E em fevereiro vou

E em fevereiro vou me mudar.

Achamos um apartamento na estrada que vai daqui a Torgiano, onde meu lanterneiro tem a oficina e onde a Lungarotti faz aqueles vinhos bons. Eh ainda dentro de Bastia, numa localidade chamada Cipresso (Cipreste, embora nao tenha nenhum por ali), e do outro lado da rua mora o meu chefe (nao a mula, o Fabrizio, dono da loja). Nao é muito perto de nada, mas em 5 minutos de carro estamos no centro de Bastia, e ali embaixo do apartamento tem um bar, uma papelaria, um ‘alimentare’ (uma mercearia, digamos), um dentista, um salao de beleza. Eh como uma ilhota na margem da estrada; da janela do que vai ser o nosso quarto vemos um pedaço da estrada e algumas belas casas em volta, e da sala se veem jardins lindos e varias belas casas em volta.

O apartamento tem dois quartos e dois banheiros, mas como o conceito de suite simplesmente nao existe por aqui, sao dois banheiros um do lado do outro, ridiculo. Tudo bem, a decoraçao é no melhor estilo moveis Gelli, de uma cafonice impar, mas pelo menos nao é um lugar mobilidado pra temporada, com coisas vagabundas e de vida curta, porque o que se espera de inquilinos meia-boca é tudo, menos conservaçao. Eu diria que é “cozy”, entendem? Se ve claramente que tem gente morando ali, morando mesmo, e nao passando seis meses enquanto nao acha coisa melhor, ou enquanto nao termina a faculdade. O casal dono do apartamento é super simpatico; ele é taxista aqui em Santa Maria, e a mulher é vendedora de uma lojona ali na estrada. Os dois filhos sao uma fofura.

Em fevereiro finalmente vou poder usar meu sabao liquido de ervas dO Boticario que eu trouxe particularmente pra botar no banheiro da MINHA casa!

Da série Meninos Eu Vi:

Da série Meninos Eu Vi:

A ineficiencia dos correios italianos é, espero, uma coisa universalmente conhecida. Mas hoje eles realmente se superaram. Fui mandar as comidinhas da Hunka, porque o ragù de pato que eu tinha mandado quebrou no caminho. A senhora atras do vidro faz um X sobre o remetente. Pergunto o porque (circunflexo), ela responde:
– Porque senao quem faz a entrega pode se enganar e mandar o pacote de volta pra voce, em vez de mandar pra Sao Paulo.

Tem vezes que eu acho que estou em Portugal.

Desde a Idade Média que

Desde a Idade Média que o periodo logo antes do inverno é o momento de matar porco, pra fazer os salames e presuntos e outros embutidos que durarao por todo o inverno. Hoje cheguei em casa no meio da tarde, voltando do trabalho numero 1, e vi um monte de carros parados no quintal. A Stefania me explicou: estao “norcineriando” o porco. Norcia é uma cidade aqui perto famosa em todo o pais pelos produtos suinos, tanto que se usa o termo “norcineria” pra embutidos e presuntos em geral. Desci até o porao, onde a mae do Mirco em geral faz a massa fresca, e vi 4 homens, dos quais um era um tio do Mirco que tem as maos maiores e o sorriso mais fofo que eu jah vi, desossando o pobre do porco. Eu fiz cara de “pobre porquinho” e um deles perguntou se eu era vegetariana. O tio do Mirco, que jah presenciou minha performance gastronomica em ocasioes de porchetta e de outras comidas boas, soltou uma risadona. Eu ri também, porque sequer insinuar um vegetarianismo da minha parte é HILARIO, mas tenho que admitir que a cena era meio dantesca, um facao sanguinolento naquelas maos enormes, carcaças de porco penduradas do teto, salames pra lah e pra cah…

Agora a discussao da noite é: as tripas bastam pra ensacar toda a salsicha e o salame?

