utah – zion e bryce canyon national parks

Saímos cedo de Vegas, graças aos céus, tomamos café tarde num Burger King de beira de estrada já no Utah, e pegamos a estrada pro Bryce Canyon. Paramos em um lugar que vendia maçãs frescas e outras frutas, além de mel, cereais e chocolates alternativos. O tempo estava estranho, nublado e ventoso, mas não frio, e atrás da casa tinha um gramado delicioso com bancos e mesas pro pessoal comer. Sentamos e detonamos vários cachos de uva, pêssegos, ameixas vermelhas, peras e maçãs. Foi praticamente o nosso almoço.

A estrada pro Bryce Canyon antes atravessa o Zion National Park, relativamente pequeno e bonito mas nenhuma Brastemp. A surpresa mesmo foi o Bryce Canyon propriamente dito, que ninguém sabia direito como era nem o que esperar, e que foi uma ótima descoberta. O lugar é um DESBUNDE, as cores são deslumbrantes, o trabalho do vento é de cair o queixo. Confiram no flickr.

Dirigimos mais uma hora e meia até Kanab, deixamos as malas no Best Western e fomos a pé comer no Houston’s, que a garota da recepção indicou. Como sempre, o serviço foi ótimo, coisa da qual vou sentir falta na Itália, onde só falta te baterem quando você entra numa loja ou restaurante (italiano gosta de bater papo mas não sabe servir, é impressionante). Abrimos o parmesão que o Mirco insistiu em trazer, e junto com as peras que o Gianni descascou virou um antipasto que até a garçonete comeu. Todo mundo comeu e gostou da carne, que logicamente é mil vezes melhor do que a européia, depois fomos dar uma volta na cidade, e vim pro computador trabalhar.

Amanhã desistimos do Grand Canyon porque é fora do caminho que temos que seguir, e estamos cansados de andar de carro. Vamos diretamente a Monument Valley, e lá o problema vai ser arrumar lugar pra dormir, porque tudo o que consultamos estava lotado. Vamos ter que fuçar as cidadezinhas em torno até achar algum buraco.

las vegas

Nao tirei nenhuma foto. Nenhuma.

Passamos o dia inteiro em pé, andando pelos cassinos e hotéis e shoppings. Compramos o novo iPod nano, tao novo que nao tem nem dock pra ele ainda, e um hi-fi compativel com ele, esse aqui. Também comprei Crocs, que sao realmente superconfortaveis, apesar de horripilantes. Deixamos os outros rodando ainda na cidade e viemos pro hotel. Mirco chapou enquanto eu fui lavar roupa e bater papo com uma familia de brasileiros que encontrei na lavanderia. Arrumei as malas pra poder enfiar as coisas novas. E agora estou aqui carregando a bateria do iPod e fingindo que trabalho.

Amanha tem Bryce Canion, e Grand Canyon também se der tempo. Se nao der, nao deu, fica pra depois de amanha.

death valley + vegas

Saímos de manhã cedo de Lone Pine porque, bem, estávamos indo a Death Valley, baby, onde já foram registradas temperaturas de 56 graus Celsius. Tipo assim.

É um lugar muito bizarro. A gente não vê nada se mexendo, mas sabe que existem animais que de alguma maneira conseguem sobreviver ali. O céu é de brigadeiro, dia e noite. O vento sopra o tempo todo, sequíssimo; respirar de boca aberta por alguns segundos te deixa com uma sede intergaláctica. As montanhas são TODAS diferentes umas das outras: tem montanha vermelha, azulada, amarela, marronzinha, bege; lisa, rachadinha, áspera, superáspera. Uma coisa estranhíssima. Tudo isso cortado por estradas que inicialmente fazem algumas curvas, mas depois viram retões infinitos que testam a capacidade de qualquer carro. Quarenta graus às dez da manhã. O sol só faltava fazer bolhinhas de ebulição na nossa pele (eu fui otária e tive que confiar só no filtro solar 60 em vez da bata fininha branca que eu deveria ter usado) e quase dava pra ouvir os melanócitos gritando uhuuuuu e jogando melanina pra fora. Lá pra hora do almoço tava todo mundo passando mal de calor – e isso porque só saíamos do carro pra tirar fotos – e saímos correndo. Conforme a gente ia subindo, porque o parque fica numa depressão (o ponto mais baixo do hemisfério ocidental é ali, em Badwater), a temperatura ia baixando notavelmente.

Paramos pra comer uma pizza em Pahrump (don’t ask), já no estado de Nevada, e chegamos em Las Vegas às 4 da tarde.

