E aih um dia que

E aih um dia que jah era um dia de merda se transformou em um dia super merda com o vento gelado que nos traz a neve do Subasio. Sim, nevou ontem à noite. Sim, fez muito vento, muito barulho, muito frio. Sim, dormi sozinha em casa, no sofah pra ver TV, mas soh consegui dormir depois de 2 comprimidos de Fenergan. O mesmo que o meu cachorro tomou pra ficar grogue no aviao.

Me dei de presente um

Me dei de presente um almoço sem parmesao.

Fiz quibe frito, batata ao forno com alecrim, descongelei e esquentei arroz e lentilha, lavei umas alfacinhas soh pra constar. Comi dois pratoes, pra compensar o nao-jantar de ontem e o nao-café da manha de hoje. Ainda sobrou quibe pra congelar, arroz e lentilha pro jantar. Pena que nao tem sobremesa nenhuma.

Uma pilha de roupa pra passar, e essa dor de garganta e esse mal-estar que nao vao embora. Acho que vou dormir.

Entao. Hoje felizmente aquele vento

Entao.

Hoje felizmente aquele vento maldito deu uma trégua e o dia foi lindo. Saih de casa antes das sete, sendo que acordei às 4:30 junto com Baldo que partiu pra Frankfurt pro fim de semana. Andei 40 minutos no frio até a estaçao de Bastia. Fora a expulsao de tres bolivianos/colombianos/coisa que o valha do trem porque estavam sem bilhete, sem dinheiro e sem documento, a viagem foi light, dormi um pouquinho e tudo, nada de atraso, milagre. Chego na estaçao em Firenze, encontro as meninas e vamos correndo procurar um banheiro porque tava todo mundo apertada. A soluçao, como sempre, foi o banheiro do McDonalds. Soh por oferecerem esse serviço higienico, digamos assim, eu jah sou contra o boicote ;)

Caminhando, caminhando, fomos parar em frente ao Palazzo Pitti,

onde tinha uma galera deitada pegando sol. Depois de muito fofocar, a fome bateu, e acabamos indo almoçar ali perto mesmo. Nada de mais: gnocchi al pesto pra uma, ravioli al ragù pra duas, risotto alla camponesa pra outra. Coelho assado pra mim e pra Fran, frango assado pra Anelise, batatas assadas pra todas. Tiramisù pra nos tres, morango com limao pra Adriana. E meio litro de vinho tinto.

Rodando pela cidade consegui fotografar algumas pérolas da moda italiana. Olha que sandalia mais tchutchuca (pra nao dizer anatomica…)

E, jah depois que o Alfredo da Ane tinha encontrado a gente na Piazza della Signoria,

onde continuavamos a sessao fofoca/assuntos transcendentais com a bunda no concreto gelado dos degraus, e depois de comprar tres meias coloridas na Calzedonia (fotos depois, nao to com saco), consegui fotografar as tais calças feitas exatamente pra entrar nas botas.

Mas o melhor mesmo foi esse lindissimo exemplo, que parece saido da pagina certo e errado da Capricho:

Demos a cagada de chegar na estaçao quando meu trem estava saindo (eu nao tinha olhado direito o horario e achava que saia lah pras 18:30, mas nao, bem antes), foi o tempo de subir no trem e partir.

