eu olhei pra ela, ela olhou pra mim

Enquanto escovava os dentes depois de tomar café (acordei cedo pra correr, mas o vento sopra gelado lá fora e perdi a vontade) vi uma barata passeando no chão do banheiro. Baratas e formigas são coisas raras por aqui. O inseto chato italiano por excelência é a mosca, que aliás já começou a aparecer duas semanas atrás, quando o tempo deu sinais fortes, embora enganosos, de que iria melhorar (leia-se “esquentou, as moscas chegam”). Mas barata em casa eu nunca tinha visto.

Como barata é coisa de pobre, batizei-a com o nome da minha vizinha vagaba, afoguei-a em Baygon e joguei seu cadáver no lixo.

hm…

Olha, eu sei que não é da minha conta e que é feio falar mal dos outros sem nem conhecer, mas essa minha vizinha de nome cafona tem uma vida muito estranha. Não botou seu nome em nenhum lugar: nem no interfone, nem no escaninho, nem na campainha. As contas ficam lá embaixo no escaninho semanas inteiras, o que me leva a crer que não é ela quem paga. Não sai de casa quase nunca; é o seu homem que vem visitá-la, mas acho que não dorme aqui. TODAS as suas calcinhas (ela lava e pendura no varal da varanda todas de uma vez) são pretas. Todas.

A única coisa a seu favor até agora é que a varanda dela é toda florida. O problema é que uma garçonière florida é comunque sempre uma garçonière… (Flabb, corrija meu galicismo por favor que eu tô por fora).

Não custa repetir: Roma é tudo na vida…

A intenção ontem era das melhores. A irmã do Mirco voltava da Holanda pra temporada de verão no agriturismo toscano onde ela trabalha há três verões e precisava de carona pra buscá-la no aeroporto. Seu vôo chegava às 17:35 no aeoporto menorzinho de Roma, o Ciampino, e decidimos aproveitar a viagem à cidade que é tudo na vida pra entrar de graça no Museu do Vaticano, que abre grátis no último domingo de cada mês. Deveríamos ter saído cedo de casa, mas com o horário de verão que entrou na madrugada de sábado pra domingo, não tivemos forças pra sair antes das 8:30. Considerando que daqui a Roma são quase 2 horas de viagem, mais o tempo pra ir do aeroporto ao centro, quando chegamos já era a hora do almoço. Mas vamos com calma.

Como o Mirco, além de odiar dirigir, tava morrendo de sono, eu acabei pegando no volante enquanto ele roncava no carona. A viagem foi agradável e tranquila, o dia estava leeendo, fora os bancos de neblina entre Fratta Todina e Acquasparta, a temperatura estava amena, Live tocando no CD player. Deixamos o carro no estacionamento do aeroporto e pegamos um ônibus que nos deixaria em Anagnina, estação final da linha A do metrô de Roma.

O buzão faz um caminho muito esquisito, passando pelo centro da cidade de Ciampino, que é horrorosa, feito com uma cidade qualquer do Vale do Paraíba; por uns cruzamentos perigosos; pela autostrada onde o limite de velocidade é 130 km/h; tudo muito estranho. Descemos na Anagnina, que deve ser uma das estações de metrô mais esculhambadas do mundo. Saca feirinha de coisas inúteis? Saca camelódromo? Agora bota um bando de chinês ilegal vendendo essas coisas inúteis em barracas ou em panos estendidos no chão. Imagina uma quantidade indescritível de lixo, papel, guimbas de cigarro (malditos fumantes escrotos), copos e garrafas de plástico, bilhetes velhos de ônibus e metrô, tudo isso esvoaçando pra lá e pra cá e se amontoando nos cantos. Imagina um mar de gente feia, mal vestida e fedorenta comprando essas muambas ridículas. Parece com alguma estação que você conhece? Conheço várias no Rio que poderiam ser a Anagnina.