Não tenho nada a comentar sobre Las Vegas, a não ser o fato que é a cidade mais inútil do mundo, e a primeira que eu, pessoalmente, destruiria se fosse um terroristazinho básico. QUE LUGAR IDIOTA. Que cafonismo, como diz o Mirco. Que decadência, que nojo. Nojo.

Aproveitamos a tax de 7,75% de Nevada, contra os 14% da Califórnia, pra comprar uma mala, muito precisada, tênis na Nike Store e livros na Borders. Amanhã vamos sair cedo de manhã pra fazer o tour dos hotéis (…), comprar o iPod e seu hi-fi que vimos na Apple Store de San Francisco, e dormir (no meu caso, trabalhar) depois do almoço porque nesse sol só sai na rua gente desesperada pra jogar e comprar. Tipo, 99% das pessoas que vêm a Las Vegas.

Fotos no flickr.

yosemite

Saímos cedo de San Francisco e pegamos um certo trânsito. Paramos em uma cidadezinha pra tomar café no Starbucks e seguimos direto pra Yosemite. Logo de cara demos de cara com um cervo, que aliás foi o único animal que vimos. A paisagem é deslumbrante, e deve ser mais ainda na primavera, quando as chuvas incham as cascatas. Não exploramos quase nada porque não dava tempo, praticamente ficamos sempre no carro e só saíamos pra tirar umas fotos (no flickr, como sempre). O parque é MUITO grande e bonito, bem cuidado, um silêeeeencio… Eu não sou de acampar, mas um bom dia de hiking por lá deve ser uma delícia. Fica pra próxima.

Almoçamos no restaurante do hotel Ahwahnee e continuamos a atravessar o parque de carro. Quando finalmente saímos o sol já estava se pondo; paramos em Bishop pra reabastecer e comprar água de reserva, porque amanhã vamos a Death Valley, e jantamos no Denny’s. Dali direto pra Lone Pine, de onde estou escrevendo agora. Amanhã, Death Valley de dia e Las Vegas de noite.

san francisco

Andamos muito a pé hoje. Enquanto Retardadinho e Mulher Esperta foram até Carmel, nós e Gianni e Chiara fomos procurar as casas bizarras em Alamo Square, depois de um Florentine e suco de laranja no Starbucks. Antes passamos rapidinho na igreja de St. Peter and Paul, que não tem nada de particular, no bairro italiano. Como já estava tarde fomos almoçar em Fisherman’s Wharf, que normalmente é uma armadilha de turista mas, seguindo uma dica do guia da Chiara, achamos um restaurante italiano ótimo, Pompei’s Grotto (Jefferson St.). Um clam chowder delicioso, e depois salmão fresquíssimo grelhado com ervilhas e uma pequena porção de penne al dente com molho de tomate (como sempre, com o orégano herético).

Dali pegamos um tram até Grace Cathedral, andamos muito até chegar ao Starbucks da manhã pra nos esquentar com um chazinho e um chocolate quente (uma droga o chocolate), demos mais umas voltas ali em torno a Union Square e por ali mesmo comemos uma pizza tabajara. Paramos pra babar na Apple Store, onde decidimos o que vamos comprar em Las Vegas, onde não tem a maldita tax, e pegamos um taxi de volta pro hotel. Os meninos foram tomar Guinness no bar aqui atrás, e eu vou trabalhar que tenho um trabalho pro Flash pra entregar.

Realmente fiquei encantada com a cidade. Dá vontade de ter um filho só pra mandá-lo vir estudar aqui, juro. E também é impressionante como você falar bem a língua e conhecer mais ou menos a cultura do país muda completamente o tipo de viagem que você faz. Então decidi que assim que voltar pra casa, além de me inscrever numa academia, vou ver se a prefeitura esse ano consegue gente suficiente pra abrir uma turma de francês. Porque eu quero ir a Paris falando francês direito. E possivelmente magra.

Como sempre, fotos no Flickr.

san francisco

Hoje tivemos um dia de turistões mesmo. Não fomos a Alcatraz, mas visitamos o Pier 39 e seus leões marinhos, passeamos ao longo da Marine, descemos a Lombard, tiramos foto do cable car, fomos ao Fisherman’s Wharf, vimos Sausanito e tal.

