Quarta-feira está rapidamente se tornando o pior dia da semana, à medida em que se aproxima o fim da temporada de Cascia. A tarde é completamente cheia, sem tempo nem pra fazer xixi, e ainda por cima à noite não tem NADA pra ver na televisão.

E a festa da primavera continua.

superpescheria

Descobrimos uma peixaria em Bastiola que é um show. Tudo congelado, mas congelado de um jeito esquisito, tipo supercongelado: como em A Lamb to the Slaughter do Roald Dahl, uma paulada na cabeça com um pedaço de bacalhau congelado é trauma craniano letal na certa, porque os bichos ficam mais duros que pedra. Os camarõezinhos todos congelados um a um, parecendo balinhas de jujuba que você pega com a pazinha de plástico e bota no saco. Uma variedade de coisas impressionante! Dá vontade de sair comprando tudo, desde as combinações de frutos do mar pra fazer macarrão, risoto e antipasto até os peixes em filé pra fazer no forno com batata e alecrim. Acabamos comprando camarão e mexilhões com aspargos e umas lulas pra rechear. Diliça!

E jantamos na casa da FeRnanda, pra mamãe conhecer Ripa na chulipa. Ficou encantada, porque Ripa é uma fofura mesmo.

bosta

Fiz uma boa prova de sociologia hoje. Pena que provavelmente não vou aproveitar pra nada, visto que provavelmente vou ter que desistir de tudo e recomeçar ano que vem por causa dos problemas burocráticos de sempre. À tarde dei a aula mais chata do mundo, pro aluno mais chato e burro do mundo. Pra comemorar o dia legal, jantamos na nossa pizzaria preferida, que pela primeira vez nos decepcionou. Simplesmente esqueceram de pôr topping na metade da minha pizza. Legal.

sabadão lento

Passei o dia inteeeeeeiro em casa mofando. Adoro sábados assim. Não saí nem pra correr porque ontem acho que não me aqueci direito e algum músculo interno da bacia tava doendo. Fiquei me divertindo montando cozinhas com o Kitchen Planner da IKEA, estudei um pouco de Teorie e Tecniche di Comunicazione di Massa, vi algumas porcarias na televisão. Nem precisei me preocupar com o almoço, porque ainda tinha molho de ganso congelado do almoço de primeiro de maio. Dormimos a tarde inteira, jantamos piadina em casa mesmo e fomos dormir vendo X-Men 2 no DVD. Ócio total. Amo.

aaaaaaah diliça!

Como é bom andar de bicicleta quando o tempo está legal! O sol já queima a pele, mas um bom filtro solar resolve; de qualquer modo, o ar ainda é fresco o suficiente pra permitir que você chegue ao destino sem estar toda suada. Tudo bem que eu não suo quase nada, mas com a temperatura mais amena eu não fico nem vermelhona.

Escolhi a estrada mais longa pra chegar aos correios. Toda a cidade cheira a jasmim. Os choupos já estão soprando no ar suas bolinhas de paina, e parece que está nevando. O riacho que corta Bastia está verdinho e calmo, e as patinhas e as cisnas ficam dando voltas com seus filhotinhos na água calma como piscina, ali onde os velhinhos vão pescar. As andorinhas passeiam pelos céus fazendo escândalo (aqui diz-se que uma andorinha não faz primavera…).

Ainda consegui a proeza de almoçar em casa. Fiz filé de merluzo cozido no vinho branco com alho e alecrim, acompanhado de pirê de batata e salada. Cosa vuoi più dalla vita? Un amaro Lucanoooooooooo…

domingão

Queríamos ir à IKEA pra namorar as cozinhas, mas como minha mãe está vindo pra cá e nunca foi à IKEA, resolvemos deixar pra ir com ela. Então levantamos tarde e nem tomamos café.

Chegamos na Arianna pro almoço cheios de amor pra dar, mas em vez da tradicional pasta fatta in casa almoçamos os restos da lasagna que eles jantaram ontem e um prato de minestra (sopa de massinha), porque estavam todos ocupadíssimos preparando o cordeiro pro almoço de amanhã.

Pra compensar, fomos jantar no Terziere, aquele em Trevi, com Marco e Michela. Repetimos o risoto com queijo cremoso e trufas da outra vez, delicioso. Nem pedimos o secondo porque a porção é bem abundante.