Enfim, pelo menos conseguimos lugar pra sentar no metrô, já que o pegamos na estação inicial. 19.786.641,72 estações depois descemos em Cipro e fomos seguindo as plaquinhas pra chegar no Vaticano, crentes que íamos descolar uma tarde cultural di grátis. Como somos inocentes! Não imaginávamos que TANTOS outros unhas-de-fome como nós estariam lá, formando uma fila grossa e incrivelmente longa, e que ainda por cima, por ser italiana, era tão confusa que tinha que ser organizada por guardas de trânsito. Lógico que o programa cultural furou. Pegamos o metrô de novo (os ônibus não passavam no horário porque várias ruas estavam interrompidas por causa da Maratona di Roma) e descemos na Piazza di Spagna. Acabamos almoçando no McDonald’s, porque almoçar em cidade turística é sempre muito arriscado, então preferimos cair no “risco seguro” do Mc. Depois fomos à sorveteria La Palma, atrás do Pantheon, pra tomar sorvete: eu de maracujá e doce de leite com Nutella, o Mirco de maracujá e babà (é um doce napolitano).

Fomos dar umas voltas, o Mirco mancando porque não quis levar a muleta e eu morrendo de vontade de apertar o passo, porque pra mim é muito difícil andar devagar. Acabamos indo parar na minha piazza preferida, a Navona, onde fica a nossa embaixada. Mirco deitou num banco e dormiu no sol, feito um mendigão, enquanto eu olhava o desfile de turistas e artistas de rua. Em um certo momento esses três loucos pararam pra bater papo: o de fraque já vi várias vezes em diversas piazze de Roma, com seu monociclo; o patinador eu nunca tinha visto mas tinha uma cara de louco que nem te falo; o outro obviamente fazia esculturas de balão.

Ali mesmo na Navona barganhei com um africano uma bolsa fake da Prada muito bonitinha. O engraçado é que o mercado informal italiano é todo segmentado: africanos vendem bolsas falsas, paquistaneses e indianos vendem castanhas e, quando chove, guarda-chuvas, chineses vendem coisas inúteis, como gafanhotos de papel e as clássicas quinquilharias paraguaias. Cada um na sua, sem invadir o segmento de mercado de ninguém.

Voltamos à Piazza di Spagna e pegamos o metrô de volta a Anagnina. Não tinha UM italiano no nosso vagão, eram (éramos…) todos imigrantes, de tudo que é lugar do mundo. Gosto de cidades cosmopolitas, mas não nesse estilo – estilo pobre-feio-mal-educado-desdentado-fedorento que vai pra Zoropa ganhar a vida mas continua se vestindo com casaco de plástico imitando couro, botas felpudas, roupas azul-royal, cabelos mal tingidos de louro. Mas fazer o quê, é a vida. De Anagnina pegamos o buzum de novo pro aeroporto, Stefania chegou pouco depois, e picamos a mula de volta pra casa. Jantamos na Arianna e vim pra casa dormir que não me aguentava em pé.

p.s.: essa é a Poppy, “labratriz” simpaticíssima que encontramos no Pantheon.

mindinho verde

Minha floresta varandal, transferida da varanda da sala pra varanda do quarto pra tomar banho de sol da tarde. Lá no alto, o cactuzinho estranho com suas estranhas “flores” vermelhas. Nos três vasos médios, da esquerda pra direita: tomilho, o manjericão tímido, as tulipas do supermercado. No vasão de cima, a sálvia. Ao lado dela, no vaso menorzinho, os brotinhos de cravo (tão vendo os pontinhos verdes? São eles :) E na parte de baixo da foto, meu alecrim querido.

a menina do mindinho verde desbotado

Fiz uma série de transplantes vegetais anteontem. Passei as tulipas pra um vaso maior, o tomilho pra um vaso mais bonito, a salsinha pra uma jardineira só dela, a primula pra um vaso maiorzinho, embora tão vagabundo quanto o velho, o cactus-zinho idem. Joguei fora o alho, que cresceu pra cima e pra baixo mas pros lados que é bom, nada. E quando fui remover a salsinha, fui achando umas raízes malucas que ocupavam todo o “subsolo” da jardineira, formando uma rede fortíssima que eu não conseguia arrancar nem com a vaca tossindo. Era o hortelã! Que planta desgraçada!!! Umas raízes grossas, fortes, compriiiiiiiiiidas, e folhinhas nascendo em tudo que é lugar, absolutamente sem terem sido convidadas! Falei ah, é?, e replantei várias mudinhas dela num micro-vaso. De repente assim, sozinho num espaço confinado, meu hortelã toma tento e pára de querer dominar o mundo.