Estou adorando a cidade. Completamente diferente de tudo o que eu já vi nos EUA, mas isso eu já sabia. A cidade é colorida, alegre, cheia de gente andando nas ruas, a pé, de bicicleta, de patins, com cachorro, com criança, de patinete, de skate, de Segway. Em suma, é muito mais européia do que a cidade americana média, e acho que é por isso que eu estou gostando tanto. Porque é vivível. Tudo bem, tem aquele monte de ladeiras (minha mãe iria detestar, é traumatizada com ladeiras), mas todo o resto compensa. Dá vontade de sair morando em todas aquelas casas lindas, não só as vitorianas mas inclusive outras mais modernas, com janelões, onde, como na Holanda, o pessoal bota coisas bonitas pra quem passa ver: vasos, flores, esculturas, escrivaninhas antigas, abajures particulares.

Terminamos o dia no Financial District. Jantamos no Ristorante Umbria, do irmão de um cliente da Chiara, onde eles jantaram quando estiveram aqui em lua-de-mel. E aqui faço um aparte: COMO ITALIANO É CHATO E BOBINHO! Tipo, saímos da Itália no domingo, hoje ainda é terça e já estavam todos se coçando com crise de abstinência de macarrão! Acabamos pagando quase 20 dólares cada um por um prato de pasta vagabundo, porque apesar do dono do restaurante ser italiano a clientela não é, então acabam saindo aberrações tipo amatriciana sem pecorino, molho de tomate com orégano etc. Cara, na boa, só sendo muito babaca pra 1) sentir saudade da sua comida mais ou menos 36 horas depois de sair de casa; 2) sentir saudade suficiente pra arriscar comer a comida do seu país sabendo que a probabilidade de ser uma bosta ser altíssima; e 3) pagar caríssimo por isso. Mas fazer o quê, já desisti de entender há tempos. Demos uma volta na Union Square pra sondar as lojas a serem atacadas amanhã, enquanto fazíamos a digestão, e viemos mimir porque hoje andamos pra cacete.

Fotos no flickr.

oi de San Francisco

Primeiro deixa eu avisar que tenho vários emails não respondidos, mas estou com problemas no Thunderbird e não consigo mandar mensagens. Assim que consertar começo a responder.

Segundo, a combinação laptop + wireless é a coisa mais maravilhosa do planeta. Quanta civilização!!! Que diliça!

Terceiro: esse negócio de terrorismo já encheu o saco, encheu, encheu, encheu. Essa paranóia de tirar sapato, de não poder levar líquidos (perdi um óleo bifásico delicioso do Boticário porque o guarda achou que tinha mais que 100 ml), de mostrar documentos mil vezes, QUE PORRE!!! Viajar virou uma coisa chata, chata, chata. E pra continuar sendo repetitiva, quero que os terroristas vão tomar no cu, no cu, no cu, e parem de dificultar a vida dos outros. Ô gente com falta do que fazer!

Quarto, um conselho: DIGA NÃO A VÔOS DIURNOS. Principalmente se você estiver indo de leste pra oeste. Vou te dizer, que maratona! Saímos de casa às quatro da manhã pra ir a Roma. O vôo saiu às nove (Air Canada, ALTAMENTE recomendável), paramos em Montreal (meio-dia, hora local), demos uma volta de taxi na cidade pra dar uma zoiada, voltamos correndo pro aeroporto pra pegar o vôo das cinco e meia, chegamos em L.A. às oito e meia da noite, hora local. Dali carro na Alamo e estrada por duas horas até Tulare, que o Gianni escolheu pra gente poder acordar num horário humano no dia seguinte e ir direto pro Sequoia Natural Park. Mas sabem o que é um dia que não termina nunca? Tipo de chorar de cansaço e sono e vontade de tomar banho pra levar embora aquele fedor de avião? Vou te dizer, ninguém merece. Minha tia tem razão, pobre tem mais é que morrer mesmo.

De qualquer maneira, achamos o centro histórico de Montreal bonitinho mas meio assim-assim. Hoje passamos metade do dia no Sequoia (crianças, chorei muito, nunca vi uma coisa viva tão linda quanto aquelas árvores), jantamos cedo num buraco chamado Modesto e tocamos pra San Francisco, de onde estou escrevendo agora enquanto o laptop carrega a bateria. Estou tontinha de sono. Mas não é jetlag porque não tenho jetlag, não é aquela sensação de canseira etc, é vontade de dormir mesmo porque as horas de sono foram poucas. Amanhã e depois ficamos por aqui, e depois não lembro mais porque o Gianni que organizou o tour.

