamente essa cara que os cavalos do pentatlon fizeram. Fiquei rindo sozinha no sofá, feito uma monga, brincando de adivinhar qual cavalo pulava e qual empacava. Ih, olha esse, todo agitadinho, correndo de lado, balançando a cabeça. Aposto que não pula. Tóim, empacava. Ih, alá, tá dando pulinhos antes da hora, arreganhando os dentes, vai empacar. Tum, empacava. Olha esse, derrubando tudo que é obstáculo, tenho certeza que daqui a pouco ele cansa dessa palhaçada e se recusa a pular. E lá vai o cavalo dar uma megafrenada no último segundo, e lá vai o cavaleiro tentar dar um pouco de dignidade ao tombo inevitável, apoiando um pé precariamente no chão.
Detalhes açougueiros, não leia se não for chegado a um sanguinho básico
Passamos da fase da dor intensa à fase do prurido insuportável. Essa noite acordei desesperada de tanta vontade de me coçar. Não há creme Nivea que dê jeito na pele toda esticada ao redor da ferida. E a cada dez passos que eu dava ou a cada cinco minutos em pé, começava a sair sangue da ferida outra vez.
Fui levar o almoço do Mirco e de mais três operários a Cannara, onde eles estão pintando a escadaria de uma fábrica de roupas, e quando voltei vi que saía sangue diluído em linfa de um furinho bem no meio da crosta. Tive uns cinco minutos de irritação e resolvi me operar.
Me armei de tesourinha, pinça e lente de aumento e fui pra minha sala de cirurgia, ou seja, a borda da banheira. Dei umas batidinhas com a pinça na crosta e ouvi um tum tum surdo, sinal de espaço vazio por baixo. Fui cortando as bordas da crosta com a tesourinha e não sentia resistência nem dor intensa, sinal que as traves de tecido conjuntivo tinham sumido, ou melhor, tinham sido reabsorvidas. Fui cortando, cortando, cortando, até que só ficou um pedacinho pequeno da crosta, bem grudado à pele. Em torno da cratera em carne viva que sobrou, muito sangue coagulado, testemunha da porrada com o pedal da semana passada. Com a lente de aumento examinei bem a ferida: carne viva sim, sangue vivo sim, muita linfa, mas felizmente nada de pus. Olha o sistema imunológico da Leticia aí gente! Seguuuuuuura leucóooooocito! Lavei com água corrente, lavei com desinfetante e nem ardeu. Sequei bem ao redor, mas não tinha a menor possibilidade de cobrir com gaze. Qualquer coisa que encoste em qualquer ponto do pé causa muita dor, porque tá tudo sensibilizado. Então pensei num velho truque que usávamos às vezes em feridas cirúrgicas na enfermaria: açúcar. Como açúcar dá cárie, hohoho, joguei um pouquinho de mel na ferida. Teoricamente os microorganismos não seguram a onda de tanta saturação, perdem líquido e puf, morrem. O mel é um conservante natural e praticamente não estraga nunca. De qualquer maneira, mal nao faz, e como o ambiente aqui na oficina é absolutamente insalubre, com uma concentração de poeira e elementos em suspensão que chega a dar nos nervos, e como eu não quero toda essa poeira nojenta grudando na minha ferida aberta, o mel pelo menos forma uma película protetora que impede o contato direto com as coisas nojentas. Agora está doendo um pouco, mas pelo menos não coça mais, a pele não está mais toda esticada e torta ao redor da ferida, e o líquido que quiser sair sai numa boa, sem ficar empacado com aquela bosta de crosta. Tá feio pra caramba e tenho medo de assustar as pessoas quando sair de casa, mas foda-se. O alívio é impressionante, a sensação de liberdade é maravilhosa. Adeus, crosta maldita.
Agora é só tomar muito cuidado com o sol, pra não ficar com o pé marcado pra sempre. E parar de saracotear, porque quanto mais eu ficar quieta no meu canto, mais rápido acaba essa chatice.