Ainda no assunto jardinagem tabajara, ando preocupada com meus dons vegetalizantes. As sementes de cravo que eu plantei já estão brotando, e são a coisa mais linda de se ver! Mas o manjericão ainda nem deu as caras. Pode ser culpa do tempo, que há semanas anda no estilo Londres, com direito a fog, céu cinza, chuva, chuvisco, frio, encheção de saco. O manjericão é chegado num calorzinho, e tenho que admitir que se eu fosse ele também não teria brotado ainda, só de despeito. Dizem que no fim de semana o sol deve finalmente aparecer. Vamos ver se o manjericão resolve fazer o mesmo.

potocas

E ontem foi meu primeiro dia de estágio (que aqui se diz em Inglês mesmo, stage, mesmo não tendo nada a ver). Não fizemos nada de especial: rodamos muito, conversamos com algumas pessoas, telefonamos a outras, mas aparentemente era um daqueles dias que não dão certo, porque a maioria das pessoas não respondia ao telefone ou não estava no lugar onde fomos procurá-las. Por isso resolvemos deixar o grosso do trabalho pra amanhã (hoje não vou à agência porque meu tutor é ator e está organizando uma peça de teatro pro próximo fim de semana, e hoje tava meio atolado com essa história).

Então hoje vou aproveitar pra fazer faxina que amanhã FeRnanda e Fabião vêm jantar (bruschette, massa com salmão defumado e abobrinha, e o petit gateaux da Marcinha) e amanhã não vou ter tempo de limpar nada. E vou transplantar meu alecrim pra um vaso maior, porque eu AMO alecrim e quero que a minha plantinha vire uma floresta de alecrim. E vou transplantar minhas tulipas de supermercado pra outro vaso também. Mas só vou tirar fotos da minha varanda florestal quando tiver plantado flores, coisa que me desaconselharam a fazer agora porque aparentemente vem outra semana de frio intenso por aí, e o que eu plantar agora vai murchar logo logo.

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Ontem à noite vimos a primeira parte do primeiro filme do Senhor dos Anéis que passou na TV. E, milagre dos milagres: lanterneiro, que odeia fantascienza (pronúncia “fantachentsa” e quer dizer sci-fi, ficção científica), adorou e quer que chegue logo a próxima segunda-feira pra ver a segunda parte.

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E hoje tem jantar em Deruta com os ex-colegas de trabalho do Mirco (aqueles da empresa import-export de ferro). Normalmente nos divertimos muito com eles, mas o último jantar, em janeiro, foi chatíssimo, não se sabe por quê.

E fomos também convidados pra jantar em Todi essa semana. Ando fazendo umas traduções de e-mail pra um cara que tem uma agência de aluguel de carros com motorista pra turistas abastados que querem ter um carro à disposição quando vêm pra Umbria. Todos os contatos são feitos via e-mail e esse cara não fala nada de Inglês, por isso me paga pra traduzir as mensagens. CA-LARO que perguntei logo de cara se não precisava de uma intérprete também, e com o e-mail a traduzir que ele me mandou ontem veio também um convite pra jantar pra discutir essa coisa alternativa. Nada mal rodar pela lindíssima Umbria em carro confortável, explicando pra americanos ricos que aquela villa ali foi construída em mil seicentos e alguma coisa, que aquela planta amarelinha se chama mimosa, que em Gubbio (ou Gualdo Tadino? Não lembro) San Francesco domou um lobo que aterrorizava a cidade… E ainda por cima ser paga pra isso. Tomara que dê certo.

Suely Maria

A quantidade anormalmente grande de produtos de limpeza na varanda da vizinha por si só já era uma confirmação da sua nacionalidade brasileira. Mas o nome que vi numa conta de luz que o carteiro deixou em pé sobre o escaninho por não ter encontrado nenhum escaninho com aquele nome fechou o diagnóstico: Suely Maria. Não é bom, mas podia ser pior. Vamos ver.

