De manha pedalei até Santa

De manha pedalei até Santa Maria pra dar banho no Legolas, que ficou lindo preto veludo reluzente de novo (mas soh vai durar até amanha… Na primeira rolada no chao da oficina vai ficar todo “russo” e empoeirado de novo), e acabei ficando pro almoço. Lanterneiro nao deu sinal de vida, e todos – eu e os ex-sogros – achamos otimo. Depois rolou cinema, sessao das sete, com a FeRnanda e o namorado. Vimos X-Men 2. Comentarios: o trailer de Matrix Reloaded é foda. A abertura de X-Men 2 é cafona. Nao gostei do ator que faz o Nightcrawler e nao me lembro daqueles simbolos no corpo dele, mas ele seeeeempre foi um dos meus grandes preferidos, e adorei ve-lo na tela. A Mistica é foda. O Wolverine é o foda-mor. O Ciclope é um bobalhao. Adoro a Rogue :) Hale Berry fica bem de cabelo comprido, mesmo sendo branco. Roupa de couro é desconfortavel e cineticamente limitante, mas eu quero muito uma jaqueta-uniforme X-Men. Magneto é o super hiper mega foda. Adorei ver a Kitty Pride, ainda que rapidinho. O Colossus é gostosao. O cara que faz o Senador Kelly é a cara do Senador Kelly dos quadrinhos. O roteiro é bem maneiro. Nao entendi aquela chinesa-wolverina. Nao gosto da Jean Grey, nao tem jeito. Mas a revista do casamento dela com o bobalhao do Ciclope é uma das coisas mais maneiras que eu jah vi. Jah falei, mas nao custa repetir: Wolverine é muito foda. Concordo com a Anna: eu também queria ser mutante…

Agora é esperar pelo terceiro filme… E pelo Gambit. Sempre fui apaixonada pelo Gambit. Se a apariçao do nome verdadeiro dele na lista de mutantes que a Mistica xeretou no escritorio, antes de encontrar a planta do Cerebro 2, é uma indicaçao de uma apariçao dele no proximo filme, jah estou felicissima :)

Ai como eu fico contente quando saio do cinema satisfeita! :)))

Dia de socializaçao intensa (ou

Dia de socializaçao intensa (ou nao): saih de casa às oito pra chegar às nove à estaçao de Bastia, peguei o trem pra Perugia que atrasou meia hora, cheguei no salao de beleza do lado da Università per Stranieri e esperei meia hora. Espichei o pichete, como diz minha mae, e aproveitei o ensejo e cortei também. Na saida me deu um insight e liguei pra Iskra, a Bulgara Que Nao Come, a unica remanescente da nossa turma em Perugia. Nos encontramos, ficamos batendo papo num café, contando nossas agruras pessoais – que sao muitas… Peguei o trem pra Ellera, e no meio da viagem de 8 minutos liga a FeRnanda, a brasileira de Bastia: entediada porque o namorado tava trabalhando, ela dando voltas de carro a esmo por aih pra se distrair. Dei as instruçoes pra chegar ao cinema, onde eu tava indo; dei umas rodadas na livraria, na Benetton, nas outras lojas estranhas do shopping, e daqui a pouco ela chegou. Ficamos horas fofocando, andamos de carro pra passar o tempo, voltamos, fofocamos, tricotamos, conversamos. O filme – uma porcaria – foi aquele de como espantar um homem em dez dias, sei lah. Como se eu precisasse de instruçoes. Depois do filme passamos aqui em casa pra pegar o unico limao remanescente e a garrafa de 51 e fomos pra casa dela. Dali a pouco chegou o namorado dela com um amigo meio riponga. Cade o açucar pra fazer caipirinha? Nao tem. Lah fomos nos pedir açucar pras senhoras brasileiras que moram no prédio atras do da Fernanda. Voltamos, fizemos as caipirinhas, ouvimos musica brasileira, eles fumaram muito e ainda estou meio intoxicada (faz tempo que eu nao mando os fumantes do mundo tomarem no cu, né? Entao mando agora: vao todos tomar no cu, seus fdp intoxicadores!). O apartamento deles é uma gracinha! Quero ser vizinha deles, alguém acende uma velinha pra mim por favor pra ver se alguém libera um apartamento ali no prédio deles? Saimos de casa pra procurar um barzinho; o Queen, aqui perto de casa, nao soh é pura fumaça de cigarro, mas tem musica gritante que nao te deixa nem raciocinar. Eles foram procurar outro lugar, eu fui ficando com soninho e vim pra casa dormir.