:)
Linda a partida Brasil x Itália de ontem, no vôlei masculino. Eu não sou a rainha do patriotismo mas é sempre legal ver o país da gente vencer, ainda mais depois das meninas terem perdido praquelas cubanas pra lá de escrotas. O hominho da RAI que comentava o jogo falou incrivelmente bem do Bernardinho, que segundo ele é um mito do vôlei mundial; falou muito bem do Mauricio, um levantador histórico e figura importantíssima do vôlei brasileiro e mundial; falou muito bem do Gustavo, do Anderson e dos Andrés* durante a partida. Hoje vi uma entrevista com os jogadores italianos, e eles disseram que são o único time capaz de vencer o Brasil, mas que o nosso time tem um ataque muito rápido e consequentemente difícil de defender, um ritmo de jogo alucinante, e que enquanto o nosso time for assim e o deles cometer os erros bobos que cometeu, os italianos vão perder sempre. Muito sensato, quérido.
Já o italiano asqueroso que venceu a maratona disse em entrevista que teria chegado em primeiro lugar de qualquer jeito, que correu de um modo que o brasileiro jamais o poderia alcançar, com louco ou sem louco de saias. Pode até ter sido assim, não sei, não vi a maratona, mas o ar de desdém dele quando falou essa frase me deixou nauseada.
Os italianos estão rindo à toa porque ficaram bem no quadro de medalhas, em oitavo lugar, se não me engano. Estão se achando AAAA nação esportiva. Mal sabem eles que nos próximos Jogos a China vai papar tudo e não vai sobrar nada pra ninguém.
* O que é que leva um jornalista a ser incapaz de ler um nome direito? Não espero que ele saiba que o G do Giba se fale como J e não como o som Dj italiano, não espero que ele saiba que SC tenha som de SS em vez de CH como em italiano. Mas dizer Nachimiento já é um pouco demais. Onde foi que você viu esse i, meu querido? O nome ali, escrito na tela, escrito numa folha de papel na frente dele, sem a porra do i, e o cara vai e me diz “miento”? Que ódio.
Ele fez o mesmo com a grega que ganhou a maratona feminina. A mulher se chamava Athanasia ou coisa do gênero. Ele passou a corrida INTEIRA chamando a mulher de Anastácia. Acho o fim da picada, de verdade.
meu pé direito
Isso já tá virando telenovela.
Saí de manhã direto pra casa da Arianna, pra visitar meu cachorro e pegar o número PIN do celular do Ettore, que enxerga mal e vive desligando o celular porque erra o botão, e depois pra ligar de novo precisa do PIN. Aproveitei pra colher uns pepinos, uns tomates e umas abobrinhas na horta e parti pra oficina, onde deveria dar uma ajudada no escritório, já que a secretária está de férias até semana que vem. De repente o scooter começa a cuspir e resmungar. Pensei logo na gasolina, porque desde o tombo a luzinha da gasolina fica acesa direto e por isso perco a noção da quantidade de combustível que me resta, mas era impossível que já tivesse acabado: o Mirco encheu o tanque no sábado antes de viajarmos, e essa semana eu só fui a Torgiano, que fica a 7 minutos daqui, uma vez por dia, e só. A monga aqui esqueceu de um pequeno detalhe: na segunda levei o scooter pra fazer a revisão obrigatória, e enquanto o cara faz o “diagnóstico”, fica acelerando forte uns bons 10 minutos, pelo menos. E nessa lá se foi minha gasolina. Encosto na praça de S. Maria, bem onde fica a lojinha de fruta e verdura da Rita, bem em tempo de não atrapalhar o trânsito, pois o motor morreu imediatamente. Numa última tentativa de pelo menos chegar até o posto de gasolina mais próximo, que ficava a 200 metros, desci e comecei a pisar na manivela (ou seria pedivela? Hoho) lateral, já que desde o tombo o motor não liga mais só com o botão de start. Pisei com o pé direito, lógico, porque o pedal fica no lado esquerdo do scooter e porque eu sou destra. Só que o pedal escapou e quando subiu de volta bateu com toda a força no meu pé direito. O ferido.
Vocês não podem imaginar nem remotamente a dor que eu senti. Não podem. Acho que dor de parto é pinto depois da dor de pedal de scooter arrancando só parcialmente um crosta de ferida. Uma crosta tão alta e tão espessa e que repuxava tanto a pele ao redor que eu venho acordando à noite com dor no pé há tempos. Tava tudo tão feio que hoje quando acordei estava resolvida a escrever pra Bia perguntando o que fazer com a minha crosta. Pra não falar do pesadelo que tive na noite de terça pra quarta, coisa que aliás vem se repetindo estranhamente ultimamente: sonhei com a médica loura que me atendeu na terça quando fui fazer o requerimento de consulta especialista pra alguém dar uma olhada no meu pé. No sonho ela arrancava a crosta da ferida a sangue frio, e eu urrava de dor e saía muito, muito sangue. Acordei angustiada mas não lembrava do sonho, só fui lembrar mais tarde, já na hora do jantar, sabe-se lá por quê.
