Quer dizer, a rendiçao soh amanha, porque hoje à noite a Carmen e a Claudia vao jantar lah em casa. Vou fazer quibe, que fez o maior sucesso da outra vez, e o classico arroz com feijao e farofa. Sim, sim, é meio nada a ver, mas eu adoro quibe e adoro arroz com feijao e todo mundo gosta de farofa, entao foda-se. Tem uns pacotes de pao de queijo Yoki que também tenho que desencalhar. Soh falta a sobremesa, mas sem limao pra fazer a torta de limao boazona da minha avoh fico com pena de gastar minhas duas ultimas latas de leite condensado. Entao as convidades que me tragam sorvete, quero nem saber.
Arquivo da categoria: quotidianità
Quer dizer, a rendiçao soh amanha, porque hoje à noite a Carmen e a Claudia vao jantar lah em casa. Vou fazer quibe, que fez o maior sucesso da outra vez, e o classico arroz com feijao e farofa. Sim, sim, é meio nada a ver, mas eu adoro quibe e adoro arroz com feijao e todo mundo gosta de farofa, entao foda-se. Tem uns pacotes de pao de queijo Yoki que também tenho que desencalhar. Soh falta a sobremesa, mas sem limao pra fazer a torta de limao boazona da minha avoh fico com pena de gastar minhas duas ultimas latas de leite condensado. Entao as convidades que me tragam sorvete, quero nem saber.
A Paula, amiga da FeRnanda que virou minha amiga também, veio ontem da regiao de Marche pra Perugia pra fazer a matricula na Università per Stranieri. Ontem nos encontramos em Assis, depois do trabalho. Eu tinha vindo trabalhar de bicicleta depois do almoço e deixado o Legolas na casa da Arianna. Saih do trabalho, deixei a bici na casa da Arianna e peguei o Legolas, pegamos o onibus até Assis (com o Leguinho sentado no ultimo banco do onibus, se achando o maximo) e lah encontramos FeRnanda, Paula, o Fabiao da FeRnanda e outro Fabio, amigo da Paula. Batemos papo num barzinho e depois fomos jantar no Mario. Mario é um barrigudo dono de um restaurante onde o Fabiao e a FeRnanda vao sempre e jah viraram amigos do Mario e da louca da mulher dele, a Lorella. Legolas ficou dormindo num canto do lado da nossa mesa, filando um pedaço de queijo de vez em quando. Educadissimo como sempre, ficou lah na dele, sem encher o saco, quietinho, espetacular. (“O cachorro é mais quieto do que a dona, que nao parou de falar a noite toda”, foi o comentario do Mario. Que Mario? Hohoho). Foi super agradavel, dei uma boa relaxada. E ainda por cima ficou no ar a promessa de cozinhar “brasileiro” pro Mario no restaurante dele qualquer dia. Agora é soh marcar a data.
E hoje parece que a irritaçao e a exaustao emocional finalmente se somatizaram, e estou com uma dor de garganta insuportavel. Posso ignora-la e assim fazer com que ela passe, ou posso render-me a ela e ficar em casa debaixo do meu edredom vermelhao de penas de ganso. Estou muito tentada à rendiçao.
A Paula, amiga da FeRnanda que virou minha amiga também, veio ontem da regiao de Marche pra Perugia pra fazer a matricula na Università per Stranieri. Ontem nos encontramos em Assis, depois do trabalho. Eu tinha vindo trabalhar de bicicleta depois do almoço e deixado o Legolas na casa da Arianna. Saih do trabalho, deixei a bici na casa da Arianna e peguei o Legolas, pegamos o onibus até Assis (com o Leguinho sentado no ultimo banco do onibus, se achando o maximo) e lah encontramos FeRnanda, Paula, o Fabiao da FeRnanda e outro Fabio, amigo da Paula. Batemos papo num barzinho e depois fomos jantar no Mario. Mario é um barrigudo dono de um restaurante onde o Fabiao e a FeRnanda vao sempre e jah viraram amigos do Mario e da louca da mulher dele, a Lorella. Legolas ficou dormindo num canto do lado da nossa mesa, filando um pedaço de queijo de vez em quando. Educadissimo como sempre, ficou lah na dele, sem encher o saco, quietinho, espetacular. (“O cachorro é mais quieto do que a dona, que nao parou de falar a noite toda”, foi o comentario do Mario. Que Mario? Hohoho). Foi super agradavel, dei uma boa relaxada. E ainda por cima ficou no ar a promessa de cozinhar “brasileiro” pro Mario no restaurante dele qualquer dia. Agora é soh marcar a data.