Amanhã tem jantar aqui em casa. Além da FeRnanda e do Fabião, vêm a Dila, baiana casada com o Italo, primo distante do Mirco, e talvez Selminha, que estudou comigo em Perugia há dois anos e é amiga da Dila. Ainda não decidi o cardápio; tinha resolvido tudo mas mudei de idéia várias vezes e agora não sei mais o que cozinhar.

Nem precisa dizer que o

Nem precisa dizer que o episódio capilar não foi nada simples, né. A idiota da Michela, ajudante da Giusy, passou creme alisante na minha testa achando que era creme protetor – e já ia alisar meu cabelo com o creme protetor, se eu não tivesse sentido a testa queimando! Resultado: estou com um arco de feridinhas na testa, como se tivesse caído e me ralado toda. Lindo. Pelo menos do corte eu gostei.

Roma foi OK, mas pela primeira vez não me recarregou as baterias. Fiz o que tinha que fazer e depois sentei entre as colunas do Pantheon e fiquei lá sentada vendo o tempo passar, até a Ane me ligar e me dar as instruções de como chegar na casa dela.

Mental note: NÃAAAO pegar metrô em Roma na hora do rush. Jamé.

Metrô lotado, ônibus idem, muita risada porque se os italianos já são escandalosos, os romanos são mais ainda, e tinha um particularmente agitado no ônibus implicando com um outro que tinha se pendurado na porta, que obviamente não fechava, e por isso o ônibus não podia sair do lugar. Chegando na Ane, tomei meu banhinho, os convidados começaram a chegar, jantamos super bem, batemos papo, foi ótimo. Conheci a Sandra, paulista, e o marido dela, de Benevento, que também moram em Roma, e mais o Vincenzo, fotógrafo amigo do Alfredo. Dormi incrivelmente bem, descansadona. Logo depois minha mãe ligou, e me deu uma boa idéia: catar passagem de Portugal pro Rio, alugar um furgão e ir de carro até a casa do meu pai em terras lusas, deixar minha tralha invernal/livral/cozinhal lá e viajar levinha, com minhas roupitchas de verão, muito vinho e coisas boas de comer, e meu canídeo negão. Não sei até que ponto essa aventura é possível, mas vamos ver.

Almocei na Ane (fizemos uma carbonara show de bola), batemos mais um papinho, e peguei o Eurostar das 17:40 que me deixou, com atraso como sempre, em Foligno, onde peguei outro trem (conexões de trem se chamam coincidenza) pra Bastia. Cheguei em casa, tomei meu banhinho pra tirar o cheiro de trem, Samuele passou lá em casa e fomos ao cinema em Perugia ver Matrix Revolutions. Amei! Depois rolou um pub, duas doses de Bailey’s, uma camiseta Bailey’s de brinde, depois casinha. Ontem trabalhei na loja o dia inteiro, mas foi tranquilo, pouco movimento, pouco frio, alguns clientes muito simpáticos. Íamos dançar música anos 60/70 à noite, mas Claudia e Samuele furaram – foi melhor assim, porque eu tava morrendo de sono.

Hoje de manhã dei uma guaribada na minha mini-horta janelal de odori (tenho salsinha, manjericão, aipo, alho, hortelã), botei a bichinha pra dentro porque a neblina destrói as coitadinhas, ainda mais agora que meu manjericão deu flor, e vim trabalhar me arrastando. ODEIOOOOOOOOOO esse trabalho, não aguento mais.

Post do crioulo doido E

Post do crioulo doido

E aí todas essas notícias óoootimas ao mesmo tempo: a FeRnanda, que vai ao Brasil pra casar em dezembro e vai precisar voltar cheia de tralha, já que vai morar aqui definitivamente, me informou que o limite de bagagem agora é de UMA mala de 20 quilos! (pelo menos pela KLM). Ótima notícia pra quem tem quilos de bagulhos pra levar. E o cara da agência de turismo me disse literalmente pra tirar o cavalinho da chuva, que pro Natal não consigo ir pro Rio – tá tudo lotado pro Brasil, até janeiro. Tooodos esses vôos cheeeeios de gringos babões indo caçar suas piranhinhas no terceiro mundo…

Mas nem tudo está perdido: minha meia de Halloween não é uma simples meia aboborônica, fantasmagórica e morcegóide, mas também BRILHA LEVEMENTE NO ESCURO! Sim! A bichinha tem umas duas ou três listrinhas fluorescentes que brilham no escuro, que nem aquelas estrelinhas horrendas que todo mundo tinha no teto do quarto e que eu adoro até hoje, apesar de saber que são ridículas!