Ou nao.

A unica coisa boa de

A unica coisa boa de levar um Grande Choque Emocionalmente Avassalador é que voce dah aquela acordada pra vida basica, inevitavel pra quem é mais ou menos espertinho – e eu me considero bem espertinha. Estou me concentrando mais no trabalho, empolgada mesmo, apesar de ser um saco o que eu faço. Escritorio sucks. Estou me concentrando nas novas amizades, consolidando as mais velhinhas. Agora que estou trabalhando full-time, se tiver que fazer ida e volta duas vezes por dia de bicicleta nao tenho tempo de almoçar (fora o fato de que minhas pernas provavelmente iriam simplesmente cair, depois de um certo tempo. Ando com o maior pique ultimamente, logico, mas mais do que o que eu jah estou fazendo me deixa cansada, e nao “energizada”). Entao combinei com a Marta, que mora no centro de Bastia e estah no caminho do meu trajeto até o trabalho, que eu vou de bici até a casa dela, deixo a bichinha na garagem, vou com ela até o trabalho, na hora do almoço volto com ela, pego a bici, venho pra casa almoçar sozinha, etc etc. Hoje foi o primeiro dia desse esquema, e a mae dela, uma bonitona muito simpatica (alias, a familia dela é fabulosa), ligou pro escritorio lah pras dez dizendo pra eu vir almoçar. Falei que nao tinha problema almoçar em casa, jah que eu tinha deixado tudo pronto desde ontem (as batatas com alecrim que o lanterneiro nao comeu). Ela insistiu: deixa o almoço pro jantar e vem comer aqui! Tudo bem, né, me chamar pra comer é o jeito certo de me ganhar… ;)

Lah fui eu almoçar na casa da Marta. Por conta dos papos na mesa, um telefonema pra cah, uma idéia pra lah, um conhecido aqui, um amigo lah, jah tenho apartamento pra alugar, mas soh a partir de agosto, inclusive com lugar – e companhia: um boxer fofo – pro Legolas! E bem atras da casa da Marta, ou seja, no famigerado “centro nervoso” de Bastia, do lado do supermercado, do cinema, da praça principal… Se a joaninha que caiu dentro do meu olho agora quando eu voltava pra casa é realmente sinal de boa sorte, o dono do apartamento vai me adorar e nem vai pensar em alugar pra mais alguém.

E essa semana quem andou me dando carona foi a micro-mulher sarda, a que faz os cartuchos de inkjet. Ela é realmente microscopica (usa duas almofadas pra dirigir) e super estressada, mas é um amor de pessoa! Ficou com pena da distancia que eu tenho que pedalar todo dia e pra compensar me deu de presente um pao sardo, que é fininho, tem gosto de torrada, o nome eu esqueci, e estou comendo agora com Philadelphia, e uns biscoitos doces sardos muito esquisitos que ainda nao tive coragem de comer.

A menina das calças douradas jah se ofereceu, junto com a Marta, pra fazer minha mudança, quando rolar.

Agora soh falta eu tomar vergonha na cara e parar de comer Nutella.

