Fui despedida hoje, por injustissima causa e pinimba do Chato Bafudo. Achei otimo. Nao tem coisa pior do que passar um terço da sua vida fazendo um trabalho que voce odeia, pra um chefe que voce absolutamente abomina, e ainda por cima ganhando pouco.

Agora é achar outra coisa, preferivelmente part-time, pra poder me dedicar aos estudos. Preciso voltar ao meio academico, vai que essa inguinorança da roça é contagiosa e eu fico monga que nem eles!

Fui despedida hoje, por injustissima causa e pinimba do Chato Bafudo. Achei otimo. Nao tem coisa pior do que passar um terço da sua vida fazendo um trabalho que voce odeia, pra um chefe que voce absolutamente abomina, e ainda por cima ganhando pouco.

Agora é achar outra coisa, preferivelmente part-time, pra poder me dedicar aos estudos. Preciso voltar ao meio academico, vai que essa inguinorança da roça é contagiosa e eu fico monga que nem eles!

O lanterneiro quer casar. Comigo.

Comigo. Não sei se rio, choro ou encho de porrada.

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Quinta-feira começamos a mudança do escritório. Lá fomos nós subir em escada pra descarregar caixas e mais caixas de toner, que obviamente vinham cheias de teias de aranha, aranhas vivas, aranhas mortas, cocô de rato, entre outras delícias. Cheguei em casa coberta de poeira e teia de aranha. Como tinha sido, por outros motivos, uma merda de dia (giornataccia ; o sufixo accio/accia significa uma merda. Um dia de merda é una giornataccia, um trabalho horrível é um lavoraccio, e così via), Samuele se ofereceu pra me levar ao cinema. Veio me buscar com um bouquet de rosas vermelhas, que agora repousam num vaso aqui em cima da minha nova escrivaninha. Não gosto de rosas, ainda mais vermelhas ? coisa mais novelesca e lugar-comum ainda não foi inventada. Como os caras que descarregaram os móveis aqui fizeram alguma cagada e mancharam um pedaço da escrivaninha-balcão (estou na reception, como eles dizem aqui, assim, sem traduzir), botei o vaso em cima pra cobrir. Então; fomos jantar no enonè, que já comentei aqui, comi tagliatelle all?uovo con crema di funghi porcini e funghi porcini (de-li-ci-o-sas!), depois fomos ver Kill Bill. Achei bobérrimo. Visualmente tem grandes sacadas, mas os chafarizes de sangue e os braços cortados são excessivos. Mas tudo bem. Só que a sessão era tarde e fui dormir lá pra uma e meia da manhã.

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Sexta-feira foi ooooo dia da mudança. Passamos o dia inteiro desmontando coisas, remontando coisas, achando coisas, perdendo coisas, enchendo caixas, carregando furgão, descarregando furgão, limpando chão, tirando pó, arrumando escrivaninhas, fazendo inventário. O novo escritório ficou lindo, minha escrivaninha-balcão-reception é enorme e cheia de lugar pra botar todas as minhas coisas, meu computador é novinho, minha impressora idem, o aquecimento funciona bem e por isso não precisamos mais trabalhar de casacão. Só que ainda não ajeitaram a internet ? só o computador do Segundo Chefe está conectado. A vista não é uma Brastemp ? estamos na zona industrial de uma cidadezinha pequena, em torno só há campos ainda não cultivados, algumas casas espalhadas, e MUUUUITA neblina. O dia foi causativo e fui dormir cedo.

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Sábado fui dispensada do trabalho na loja à tarde, então trabalhei no almoxarifado, ajudando a botar em ordem a tralha, das sete e meia da manhã às seis e meia da tarde. Pelo menos toda a parte de papelaria e material de escritório ficou arrumadinha.

À noite Massimo veio me pegar. Queríamos ir ao cinema ver Mystic River, mas tava lotadaço e não rolou. Fomos pra um pub em Perugia bater papo, comer uma piadina com salame picante e mozzarella e beber Pepsi. Só que eu esqueço que não posso mais ir a esses lugares; a fumaça de cigarro é tanta que no dia seguinte fico completamente enjoada e não consigo comer nada.

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Domingo trabalhei na loja de uma da tarde às sete e meia da noite, com a Claudia, que foi embora às três e meia, e com a Carmen. Foi um dia chatérrimo, de tempo feio e frio, pouca gente na rua, poucos clientes, poucas vendas, pouco tudo. Fui pra casa, dei uma dormidinha básica, e às onze Massimo veio me pegar. Eu, linda, sílfide decotada, esqueci que as calças estão caindo perna abaixo e acabam arrastando no chao, e tropecei várias vezes, mas é só um detalhe. Encontramos Claudia e quatro amigas (uma maaaaaais lindja que a outra, cruz-credo) no Velvet, boate super fashion de Perugia. Domingo à noite no Velvet é noite de música anos 80. Engraçado que além dos clássicos Prince, as velhas da Madonna, Walk Like an Egyptian e outros, rolou muita coisa que o pessoal dançava pulando e cantava cheio de alegria mas que eu nunca ouvi? Gozado isso. Fora as musicas italianas da época, que faziam o pessoal dar gritinhos e dançar como loucos ? sacam a reação da galera em fim de festa quanto começa a tocar abram suas asas, soltem suas feras? Então. Samuele apareceu meteoricamente, mas depois foi pra casa (e se deu mal, bateu com o carro). Acabei indo embora cedo, por motivos lanterneirídicos, mas não dormi nada, ainda por motivos lanterneirídicos.

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E ontem foi o primeiro dia operativo aqui no novo escritório. Quer dizer, operativo my ass, porque não fiz nada além de montar escrivaninhas, instalar impressoras, instalar programa de compatibilidade de cartuchos, fazer listas do que tá faltando, etc. Capotei cedo na cama, mas hoje ainda estou com dor de cabeça. Uma noite mal dormida me destrói totalmente.

Ontem também chegaram as revistas totalmente viadas que a Marcinha mandou! Uma mais viada que a outra, bem mulherzinha mode on: Elle, Marie Claire, Nova, a revista dos Vigilantes do Peso? Hoje já tenho leitura construtiva antes de dormir! :)

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Não tenho cachorro, tenho um grifo, uma quimera. Legolas é parte gato, porque adora se esfregar nas pessoas, e é louco por um peixinho. É parte sapo, porque come moscas e grilos. É parte cupim, porque mastiga madeira com uma facilidade… É parte coelho, porque ama cenoura, brócolis, couve-flor.