Fotos no Flickr.

londres em numeros

. Incidencia de acne na populaçao chinesa local: 100%
. Numero de sorrisos recebidos em 4 dias: 0
. Percentual de pessoas lendo coisas no metro: 100
. Percentual de pessoas lendo Harry Potter and the Deathly Hallows no metro: 80
. Incidencia de pernas tortas na populaçao turistica japonesa do sexo feminino: 115
. Numero de metros quadrados do apartamento do Hiro: aproximadamente 13
. Numero de vezes em que o guarda-chuva foi aberto e fechado em cada dia: aproximadamente 20
. Numero de minutos perdidos tentando entender a merda do metro, em cada estaçao: em média 2
. Numero de vezes em que pensamos “Que saudade de Paris”, por dia: 25
. Numero de motoristas de onibus que olharam para nos e/ou fizeram algum gesto para mostrar que viram o Travelcard que mostramos: 0
. Numero de libras gastas em 4 dias: too many
. Grau de felicidade pelos museus gratis, em uma escala de 1 a 10: 15
. Grau de picantismo do green curry tailandes no almoço do primeiro dia, em uma escala de 1 a 10: 20
. Numero de ganchos e/ou prateleiras no chuveiro do albergue, pra apoiar toalhas etc: 0
. Numero de garotas legais no meu quarto do albergue: 4
. Incidencia de pessoas que andam descalças no albergue como se fosse super higienico: 80%
. Numero de punks bizarros vistos na rua: 2 (um deles de saia)
. Numero de quilometros percorridos a pé com Hiro e Barbara à procura de um pub com lugar pra sentar, no sabado à noite: aproximadamente 10

abruzzo

O Moreno inventou um maldito fim de semana de esqui, pra aproveitar a última neve antes do próximo inverno.

E aqui faço um adendo pra comentar o que já comentei aqui antes: todo mundo na Europa esquia, desde motoristas de ônibus, como o Moreno, a pedreiros, carpinteiros, fazendeiros.

Outro adendo: odeio frio, odeio tudo o que tenha qualquer coisa a ver com frio, não sou nem um pouco esportiva, não acho a namorada do Moreno boa companhia (sobretudo depois que engravidou “por acaso” cof cof), e estava doida pra ficar curtindo a minha casinha nova e passando roupa.

Mirco nunca tinha esquiado. Primeiro porque todo mundo sabe que é um esporte relativamente perigoso, ainda mais na Itália onde neguinho não respeita regras em nenhuma ocasião – no último inverno morreram umas quatro ou cinco criaturas, todas em acidentes idiotas nas pistas de esqui, causados por excesso de velocidade e desrespeito às regras e ao bom senso. Segundo porque é um esporte caro e sinceramente achamos que há coisas muito mais interessantes pra fazer com o nosso dinheiro. Terceiro porque normalmente o pessoal vai esquiar por aqui mesmo, na Itália, e costuma-se ir de carro, coisa que o Mirco abomina. Dessa vez, não sei por que diabos, aceitou o convite do Moreno. E lá fomos nós, sábado depois do almoço.

Moreno dirige mal. É imprudente, corre pra cacete, fica nervoso por qualquer coisinha, freia errado nas curvas. Acostumada a andar de carro com meu pai, que é tipo o melhor motorista do mundo, e com o Mirco, que é meio desatento mas só quando se empolga na conversa, e que é extremamente cagão e prudente, pra mim andar de carro com o Moreno é sempre traumático e nauseante. A estrada até o Abruzzo é um porre, inclusive porque a região é montanhosíssima e toda hora tem um túnel imenso pra atravessar. Mas a paisagem é interessante, e os montes cobertos de neve já eram visíveis muito antes de nos aproximarmos do Gran Sasso (literalmente, Grande Pedra), o ponto mais alto da Itália e meca dos esquiadores botenses da Itália central.

Achamos a cidadezinha onde ficava o hotel, descarregamos as malas e fomos dar um pulo em L’Aquila (“A Águia”), a capital da província de Abruzzo. O Abruzzo é que nem o Molise, a região de Marche ou Campobasso: não acontece nada nunca, e a gente nunca ouve notícias sobre esses lugares no telejornal. São regiões tipo assim Espírito Santo, sabe, que se um dia sumir ninguém vai perceber. Pelo menos eles têm o Gran Sasso, mas só se fala dele no inverno. Eu pensava que L’Aquila valia a pena a viagem, mas não achei nada de particular. Como toda cidade italiana no fim de semana, tava cheia de gente na rua, toda emperequitada e maquiada subindo e descendo o Corso, a via principal. Ô gente provinciana! Voltamos pro hotel, jantamos e fomos dormir.

