Batendo papo com o Dudu,

Batendo papo com o Dudu, lembro que aqui em casa, ao contrario da TEJUCA, venta sempre. Tem uns prédios em frente, mas nao tao colados que impeçam a circulaçao do ar. Quando o vento sopra na direçao de Assis, escutamos a voz do alto-falante da estaçao:

– Si informa alla clientela che il treno regionale numero 12049 proveniente da Firenze diretto a Foligno viaggia con ritardo di circa 50 minuti.

Eu moro com um italiano

Eu moro com um italiano de 29 anos de sobrenome Balducci, que entra no quarto de manha sapateando bem quando estou passando de The Shadow of the Past pra Three is Company, me olha sério e diz: eu sou Joaquin Baldo Cortéz.

Entao tah.

TTT Muito bem, crianças… Vimos

TTT

Muito bem, crianças… Vimos as duas torres ontem, na sessao das 15:00 porque todas as outras estavam lotadas. E vamos à minha humble opinion.
Nao gostei. Quer dizer, gostei. Na verdade é um filme MUITO maneiro. Soh que nao é The Two Towers. Eh tao ridiculamente diferente do livro, tao além das adaptaçoes normalmente necessarias e compreensiveis pro cinema, que virou uma outra coisa. Eh um otimo filme de fantasia, soh que nao é The Two Towers. Mas destrinchemos a coisa:
Ridicularidades:
– A luta do Gandalf contra o Balrog (sendo que em italiano Balrog tem outro nome, que eu, ainda bem, nao fui capaz de identificar). Por que (circunflexo)? Um dos grandes mistérios do livro é como ele conseguiu se safar do Balrog. Estragaram tudo.
– Que beijaçao toda é aquela Arwen e Aragorn? Por favor, né… O mais legal do beijo do Faramir com a Eowyn no RoTK é que é o unico beijo do livro…
– O que foi aquela alteraçao da personalidade do Faramir?
– O QUE DIABOS AQUELE VIADO DO HALDIR FOI FAZER EM HELM’S DEEP? Toda a aloofness dos elfos em relaçao a Middle-Earth foi pro espaço.
– O Gollum ficou com cara de E.T. ou foi impressao minha? Sou mais o Dobby do Harry Potter.
– O QUE DIABOS FOI AQUELE EXORCISMO DO SARUMAN? Per carità
– Junto-me às vozes universais que se queixam da cena de skateboard do Legolas em Helm’s Deep.
– Gostei e nao gostei dos Ents. Sei lah.
– Estou desgostando cada vez mais da atuaçao do Elijah Woods. Toda aquela reviraçao de olhos em clima de transe estah dando nos nervos.
– O Aragorn podia ter lavado a cabeça quando chegou a Edoras… Com aquela barba e o cabelo engordurado daquele jeito tava mais com cara de boliviano do que de herdeiro de Numenor. Fora que o Viggo M. deve sofrer de algum tipo de paralisia dos musculos faciais, porque é absolutamente desprovido de expressao. Assim estilo Cigano Igor.
– Quem nao leu os livros nao tem absolutamente a menor sensaçao do tempo que passa. Tive que ficar explicando pro Mirco que os deslocamentos dos personagens duram meses, e nao horas.
– Dialogos absolutamente ridiculos, ABSOLUTAMENTE RIDICULOS.
– Os olhos do Legolas mudam de cor ou foi impressao minha?

O pior de todas essas coisas ridiculas é que eram absolutamente desnecessarias. Tipo, qual é a necessidade de botar aquele viadinho do Haldir em Helm’s Deep? Tudo bem, cada armadura élfica sen-sa-cio-nal, mas, repito, per carità

O que eu gostei:
– As armaduras dos elfos. Meudeeeeus….
– Os guerreiros de Harad, com os olhos cheios de kajal, chegando a Mordor. Totalmente talibans.
– Todo o figurino e a maquiagem do filme, que quase me levaram às lagrimas. (eu tenho um fraco por figurino…)
– A magnifica paisagem kiwi.
– Isengard, Helm’s Deep, Edoras. Viva Alan Lee.
– As cenas de batalha. Adoro cenas de batalha pré-polvora.

Curiosidades dobre a dublagem italiana:
– Pippin vira Pipino. Merry vira Méri. Socorro.
– Mister Frodo vira Padron Frodo.
– A voz do Gollum é dar doh (do dublador, nao do Gollum).
– Treebeard vira Barbalbero.
– The Black Gate vira Il Nero Portone.

Realmente preciso ir a Roma pra rever o filme em Ingles.
Como tradutora, soh tenho uma coisa a dizer: viva a versao original! E que se foda quem nao fala Ingles.

Querem uma critica decente?

E agora dah licença que tah um dia lindo, tem neve no Subasio e o ambiente outdoors me espera, embora esteja um frio do cacete. Buona domenica.

Da série Expressoes que eu

Da série Expressoes que eu Gostaria que Existissem em Outras Linguas:

– cor de burro quando foge
– eca!
– tudo que começa com ai (ai que linda essa bota, ai que cabelo horroroso, ai que saco, ai que vontade que da, ai que saudade do meu cachorro)
– saudade eu nem digo, porque eles aqui conhecem a palavra, e todo mundo que descobre que sou brasileira me pergunta logo se eu tenho saudade de casa. Logico que eles dizem “saudaje”, mas enfim. Acho bonitinho eles conhecerem a palavra :)

Da série Coisas Odiosas

Da série Coisas Odiosas Sobre a Italia, Além do Fato dos Italianos Fumarem Demais

O Sistema Bancario de Cro-Magnon

Eu jah devo ter comentado isso aqui, porque a coisa é tao ridicula que às vezes me dah vontade de chorar. Mas essa semana foi demais.

Tudo bem que o brasileiro usa cheque exageradamente, na minha humilde opiniao, mas aqui a coisa é de matar, porque praticamente soh as empresas usam cheque, pra pagar fornecedores etc. E a coisa funciona assim: no talao tem o numero da conta (que nao é impresso, mas FURADO no talao, a mao, numa maquininha do tempo de Dom Joao Charuto), mas nao o nome do titular. O dono da conta tem que assinar o cheque, logico, mas quem recebe também. E pra depositar o cheque o dono da conta a creditar tem que autorizar o banco a faze-lo.

A idéia deles de cheque em branco é escrever non-transferibile numa parte do cheque especialmente reservada pra isso. Mas outra pessoa pode descontar um cheque nominal, mesmo que nao seja pra ela, e ninguém pede documento. Outro dia fui trocar um cheque que era o salario de um dos marroquinos que trabalham pro Mirco. Nao acho qeu eu tenha cara de Nakkira, mas mesmo o cheque sendo nominal a ele me trocaram sem perguntar nada.

O cheque realmente em branco tem escrito M.M. na parte “pagar a”. M.M. significa “me medesimo”, ou mim mesmo. Em teoria qualquer pessoa com um cheque desses nas maos poderia descontar, né, jah que o destinatario nao é especificado. Mas naaaaao…

Ontem a mula do meu chefe me pagou com o cheque de um banco onde eu soh fui uma vez. Lah fui eu, toda fagueira, trocar o bichinho, e lah vem o Mirco cortando o meu barato:
– Onde voce vai?
– A (crase) Banca dell’Umbria, sacar o cheque, ué.
– Mas ninguém lah te conhece, nao vao trocar.

Na Italia é mais facil descontar um cheque nominal a uma outra pessoa do que um em branco.