Acordo cedo, fico enrolando na

Acordo cedo, fico enrolando na cama (leia-se sofah), vendo TV, até tarde. Roupa de ginastica, proteçao solar 50 (um colega de trabalho outro dia disse que eu jah to ficando morena por conta do passeio diario de bicicleta. Fiquei apavorada, um dos grandes medos da minha vida é ficar moreninha), mp3 player, lah fui eu encarar o percurso de mais ou menos 7 km até Torgiano, pra visitar meu cachorro na oficina. O dia lindo, meio abafado por conta do vento Scirocco que vem da Africa, um sol danado. Como é bom sentir calorzinho de leve depois de MESES de inverno! Quando saio de casa to ouvindo Ring My Bell, mas logo chegando à estrada a Aretha Franklin jah tah cantando nos meus zovidos (R-E-S-P-E-C-T. Muito adequado.). Continua cantando, depois vem a CeCe Penniston. Carros passam voando, eu nem ligo. Observo que a temporada de reproduçao das Minhocas Umbras jah deve ter acabado, nao vejo mais nenhuma morta na estrada. Agora é a temporada Porco-Espinho e Camaleao, duzias desses bichos atravessando a estrada, ou mortos claramente na tentativa de faze-lo. Faço uma curvona, jah tah rolando Gloria Gaynor. O vento começa a soprar contra, eu, teimosa e em processo de auto-flagelaçao declarada, nao mudo a marcha, nem reduzo a velocidade; penso nos meus quadriceps femorais dando duro, coitados, contraindo, contraindo feito doidos, as pedaladas sempre iguais, no ritmo da musica, o acido lactico chegando, a ardencia crescendo, vai, mula, quem mandou ser burra, vai, pedala, sente dor, muita dor, vai, vai! Passo em frente à casa do prefeito (em italiano se chama “sindaco”, acho super Didi Mocoh), logo depois tem uma ladeirona, o vento ainda contra, nao tem jeito, tem que mudar a marcha. Por sorte Bangles começa a cantar, walk like an egyptian, dah vontade de fazer pose de hieroglifo e sair dançando feito uma retardada. Quando a ladeira termina jah estou com os Pretenders in the middle of the road, jah vejo a torre que dah nome à cidade, jah vejo os janeloes altos da oficina. Chego lah ouvindo Tom Jones, nao vejo meu cachorro. O lanterneiro sai da oficina pra esclarecer: o Legolas tah com o pai dele, que fica com pena e o leva pra casa toda noite agora, e hoje ainda nao chegou pra trabalhar. Vou passar aspirador no escritorio e no “quarto” do Legolas, totalmente cobertos de pelo. Solto a dalmata do estacionamento de onibus em frente, ela me adora, virei sua idola desde a Pascoa, quando a soltei da corrente pra brincar com o Leguinho, e dei comida e troquei a agua. Brincamos um pouco, mas ela é uma mala, muito agitada, e sujéééérrima (domingo vou dar banho no Legolas e ela vai entrar no lote também, nao quero nem saber). Manobro o caminhao (aquele) pra perto de uma tomada, aspiro mais uns quilos de pelo do Legolas. Ettore chega com “o clero”, como diz a Arianna, todos os 4 cachorros; brinco com o Leguinho um pouco, tah tarde, to com fome, tenho roupa pra passar, faxina pra fazer e coisas pra remoer. Vao todos almoçar fora, almoço do dia do trabalho pago pelo patrao, ano passado foi otimo. Deixamos os cachorros todos na oficina, pego a bicicleta, volto pra casa. Quando os Commitments terminam Too Many Fish in the Sea (também muito apropriado) desligo o bichinho, fico curtindo o silencio da roça, o vento morno na cara. Uma cobrinha verde bonitinha atravessa na minha frente. Chego em casa coberta de insetinhos. Dizem que joaninha dah sorte, eu tomei uma chuva de joaninha hoje, vamos ver se dah certo. Tomo um litro de agua mineral, depois iogurte de pessego com maracujah, depois sacrifico uma lata de guaranah Antarctica. Almoço a salada de macarrao que sobrou de ontem, com iogurte natural em vez de maionese ou creme de leite. Boto uns pedaços de lombo que o pai do Chefe Meio Idiota me deu de presente outro dia, porque to com preguiça de fazer carne. Sento no sofah e penso na vida, catatonica (eu, e nao a vida). Levanto horas depois, televisao ainda ligada. Faço faxina rapida. Passo quilos de roupa. As janelas estao todas abertas, que entre o Scirocco, e as moscas (jah falei que a Italia no verao parece a Etiopia? LOTADA de moscas?), termino com as roupas, vou tomar banho, sento de roupao no sofah, vendo porcarias na TV. Toca o telefone, é o engano de sempre: nao, aqui nao é o veterinario… Faço as unhas dos pés. E reparo que pela primeira vez desde, sei lah, outubro, NAO ESTOU USANDO MEIAS! Estou de havaianas dentro de casa, sem meia! E estou de short e manga curta! Puta que pariu, como é bom olhar pra baixo e ver seus dedinhos em vez de uma meia colorida (as minhas meias sao TODAS coloridas). Boto feijao preto pra cozinhar, cozinho batatas com alho e alecrim. Venho pro computador pela primeira vez hoje (ainda estou com os punhos doendo por conta daquela traduçao enorme e chata que andei fazendo). Acho a Lia, estamos falando de feijao pelo icq. Janto feijao com farinha. O lanterneiro manda SMS, nao vem pra jantar. Otimo, penso, assim as batatas ficam pro meu almoço-relampago de amanha. O peito de peru tah lah fora, dentro do seu Tupperware, descongelando com o vento africano, amanha é soh grelhar, botar as batatas e pronto. O feijao é pra congelar. Marta manda SMS, nao rola night hoje, o avoh tah doente. A tv lah da sala diz que a Marianella saiu do Grande Fratello (sim, eles traduziram Big Brother), eu nem sei quem é Marianella, mas sei que ficaram uma americana, uma macho-man romana com nariz de tomada, um porra-louca e um cara lindo.