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E pra cortar um pouco esse baixo-astral maravilhoso, vamos falar de futilidades? Sim, vamos. Vamos falar de maquiagem.

As italianas se maquiam (maquiam, e não maqueiam, por favorrrrrrrrrrr) demais da conta. Mas se concentram na pele e nos olhos. A pele é sempre coberta de ciment… opa, de base (que aqui se chama fondotinta) e pó-de-arroz (terra). Os olhos maquiadíiiiiiiiissimos, milhões de combinações de sombras cintilantes brilhantes purpurinadas das cores mais variadas, lápis quase sempre preto, MUITO rímel. Sobrancelhas sempre, sempre feitas (inclusive as dos homens, bleeeeeeergh). E as bocas sem nada, feito cadáveres, ou então só com o contorno feito com lápis de boca, e sem preenchimento com batom. Aliás, esse estilo de maquiagem de boca (maquiagem em italiano se chama trucco, muito apropriado, eu acho) é o tipo de coisa que me é tão estranha que eu fico hipnotizada; quando vejo uma mulher com os lábios assim, não consigo parar de olhar pra boca, e também é muito difícil controlar o riso, claro.

Elas não fazem as unhas, e, quando fazem, as laterais das unhas ficam sem esmalte. Uma coisa fenomenal. Os cabelos são sempre cheios de laquê, gel pros homens, sempre penteados escalafobéticos, todo mundo com cara de ator de novela mexicana, parecendo que acabou de sair da mão do cabeleireiro (parrucchiere). E quase não usam bijuteria. Brinco comprido? Never! Argola? Jamé! Ouro também quase não rola, até porque é caro. Acho tão estranho! Eu sem brinco me sinto pelada, e não repito o mesmo por dois dias seguidos nem que me paguem. Mas o povo aqui se concentra no cabelo e nas roupas; gastam os olhos da cara pra andar com roupa de marca, bolsa de marca, sapato de marca, cinto de marca.

E então eu vou explicar como EU cuido da minha pele (mulherzinha mode on):

Pra lavar uso um sabão líquido não-sabão da Oil of Olay (que aqui vira Oil of Olaz, vai entender) ou então um sabonete Basis, não me lembro mais de qual tipo, mas que agora no inverno evito de usar porque resseca um pouco a pele, e a minha já é sensível demais. Tenho um vidrinho de Tea Tree Oil Facial Wash da The Body Shop que comprei numa promoção na Alemanha, mas o negócio resseca TANTO que eu fico sentindo que a cara tá toda esticada, então parei de usar. Tônico nao sei pra que serve, e quando lembro de usar, uso uma amostra grátis da Dior, Lotion Fraicheur, que nos deram, a mim e à Valéria, naquela perfumaria (profumeria) de Genova, lembra, Valerie?

Pra hidratar, de dia uso Complete da Oil of Olay, que tem FPS 15 e não deixa a pele oleosa. Pra dormir uso Crema Nutriente Riequilibrante da Nivea. Se saio à noite, maquiada, uso um creme mais levinho antes, o Time-Wise Age-Fighting Moisturizer da Mary Kay, presente de uma amiga americana. Uso esse também no verão.

Não uso base, porque não preciso, tenho a pele ótima. Mas, como toda descendente de árabe, tenho olheiras (occhiaie), e preciso de corretivo. Tenho um da Body Shop, em bastão, que não sei onde estava com a cabeça quando comprei, porque não tem nada a ver com a minha cor de pele. Então normalmente uso uma base em tubo da Dior: Teint Soft Sensation, com FPS 8, cor número 200. É ao mesmo tempo base, pó e corretivo, e não deixa a pele com cara de reboco.