No domingo Moreno emprestou roupas de esqui pro Mirco, que imediatamente colocou aquele macacão ridículo de trás pra frente, e depois do café da manhã cedíssimo fomos comprar os passes pra subir de bondinho até o alto da montanha, um dos pedaços do Gran Sasso (estávamos na estação de Campo Imperatore). Os meninos alugaram esquis e lá foi Moreno dar aula pro Mirco, atoladíssimo. Marta, porque está grávida, e eu, por todos os motivos listados no adendo, acompanhamos os pimpolhos a pé mesmo, descendo a pista mais bobinha. O tempo estava ótimo, um sol do cacete, eu completamente cega apesar dos óculos escuros, agradecendo a mim mesma de ter passado filtro solar 50 três vezes antes de sair do hotel. Depois de dar umas aulinhas pro Mirco e de decidir que ele já estava mais ou menos autônomo Moreno pegou as cadeirinhas suspensas (como diabo se chamam em português eu não lembro) e foi esquiar nas pistas hard – já falei que ele é imprudente. O tempo começou a fechar de repente, e começou a fazer um frio do cacete e a nevar MUITO. Eu e Marta mandamos os dois plantar batatas, pegamos as cadeirinhas e chegando ao bar do hotel que fica dentro da estação de esqui prontamente tomamos chocolate quente e ficamos forçando uma conversa chata por duas horas, até os pimpolhos voltarem. Almoçamos, eu e Marta voltamos pro hotel, cada uma pro seu quarto, e os meninos só chegaram mais tarde. Dormimos, vimos TV, jantamos e voltamos a dormir.

Ontem a manhã estava linda outra vez. Os meninos foram esquiar e eu e Marta fomos fazer uma caminhada ao longo da estradinha que sobe a lateral da montanha. Quando voltamos eles já tinham tomado banho e feito o check out, e rumamos pro litoral do Abruzzo, onde os tios do Moreno têm um apartamento de praia. Só que pegamos um trânsito do cacete no pedágio, prevalentemente por causa da incivilidade dos italianos quando dirigem, ocupando duas filas ao mesmo tempo pra ver qual anda mais rápido e conseqüentemente fodendo tudo. Mas finalmente chegamos a Villa Rosa, já em Teramo, outra província de Abruzzo, e achamos o prédio dos tais tios. Almoçamos peixe e saímos a pé pra tomar sorvete no centro. Eu não agüentava mais aquele papo de quem não tem o que dizer e só fica falando de quem morreu, quem casou e quem comprou carro novo, e já estava arrancando os cabelos de nervoso. Quando finalmente entramos no carro nem acreditei. Só que a viagem de volta também foi longa, porque o Moreno pegou outra estrada pra evitar os engarrafamentos da cabeçada voltando do feriadão. E nem deu pra entrar logo em casa quando chegamos, porque o Mirco deixou a carteira de motorista na loja onde alugou os esquis e fomos direto da garagem de casa pros Carabinieri de Bastia pra perguntar o que fazer, enquanto os caras da loja não mandam a carteira pelo correio.

Sabe um fim de semana completamente desperdiçado? Programa de índio mesmo? Ecco. Fiquei contente pelo Mirco porque ele sempre se diverte com o Moreno, mas se de agora em diante ele resolver levar a sério essa coisa de esquiar, que vá sozinho. Pelamordedeus!!! Primeira e última! Pode me convidar pra qualquer cidade ou qualquer roça, mas praia e montanha NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!

Fotos aqui. Poucas porque a bateria descarregou e porque eu tava muito, mas muito de saco cheio demais da conta até pra fotografar.

marseille – roma

Pegamos um táxi pra ir pro aeroporto porque a primeira navette só sai às cinco e meia. Esperamos o maior tempão mas finalmente embarcamos, o vôo foi light como sempre e só esperamos dez minutos até o microônibus do estacionamento chegar pra nos pegar. Tomamos café num bar em frente à IKEA e assim que abriu entramos. Daniele nunca tinha ido, e como ele tem uma loja de móveis achamos que ele tinha que conhecer, né. Claro que estava entupido de gente, e pouco depois do almoço viemos embora. Passamos na casa nova pra ver o chão, que já foi terminado e ficou bem legal, e voltamos pra casa. Já desfiz as malas, já guardei o pão, já li os Astérix, já botei roupa pra lavar e daqui a pouco vou dormir porque há uma ameaça de enxaqueca no ar. Não posso me desregular com o sono, é batata.

Fotos da viagem aqui, como sempre. Tem até um sósia do Legolas.