E hoje parece que a irritaçao e a exaustao emocional finalmente se somatizaram, e estou com uma dor de garganta insuportavel. Posso ignora-la e assim fazer com que ela passe, ou posso render-me a ela e ficar em casa debaixo do meu edredom vermelhao de penas de ganso. Estou muito tentada à rendiçao.
E ontem vimos a segunda parte de La Meglio Gioventù. Lindissima, melhor ainda do que a primeira.
E a semana foi obviamente de caos total no escritorio e na vida em geral.
Chegou meu cartao do banco com o nome escrito errado, CLAAAARO.
Ja estah frio de novo e andar de bicicleta jah virou martirio.
Ha irritaçao escapando de mim por todos os poros.
E ontem vimos a segunda parte de La Meglio Gioventù. Lindissima, melhor ainda do que a primeira.
E a semana foi obviamente de caos total no escritorio e na vida em geral.
Chegou meu cartao do banco com o nome escrito errado, CLAAAARO.
Ja estah frio de novo e andar de bicicleta jah virou martirio.
Ha irritaçao escapando de mim por todos os poros.
Ontem à noite teve desfile em Bastia. Essa semana é de festa, tem o Palio di San Michele. Os bairros (“rione”), que sao quatro, competem de tres maneiras: tem o tal desfile, com direito a carro alegorico e tudo, os jogos medievais, e a corrida em torno da praça principal. A festa começou na sexta-feira; fui jantar na taverna do Rione San Rocco (onde eu moro) com a familia da Marta. Cada rione tem a sua taverna, com menu tipico umbro (pappardelle com ragu de javali, torta al testo com linguiça ou presunto cru com pecorino, bruschettas, sopa de trigo, etc). No sabado rolou um show na praça, um conjunto meio tabajara que cantou musicas anos 70 (leia-se musica gay) vestidos a carater, com direito a perucao black power e tudo. Soh nao dancei até me acabar porque o pessoal aqui nao tem aquela tendencia rebolativa que os brasileiros tem, e eu fico com vergonha de me empolgar sozinha. Faltava a Hunka; teriamos feito mil coreografias viadas juntas. De qualquer maneira, ri tanto que no dia seguinte tava sem voz.
Domingo foi dia de faxina: de manha cedo em casa, e mais tarde na casa do Mirco, pra pagar o favor que ele me fez dando banho no Leguinho no sabado ;) E à tarde fui trabalhar na loja do maluco do Fabrizio, com a Carmen. Passei em casa rapidinho pra trocar de roupa e lah fui eu pra praça ver o desfile.
Como a Marta comprou a “assinatura” dos bilhetes, ou seja, comprou bilhetes pros quatro desfiles, mas desfilava ontem, me cedeu o bilhete. E lah fui eu me sentar lah no alto da arquibancada do meio, com a minha landlady atras e uma vizinha ao lado. O desfile é uma coisa teatral misturada com numeros musicais, tudo extreeemamente tosco e amador, é claro. Eu tenho verdadeiro horror a teatro, de qualquer natureza e grau de profissionalidade, mas acabei me divertindo, principalmente quando um dos carros alegoricos, que soltava fogo, quase quase pegou fogo. Mas tudo bem, faz parte. A lenga-lenga durou quase uma hora e meia, ao fim da qual eu jah tava com dor na coluna e morrendo de sono.
Depois fiquei pensando na pequenez da cidade pequena. O pessoal aplaudiu e ficou maravilhado com um livro gigante tabajara colocado sobre o palco, que foi montado na frente da igreja, que se abria e fechava. Imagina se vissem uma aguia da Portela que soh falta revirar os olhinhos, ou um dos carros malucos da Mocidade com gente pendurada em tudo que é lugar e neon a dar com o pau, ou uma comissao de frente do Salgueiro, ou um casal de mestre-sala e porta-bandeira (que eu acho a coisa MAIS LINDA DO MUNDO). A qualidade de vida no interior é barbara, a tranquilidade é otima, mas a probabilidade de virar um idiota com antolhos é muito, mas muito grande.