(e pensar que eu jah tive minha época de chamar tripa de peritoneo…)

Mudando de assunto: hoje passou

Mudando de assunto: hoje passou uma senhora cantarolando uma versao de A Banda em italiano. Eu normalmente sou absolutamente alérgica a musica brasileira, e MPB me dah sintomas particularmente intensos, mas dA Banda eu gosto. Quando eu era pequena meu pai tocava violao e eu cantava, e essa era a nossa musica preferida (ou era a minha preferida, mais facil de cantar, e ele aturava, sei lah). Eh uma das memorias mais legais da minha infancia, junto com os esquilos do Jardim Botanico, os macaquinhos do Parque Lage, os G.I. Joe do meu irmao (ele me explicava a ficha técnica de cada um, eu conhecia todos, as armas especificas, os arqui-inimigos)…

:)

Tava pensando hoje, enquanto voltava

Tava pensando hoje, enquanto voltava pra casa em meio à neblina em Assis, sobre o manifesto daquela menina que tah na Suécia (depois boto o link). Acho que ela mandou benzao; que realmente o problema é a falta de oportunidade em provar que se é competente mesmo vindo do Terceiro Mundo. Mas acho também que estereotipos globais assim tao antigos dificilmente nao tem (circunflexo) base cientifica. Por exemplo: se diz que portugues é meio tapado. Tenho vaaaaarias pérolas sobre o assunto, mas a mais recente foi aquela com os portugueses no onibus (- Voces sao portugueses? – Sim! – De onde? – Portugal!). Diz-se que europeu nao gosta de tomar banho: basta entrar em qualquer hotel ou apartamento pra ver que o banheiro nao foi projetado por alguém que toma banho todo dia, ou basta dizer que lava o cabelo todos os dias pras mulheres fazerem cara de espanto e dizerem que faz mal, que lavar uma vez por semana é o suficiente. Dizemos que americano é meio ignorante – preciso citar exemplos?

O que eu quero dizer é: também fico puta da vida quando neguinho vem me tratando como brasileira bunduda – até porque eu sou absolutamente desbundada. Tipo, ontem fomos ver apartamento. Quando a dona do lugar descobriu que eu era brasileira, veio logo dizendo, “esse seu italiano é tao bonito, nao deixa ele escapar!”. Respondi na lata: “Eh mais facil eu achar outro lanterneiro do que ele achar uma outra médica poliglota, com a pele espetacular que eu tenho, a minha educaçao e a minha cultura, a minha velocidade de digitaçao e a minha imensa capacidade de adaptaçao e fast learning, darling.” Ora, mas faça-me o favor!

Soh que eu também sou preconceituosa, e levante o dedinho (nao o médio, por favor) quem nao é. Por exemplo: nao creio que eu contraria um sul-americano nao-brasileiro. Trabalhei com peruanos, colombianos e bolivianos no hospital e foi sempre um horror. Eram sujos, ensebados, nao sabiam nada de coisa nenhuma, e nem se davam ao trabalho de aprender Portugues antes de ir fazer o intercambio no Rio, o que eu acho de uma falta de educaçao IMPAR. Tenho certeza de que se eu fosse empresaria e me viesse um Gonzalez fazer entrevista, com aquela cara de inca e falando aquela lingua abominavel que é o espanhol, eu faria logo um X vermelhao, nao importando o quanto maravilhoso pudesse ser o curriculo. Sao paises que eu nao conheço in loco, mas que sei que sao mais pobres ainda do que o nosso, e embora minha mae tenha razao quando diz que a classe alta é sempre otima em qualquer lugar do mundo, tenho certeza de que nao conseguiria passar por cima das estatisticas e dos estereotipos.

Da mesma forma, é dificil pra um estrangeiro (o europeu médio ainda é melhorzinho, mas o americano…) nao pensar imediatamente em bunda quando ouve falar do Brasil. Acho um saco, mas entendo perfeitamente. O fato de ser mulher piora horrendamente a coisa, mas entendo; nao vou negar que conheço duzias de casos de brasileiras bundudas ignorantes ridiculas piranhas que arrumaram um gringo e se mudaram do Brasil – nao interessa se se mandaram pra dar uma de empregadinha, o que interessa é que infelizmente é esse tipo de gente que pica a mula e vai parar no exterior. Quando voltei pro Brasil em junho meu voo tava CHEIO dessa gentalha, e soh de ouvir os comentarios, sempre altissimos como convém a gente mal-educada, me vinham ondas de nauseas.