E a dor no peito, que jah tinha passado, voltou, e vou dormir antes que eu morra.

E nao é que a

E nao é que a Tia Arminda respondeu? :)))))
(ver post do dia 15, o permalink nao tah funcionando. Esse blogger é coisa das Organizaçoes Tabajara, ninguèm me convence do contrario.)

E re-respondendo a ela lembrei do meu primeiro livro nao-Atica (todo mundo da minha geraçao sabe perfeitamente bem do que eu to falando: Lucia Ja-Vou-Indo, o Siri Rafael, A Curiosidade Recompensada, etc), mais grossinho, foi presente da Tia Aline, professora da primeira série. Eh o primeiro da série Grimble, e eu releio até hoje! (vejam a precocidade da menina: todo mundo na turma ainda lendo naquele estilo si-la-ba-por-si-la-ba, e eu lendo Grimble! Hohoho). A dedicatoria eu sei de cor, e começa assim: Leticia, minha borboletinha…

Teve a Salvadora, professora de Ciencias, que todo mundo adorava. Uma loirona alta. O filho dela dava aula de Educaçao Fisica.

Claro que professor chato e sacana também fica na memoria da gente pro resto da vida. O Luiz Eugenio, que dava aula de matematica. Que quando queria que a gente anotasse uma coisa importante, dizia: essa é uma observaçao coloridi-iis-iis-iissima! E que, antes de entregar o resultado das provas, dizia: cabeças vao rolar!

Tinha a Martinha, de Portugues, jah no primeiro cientifico, que dizia coisas engraçadissimas, a ponto da gente fazer um glossario Martinha-Portugues. Coisas tipo, “mas fulano é uma anta de tenis!”. O termo paca manca foi, acho, um resquicio dessa época. Ou nao, jah nao lembro mais. O marido dela foi nosso professor de Historia no Princesa.

Lembro do Tarso, jah no Princesa Isabel, com aqueles oculos super fundo de garrafa, e que sabia de cor todos os sobrenomes de todos os alunos e todas as notas que tiravamos nos simulados. E depois que saiam os resultados, chegava na sala e começava: Tavares (minha prima)! Tem que melhorar dois décimos, Tavares! Daquer (eu)! Quatro e setenta e dois, Daquer? Quequeisso, Daquer? Tinha o Artur, também de quimica, e a letra quadradinha dele. Tinha aquele maluco de Biologia que repetia seeeempre, com um vozeirao (ele era gordao): Voces pensam que eu comecei como uma celulinha e virei um celulao? Nao! Entao vamos explicar a mitose e a meiose…”.

Muita gente tem péssimas memorias da escola – meu pai inclusive, traumatizadissimo do Sao José – mas eu nao. Adorava o Andrews e me diverti muito no Princesa também, e como nunca fui paranoica com estudo, acho que me divertia mais do que a média, embora nunca tenha sido do tipo que faz besteira, vai expulso, “vai pra coordenaçao”, etc. Fora que o Andrews ali da Visconde é lindo, aquelas mangueiras enoooooormes que abrigavam morcegos (que quando resolviam sair em bando pra passear deixavam a escola toda em polvorosa), as jaqueiras carregadérrimas, o “campao”, a Mulher de Branco que assombrava o campao e ninguém tinha coragem de ir lah no alto pegar a bola quando ia parar lah, as salas de artes que ficavam no subsolo…

Bom ter boas memorias :)

Que tarde boa, a de

Que tarde boa, a de sexta-feira! A Fernanda, aquela brasileira, passou aqui com o namorado, o Fabio, cara super simpatico, como ela. Fomos pra Assis tomar uma cervejinha (eu no suco de laranja, odeio cerveja) no bar do lado da loja onde eu trabalhei. Ela me contou como chegou até mim: procurando por musicoterapia em Assis, foi parar no site do Fernando, no post que tinha o cartao-postal que eu mandei pra ele e um link pra cah. Esse mundo é um ovo mermo. Ficamos conversando, conversando, dando risada, quando vimos eram oito e meia e nos morrendo de fome. Ela ligou pra uma outra brasileira que mora lah pros lados de Santa Maria (onde eu morei), e ela e o marido vieram nos encontrar pra um jantar muuuuuuuuuito demorado, mas bom :)

Novos amigos revolucionam a vida da gente.