Aprendi a usar sombra aqui na Itália. Tenho um duo da Nivea Beauté comprado no Rio mas só usado aqui, um azul clariiiinho metálico e um cinza-escuro (duo número 38, Bleu-Gris). Tenho um conjunto da Pupa que eu amo (Minì-Minì), com algumas brilhantes e outras não, variando do marrom ao vermelho, passando pelo dourado (que eu uso à beça pra sair). Tenho uma cremosa da Dior, Ombre Plume Long Lasting, cor número 846 (Halo de Rose). Dura muito tempo mesmo, não sai nem borra, é ótima. Uso também uma da Avon que minha mãe me deu, chamada Beyond Color Triple Benefit, também cremosa, cor 120 (Copper Armor). Aliás, alguém poderia me explicar de onde vem tanta criatividade pra esses nomes ridículos de cores?

Blush eu praticamente não uso, só quando estou me sentindo particularmente cadavericamente pálida. Uso um da Avon, cr 32, Sweetest Mauve.

Lápis uso só na pálpebra de cima, porque na de baixo, além de dar um ar ligeiramente piranhudo, borra. Também não uso muito o preto (o meu é o Clinique Quickliner for Eyes, cor 7, Really Black), e, quando uso, esfumaço com a esponjinha que tem na outra ponta do lápis. No dia-a-dia uso um lápis que na verdade é pra sobrancelha, da Estée Lauder, cor 3, cinza. Não borra e fica ótimo, além de durar muito, mas é chato de passar porque não desliza. E quando me dá na telha de usar marrom uso um da Avon (Glimmersticks, cor Cosmic Brown) que é uma delícia de passar, desliza que é uma beleza, mas também borra tudo – no verão, nem pensar.

Não fico bem de batom, apesar de ter uma boca bem desenhada. Uso batom cor de boca, normalmente o batom em lápis da linha Faces da Natura, cor Nuvem. Tenho também um da Lancôme que tá acabando (já entrou na fase do Só com Pincel há muito tempo), cor Beige Esquisse. E pra dar um tchan, um da Clinique mais puxado pro bordô (Berry Freeze).

E pra tirar tudo isso da cara? Uso o Lait Démaquillant Douceur Visage et Yeux da Dior, que não é nenhuma Brastemp e por sorte comprei na promoção, sempre na profumeria de Genova, ou então um da L’Oreal, Ideal Balance Viso e Occhi, que é ótimo, cheirosinho, mais líquido do que o da Dior, e tira tu-do, não fica pedra sobre pedra. Excrusive tenho que lembrar de comprar um vidro pra Marta, que tem mania de dormir maquiada e vai trabalhar no dia seguinte com a cara toda borrada. Me dá um nervoso!

E pra cuidar da cútis? Uso um esfoliante da Dior duas ou três vezes por semana. Máscara Empreint da Lancôme, que limpa tudim. E máscaras da Nivea, tanto as de limpeza profunda quanto as de hidratação – no momento estou apaixonada pela Idratante Rinfrescante, que deixa a pele lisiiiiinha e cheirosa.

E pro corpitcho obesitcho? Uso sabonete líquido da Johnson’s, oleos trifásicos da Natura pra dormir e no verão em vez do hidratante (o de buriti é maravilhoso), creme hidratante da Nivea pra pele super hiper mega seca, ou então com vitamina E ou manteiga de cacau da The Body Shop. Todos cheirosérrimos, meus lençóis são todos cheirosos.

E pras minhas lindas mãos de pianista (vamos fingir que o meu dedo médio da mão direita nem é torto, tá?)? Pro dia-a-dia o clássico da Neutrogena. Quando o frio pega forte, uso o Glicemille da Palmolive, que tem cheiro de sabonete vagabundo mas hidrata legal, inclusive os cotovelos. E de vez em quando dou uma guaribada com o kit Satin Hands da Mary Kay, que inclui esfoliação, gommage, e super hidratação (tem mais uma fase, mas não lembro qual é).

Não esqueçamos dos pezinhos (os meus são horrorosos): antes de dormir, um Peppermint Cooling Foot Lotion da The Body Shop. Antes da meia, um spray anti-chulé da Avon. E entre a meia e o sapato, polvilho da Avon.