(detalhe pra fantasia da Marta, que fazia o papel de uma das criadas de um estranho escritor ingles assolado por terriveis pesadelos. Marta de touquinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa)
Hoje nao fiz outra coisa que nao limpar, etiquetar, ensacar, encaixotar cartuchos, soh fui sentar a bunda no escritorio agora. To morta, e pretendo seriamente ir dormir às sete e meia da noite hoje.
Ontem à noite teve desfile em Bastia. Essa semana é de festa, tem o Palio di San Michele. Os bairros (“rione”), que sao quatro, competem de tres maneiras: tem o tal desfile, com direito a carro alegorico e tudo, os jogos medievais, e a corrida em torno da praça principal. A festa começou na sexta-feira; fui jantar na taverna do Rione San Rocco (onde eu moro) com a familia da Marta. Cada rione tem a sua taverna, com menu tipico umbro (pappardelle com ragu de javali, torta al testo com linguiça ou presunto cru com pecorino, bruschettas, sopa de trigo, etc). No sabado rolou um show na praça, um conjunto meio tabajara que cantou musicas anos 70 (leia-se musica gay) vestidos a carater, com direito a perucao black power e tudo. Soh nao dancei até me acabar porque o pessoal aqui nao tem aquela tendencia rebolativa que os brasileiros tem, e eu fico com vergonha de me empolgar sozinha. Faltava a Hunka; teriamos feito mil coreografias viadas juntas. De qualquer maneira, ri tanto que no dia seguinte tava sem voz.
Domingo foi dia de faxina: de manha cedo em casa, e mais tarde na casa do Mirco, pra pagar o favor que ele me fez dando banho no Leguinho no sabado ;) E à tarde fui trabalhar na loja do maluco do Fabrizio, com a Carmen. Passei em casa rapidinho pra trocar de roupa e lah fui eu pra praça ver o desfile.
Como a Marta comprou a “assinatura” dos bilhetes, ou seja, comprou bilhetes pros quatro desfiles, mas desfilava ontem, me cedeu o bilhete. E lah fui eu me sentar lah no alto da arquibancada do meio, com a minha landlady atras e uma vizinha ao lado. O desfile é uma coisa teatral misturada com numeros musicais, tudo extreeemamente tosco e amador, é claro. Eu tenho verdadeiro horror a teatro, de qualquer natureza e grau de profissionalidade, mas acabei me divertindo, principalmente quando um dos carros alegoricos, que soltava fogo, quase quase pegou fogo. Mas tudo bem, faz parte. A lenga-lenga durou quase uma hora e meia, ao fim da qual eu jah tava com dor na coluna e morrendo de sono.
Depois fiquei pensando na pequenez da cidade pequena. O pessoal aplaudiu e ficou maravilhado com um livro gigante tabajara colocado sobre o palco, que foi montado na frente da igreja, que se abria e fechava. Imagina se vissem uma aguia da Portela que soh falta revirar os olhinhos, ou um dos carros malucos da Mocidade com gente pendurada em tudo que é lugar e neon a dar com o pau, ou uma comissao de frente do Salgueiro, ou um casal de mestre-sala e porta-bandeira (que eu acho a coisa MAIS LINDA DO MUNDO). A qualidade de vida no interior é barbara, a tranquilidade é otima, mas a probabilidade de virar um idiota com antolhos é muito, mas muito grande.
(detalhe pra fantasia da Marta, que fazia o papel de uma das criadas de um estranho escritor ingles assolado por terriveis pesadelos. Marta de touquinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa)
Hoje nao fiz outra coisa que nao limpar, etiquetar, ensacar, encaixotar cartuchos, soh fui sentar a bunda no escritorio agora. To morta, e pretendo seriamente ir dormir às sete e meia da noite hoje.
Meu corpitcho é feinho mas não me deixa na mão: meu cotovelo já tá bom de novo. Movimentando-se muito bem, obrigada. Acho que nem hematoma vai ficar pra contar a história.
Gente auto-curante é isso aí.
**
Leiam. Além de ter um sorriso parecido com o da Hunka, é mal-humorada na dose justa, escreve bem e é engraçada. LEIAM.
**
Leiam a Flavinha também.
Meu corpitcho é feinho mas não me deixa na mão: meu cotovelo já tá bom de novo. Movimentando-se muito bem, obrigada. Acho que nem hematoma vai ficar pra contar a história.
Gente auto-curante é isso aí.
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Leiam. Além de ter um sorriso parecido com o da Hunka, é mal-humorada na dose justa, escreve bem e é engraçada. LEIAM.
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Leiam a Flavinha também.