Então eu fiquei lá, com o pé escorrendo sangue e uma crosta incrivelmente espessa levantada só até a metade, com um scooter sem uma gota de gasolina e um céu preto sobre a minha cabeça. Liguei pro Mirco, com quem eu tinha falado meia hora antes, e que teoricamente estava ali perto, num cliente. Ele já tava na oficina de novo mas tava vindo pra S. Maria outra vez. Fiquei lá parada feito um dois de paus, apoiada no scooter esperando a dor melhorar um pouquinho. Começou a chover. Forte. Fui me arrastando até a banca de jornal vizinha da Rita, pra me esconder debaixo do toldo. Mirco chegou, trazendo material de primeiros-socorros, mas não dava nem pra tocar no pé, em nenhuma parte dele, nem pra limpar em volta, porque a dor era insuportável. A pele tá toda sensibilizada e nem calça comprida eu consigo usar, porque a barra da calça batendo no peito do pé já é suficiente pra fazer doer o pé inteiro. Fomos pegar gasolina num posto, em garrafas de água mineral, e como a chuva logo passou, voltei pra casa. Vim a 30/h porque o vento batendo no pé me fazia ver estrelinhas de dor. Sentei na borda da banheira e com a ajuda de um espelhinho consegui olhar por baixo da crosta levantada, e vi que ela ainda estava grudada ao meu pé por duas traves de pele/tecido conjuntivo, ou seja, não dava nem pra arrancar tudo logo de uma vez. Cortei as partes livres, espalhando migalhas de casca de ferida pelo banheiro inteiro, joguei um desinfetante abundante na ferida, mordendo os dedos pra aguentar a onda de ardor, limpei a sujeirada toda de sangue, pedaços de crosta e gotas de desinfetante, e fui mancando pra cozinha.
Pior: eu tinha me programado pra fazer filé de frango na wok e legumes grelhados, um menu que requer atenção da cozinheira. Cozinhei com o pé direito apoiado sobre o joelho esquerdo, como um flamingo. Pelo menos o almoço não desandou: comemos muito bem, obrigada, e à tarde fui pra oficina ajeitar umas coisas no computador. Mirco cismou de jantar comida chinesa, mas o pior do dia ainda estava por vir: estando de dieta, abri mão dos ravioli cozidos no vapor, do arroz cantonês e do frango com amêndoas e fui de sopa aguada de frango com milho. Só.
Merda de vida.
blergh
Por que será que as jogadoras da seleção cubana de vôlei são tão, mas tão asquerosas e arrogantes? Os outros atletas cubanos não são assim, pelo menos pelo que eu andei observando. Mas essas meninas do vôlei são O-DI-O-SAS! As gerações mudam, mas parece que pra entrar na seleção cubana é pré-requisito ser detestável, porque esse nojo é uma característica do time desde que eu me entendo por gente. Conseguem irritar simplesmente TODOS os times que jogam contra elas! Jogam muitíssimo bem, per carità, mas acho que grande parte da vantagem que elas têm sobre as adversárias, principalmente as mais esquentadas como as italianas, vem do fato que a irritação que elas causam no outro time é tão desconcertante que acaba ficando difícil jogar direito. A adrenalina vence.
Que coisa feia.
Breves considerações olímpicas:
. Alguém sabe onde eu posso achar vídeos das apresentações da Daiane? Por aqui acho que não passou, e se na França passou, eu tava fazendo coisa melhor do que assistir à TV, né.
. Quanto atleta brasileiro desconhecido pra mim! Gostei daquele menino do salto do trampolim, Cesar sei lá o quê. Foi muito elogiado pelo narrador da RAI, pela sua elegância. Acho que é a primeira vez que eu vejo “brasileiro” e “elegante” juntos, e fazendo sentido. Porque, convenhamos, a Luiza Brunet é elegante, mas quando abre a boca o mundo cai sobre as nossas cabeças.
. Adoro esgrima.
. O que era aquela japonesa que quase ganhou a maratona, que correu o tempo todo abanando os bracinhos?