E acabou o domingo.

festa della liberazione

Adoro feriado no meio da semana, mesmo sem viagem. Terminei La Concessione del Telefono, do Camilleri, enquanto o Mirco roncava no sofá; comecei The Cement Garden, que è bem interessante, e mais tarde fomos pra Arianna. Ainda tava cedo, então fomos dar uma volta com Leguinho e Demo, ainda macios e brilhantes do banho de domingo. Um mormaço chato que cegava a gente, mas pelo menos não tava nem frio nem muito calor. Almoçamos tagliatelle fatte in casa com prosciutto crudo e aspargos, pra variar do molho de tomate, e como o papo com o Ettore tava começando a nos irritar, saímos correndo pra casa. Passamos na locadora pra pegar Ice Age, que não tínhamos visto, Mirco dormiu no meio, terminei de ver o filme, fui ler, lá pras seis ele acordou, terminou de ver o filme, jantamos carne assada com farofa e batata e fomos pro cinema ver Ice Age 2 que é muito engraçado. A dublagem não é ruim, tenho que admitir; a dubladora da mamuta é a mesma da peixinha maluca de Nemo, e a mulher é muito foda. E depois casa e caminha, que amanhã se recomeça.

domingão

Domingo bobo. Acordei cedo, fui correr, tomei banho e fui estudar sociologia pra prova escrita de segunda-feira. Mirco só foi acordar depois do meio-dia e fomos pra Arianna almoçar. Primeiro almoço a céu aberto do ano, obá! Lasagna, costeletas de cordeiro na churrasqueira e batatas assadas. Aproveitamos pra lavar os cachorros, que estavam fedendo feito cabritos.

Arianna me deu um vasinho de manjericão e um de aipo. Em casa transplantei o aipo pra um vaso maior, pra ele poder crescer direito, e deixei-o na varanda da sala, que pega o sol da manhã e onde ficam os outros vasos de temperos e os dois vasões de cravos. Botei o manjericão, que precisa de muito sol, na varanda do quarto, pra pegar o sol forte da tarde. Arrumei melhor as outras plantas, todas gordas; são menos carentes e precisam de menos manutenção. Tirei fotos pra ir acompanhando o crescimento. É engraçado, mas eu acho todas tão bonitinhas que toda hora vou lá na varanda ver :)

ensaboa, mulata

Arrumamos uma faxineira.

Mirco se assustou muito com a minha última crise de enxaqueca, porque cheguei a meio que delirar de tanta dor. Ele acha, em parte com razão, que as crises vêm quando estou estressada e/ou cansada demais, então resolveu chamar alguém pra limpar a casa. É uma romena chamada Monica, muito esperta e com um italiano perfeito. Mora aqui perto, com um motorista de caminhão, também romeno, que trabalha com o pai e o irmão do Dejan, aquele menino sérvio que trabalha pro Mirco. A empresa de transporte onde eles todos trabalham é cliente do Mirco, por sinal; aqui é tudo assim, todo mundo conhece todo mundo, e quando aparece cliente novo, antes de aceitar o serviço, o Mirco sai ligando pra cima e pra baixo pra saber quem é fulano, se paga direito, se é picareta e coisa e tal. Enfim, a garota então é de confiança, e já tinha ido fazer faxina na oficina e o Mirco deu o OK. Quando era pequeno, ele vivia na oficina do Ettore, e, enquanto não podia trabalhar direito porque era pequeno demais, fazia a limpeza, então é sempre ele que dá o OK pra eventuais faxineiros, e ser limpo é condição fundamental pra contratação de qualquer operário. Dado o OK pra Monica, lá veio ela. Quando chegou eu tinha acabado de voltar da corrida, estava toda descabelada e com o rosto vermelho (eu praticamente não suo, só vasodilato). Mostrei onde estavam todos os produtos de limpeza e deixei-a cuidando dos banheiros enquanto fui de bici aos correios pegar o pacote que meu pai tinha me mandado (os CDs novos da Marisa Monte). Aproveitei pra ir ao contador também, deixar meus contra-cheques e tirar umas dúvidas, e quando cheguei em casa a Monica já tinha quase terminado a zona notte (quartos e banheiros) e tava passando pra sala e pra cozinha. Ficamos batendo papo, ela limpando a cozinha e eu plantando mais duas piante grasse na varanda, até meio-dia, quando ela foi embora e eu fui tomar banho e almoçar pra ir pro trabalho.

Nem acredito que a casa está um brinco e eu não precisei mover uma palha. Fazer faxina nesse apartamento estúpido, mal dividido e mal decorado está ficando mais difícil a cada dia que passa, não tenho mais paciência mesmo, então é bom ter alguém pra ajudar. Faxina feita hoje significa sábado de manhã livre, o que cai como uma luva, visto que tenho que ir à Marini Edilizia escolher azulejos e piso frio pra casa nova. Também precisaria estudar, porque segunda-feira tem prova de sociologia, mas enfim…

as lesmas

Que diliça ir correr de manhã cedo, quando o ar é fresco e o sol não queima, ouvindo Sugababes e Elvis e The Pretenders no mp3 player!

Já falei aqui que tem épocas em que a gente vê um porco-espinho morto atropelado a cada metro que faz. Parece que agora estamos no período das lesmas. O asfalto está coberto de manchas escuras, cada uma correspondendo a uma lesma esmagada. Tadinhas; corro olhando pro chão pra não pisar em nenhuma, mas são tantas! Lesmas ou minhocas, não sei direito, porque são meio rosadas mas não têm aquele movimento típico das minhocas, sei lá. Que diferença pode fazer pra uma minhoca estar num campo de trigo aqui ou num campo de trigo do outro lado da estrada, não sei dizer. Mas deve valer muito a pena, a julgar pela quantidade de tentativas…