Sento de frente pra um senhor que afagava os proprios bigodes ininterruptamente, ao lado de dois marroquinos produzidérrimos, e atras do senhor dos bigodes uma africana feia de doer, tao feia que eu pensei que fosse travesti. Tava cheia de malas e bolsas, e com um filhinho lindinho que ria e balbuciava sem parar e deixou todo mundo no vagao com um sorriso nos labios. O trem se aproxima de Perugia, ela tira de dentro de uma sacola um daqueles panos enormes coloridérrimos africanos, lindo, amarelo e vermelho. Bota o menino nas costas e o amarra com aquele pano. O menino, assanhadérrimo, começa a dançar. Ela pede ajuda aos marroquinos com as tralhas, eles também descem em Perugia e concordam em ajudar. A mulher é uma simpatia soh: diz que o menino tem oito meses (OITO MESES!, exclama o senhor de bigode. Mas é um bitelao!), que nao gosta de mamadeira e quando ve a bicha chegando fecha os olhos e a boca e se recusa a mamar, mas gosta de hamburger e spaghetti. Risada geral dentro do trem. Ela diz que é Nigeriana, e que o menino adora dançar, e que a dança tipica deles se chama samba (…). Os marroquinos pedem pra ela dançar, ela diz que sem musica nao é legal, mas dah uma sacudidinha basica e o menino começa a dar risada e a balançar os bracinhos. Descem todos em Perugia, fico sozinha no vagao, porque o trem prossegue até Foligno, e obviamente ninguém vai pra Foligno, o grosso dos passageiros desce em Perugia. Folheio uma revista que eu nunca tinha visto, deixada pelo velho dos bigodes. Leio rapidamente uma reportagem superficial sobre a Islandia, lembro que Baldo outro dia comentou que queria conhecer a Islandia. Nao levo a revista pra casa. A estaçao em Bastia é sempre deprimente, nao tem bilheteria, o bar fecha cedo, nao tem ninguém na rua. Viro à direita, subo a ladeira por tras dos correios, a ponte sobre o rio Chiascio, passo por baixo do viaduto da autostrada, vou seguindo pela Via Cipresso, carros passam a mil, ninguém para, nao tem luz, nao tem nada. Lembro que nao tem queijo nem presunto em casa, que merda de café da manha vou comer amanha, sem queijo e sem presunto. Penso no Legolas, que hoje nao ficou sozinho porque a mala do Ettore ficou lah o dia inteiro trabalhando, e levou os outros cachorros. Amanha vou dar um pulo a pé (mais 45 minutos ou mais) pra visita-lo. Pelo menos assim ficamos sozinhos juntos.

Mal deu pra agradecer às meninas pelo otimo dia, e ao Alfredo pelo suco de abacaxi… :) Me sinto menos sozinha depois desse dia todo falado em Portugues, embora a caminhada da estaçao tenha sido longa, cansativa, fria, e com um céu estrelado que deveria ser proibido de curtir sozinho, e embora o apartamento esteja vazio, frio e estranho.

Meus pés tao doendo PACAS. Jah tomei banho, nao comi porque nao to com fome (milagre!), estou entediada triste e com muita raiva, e vou dormir antes que eu comece a socar a parede.

Bas noite.

Por falar em peixe (ou

Por falar em peixe (ou nao) … Quase pronto o brodo pra minha sopinha vegetal. Vai ser jantar frugal, nao to com saco de cozinhar: sopinha basica, hamburger, salada. E jah tah muito bom.

Ah, conselho de amiga: se voce comprar parmesao fresco, tire do plastico logo e deixe em lugar seco e arejado pra maturar e secar. Senao voce corre o risco de descobrir, semanas depois, um bloco de material mofado fungico e fedorento em algum recanto da sua cozinha. E pensar que o tal pedaço do que um dia foi o parmigiano reggiano custou algo em torno de 10 € por quilo, na promoçao, dah até dor no peito.

Olho o calendario do escritorio

Olho o calendario do escritorio e vejo escrito:
jantar à base de peixe, 15 de abril

Depois é que eu lembrei que isso foi uma aposta que o CMI fez com o engenheiro responsavel pelo galpao pra onde vamos nos mudar. Se ficar pronto antes da metade de abril, o CMI paga um jantar à base de peixe (nao esqueçam que a Umbria nao tem mar, por isso peixe é caro) pro engenheiro. E vice-versa.

O galpao tah quase pronto. Acho que o engenheiro vai morrer numa grana. Jah vi o CMI comendo, no rodizio de frutos do mar da Marius Crustaceos no Rio, e sei de quantas lagostas ele é capaz.

Acabo de saber que o

Acabo de saber que o meu processo de regularizaçao chegou às maos de uma conhecida que trabalha na Policia Federal daqui. Agora soh resta saber se posso mudar de chefe, ou seja, transferir a regularizaçao de doméstica pra funcionaria aqui da empresa onde to trabalhando.

De qualquer forma, é uma bela noticia :)