E passemos finalmente à moita de cabelos que reside na minha cabeça: uma vez a cada duas semanas uso o shampoo Anti-Residue da Neutrogena. E nos outros dias alterno entre Pantene pra cabelo ruim (ricci, crespos), Andiroba da Natura, L’Oreal Hidraloe pra cabelo ruim. Comprei um L’Oreal Liss Intense também, mas não sei por quê, já que é ideal pra usar antes de fazer escova, e eu jamais faço escova porque não tenho cara de japonesa hehehe

Hoje à noite vou finalmente ajeitar a juba, e amanhã de manhã cedo (cedo mesmo, meu trem parte às 6:17) vou pra Roma, uhu! (e no sábado chego e ja vou direto trabalhar na loja do maluco… Leguinho hoje à noite vai pra Arianna. Fim de semana prolongado pra ele, coitado. Merece.). E no domingo, depois do expediente na loja, vamos dançar música gay em Perugia!

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Um vento gelado, putz grila! Os dias tao lindos e a temperatura super agradavel, mas esse vento gelado nao da descanso!

Aí ontem eu vou à

Aí ontem eu vou à pizzaria com o Massimo (o Samuele nos deu um bolo), e a Bella, búlgara feia que trabalha lá há séculos, olha pra mim, me dá oi, vê o Massimo em vez do Mirco, dá um pulinho, um sorriso amarelo, disfarça, nos traz o Campari Mix de laranja e a cerveja alemã pro Massimo, e pronto.

Conversamos tanto – quatro horas seguidas – que hoje de manhã estou com dor de garganta. E nauseadíiiiissima, tanto por causa das batatas fritas, coisa que não estou mais habituada a comer, quanto pela MERDA DA FUMAÇA DESSES FUMANTES DE MERDA QUE DEIXAM TUDO FEDORENTO INTOXICADO NOJENTO ASQUEROSO E DORMI MAL A NOITE INTEIRA POR CAUSA DO FEDOR NO MEU CABELO E AINDA DEIXOU FEDORENTO O MEU TRAVESSEIRO.

Então: acordei, dei minha corridinha (não foi legal; estou respirando mal por causa dessa droga de enjôo, parei várias vezes pra recuperar o fôlego), lavei meu cabelo TRÊS VEZESSSSSSSSSSSSSSSSS pra tirar o fedor de fumo, e vim toda de branco linda magra maravilhosa gostosa trabalhar – de cabelo molhado, claro, e é claro também que TODO mundo já fez o comentário idiota, noooooossa, você com esse cabelo molhado, tsk tsk.

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Detalhe que o casal que veio ver o apartamento anteontem resolveu alugá-lo. Então agora só me restam duas opções: descolar algum trabalho legal em outro lugar legal (pouco provável), ou arrumar uma passagem assim digamos com uma certa urgência, pra voltar pra casa no começo de dezembro. A segunda opção inclui também o desafio de arrumar um jeito de mandar as tralhas pra casa. Enfim, como já dizia a Xuxa, tudo o que tiver que ser, será.

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A sábia Alanis também tem razão: tudo é muito ironic nessa vida. Ou não é tão ironic quanto rain on your wedding day o fato de que o meu passaporte perde a validade exatamente no dia do aniversário do lanterneiro?

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Sexta-feira estou em Roma (que, vos recordo, é tudo na vida) pra renovar essa bosta de passaporte, bater perna, encontrar o Guido, fazer um novo contato romano via papai, bater mais perna, suspirar porque Roma é tudo na vida, dormir na casa da Ane, onde faremos um jantarzinho básico no sábado. Como nada na minha vida é simples, hoje ainda tenho que dar um jeito nesse cabelo e rezar pra GIUSY não detoná-lo como da última vez, que ficou ótimo uma semana depois mas no dia seguinte parecia que eu tinha feno na cabeça em vez de cabelo. E aí depois tenho que tirar as fotografias pro passaporte, missão não muito fácil em se tratando da metrópole bastiola.

O menu de hoje, almoço e jantar, é sopa de cevada com leguminosas e legumes, daquelas prontas, da Coop. Já deixei pronta, senão depois do almoço não tenho tempo de ir ao correio tirar dinheiro no caixa eletrônico. Merda de vida de albanesa, essa minha.