Conclusao: a culpa é nossa. Quem mandou nao educar o povo e difundir a bunda brasileira por aih?

Storia e Geografia Mas como

Storia e Geografia

Mas como é dificil encontrar um mapa decente da Italia na web! Achei esses tres aqui, todos meio estranhos, mas como eu nao estou em Roma nem Florença, que todo mundo conhece, esses vao servir pra explicar onde eu estou.

Esse é o mapa politico da Italia. O pais é dividido em regioes, nao em estados. Cada regiao tem um capoluogo (capo = cabeça ou chefe. Testa em italiano é cabeça, e eu ainda nao achei nada mais engraçado do que dizer ‘mal di testa’ significando dor de cabeça. Uma palavra umbra pra cabeça é capoccia, pronuncia capotcha), o equivalente à capital (aqui na Umbria é Perugia, o da Toscana é Firenze, o da Liguria é Genova, da Emilia-Romagna é Bologna, etc). Além do capoluogo, tem outras provincias, cidades grandinhas, embora aqui seja meio ridiculo falar de cidades grandinhas, jah que toda a Umbria, se nao me engano, tem 200.000 pessoas. Soh. A Umbria é aquela coisa cor de burro-quando-foge ali entalada entre aquele laranjao que é a Toscana, o turquesa xexelento que é Marche, e o amarelao, embaixo, que é o Lazio. Soh por curiosidade, aquele terremoto super tragico que matou criancinhas aconteceu no Molise, aquela coisa rosa-nota-fiscal mais pra baixo, perto do esporao da bota.

A outra provincia da Umbria, além de Perugia, é Terni. Abaixo das provincias tem os comunes. Eh aquele esquema de cidades-estado medievais, lembram? Tudo quanto é cidadezinha tem como referencia uma cidade maior, responde a essa cidade, o Comune. Por exemplo, eu estou em Santa Maria degli Angeli, que responde ao Comune de Assisi (que é considerado comune classe A pelo preço dos impostos que se pagam, MAS EH DE UM ATRASO ASSUSTADOR PORQUE EH INDIRETAMENTE CONTROLADO PELA IGREJA. Por exemplo, aqui nao tem cinema, porque os frades mandaram fechar. Nao tem boate, porque os frades mandaram fechar. Entenderam? A loja onde eu trabalho estah no centro de Assis, na Piazza del Comune. O prédio do Comune fica bem em frente à loja, do outro lado da praça. Mas ali soh se fazem mesmo os casamentos, congressos de politicos e outras coisas ridiculas. A administraçao mesmo fica no térreo de dois prédios residenciais aqui em frente de casa. Os cachorros daqui fazem xixi no gramado do Comune. Hah!

A cidade aqui do lado, Bastia Umbra, é um outro comune, e tem outras cidadezinhas microscopicas, que seriam meros bairros no Brasil, que respondem a ele – por exemplo, Tordibetto, que é um lugar aqui pertinho onde vamos sempre comer; tem um restaurante chamado Pic-Nic (nome mais brega, soh Vulcao das Massas) que tah sempre cheio mas é legal. Pois é, esses lugares que nao sao nada, que estao abaixo dos comunes, se chamam paesi – é, a mesma palavra pra pais. Tordibetto é menos que um paese: é um paesino, coitado.

Passemos ao mapa da Umbria. Mal dah pra ver porque o mapa é uma merda, mas o rio Tevere (Tiber, pra nos; aquele que passa em Roma) corta a regiao em duas partes. Perugia tah de um lado, Terni do outro. Sao as duas unicas provincias dessa regiao pouco populada,coitadinha, mas sao cidades rivais desde sempre, e o que tem em uma é desprezado pela outra. A gente na loja vende um doce de Terni chamado panpepato, que eu nunca comi mas deve ser uma delicia (uma mistura de chocolate amargo, nozes, castanhas, frutas secas, pimenta. Fora as frutas secas, que eu ABOMINO, o resto deve ser o oh do borogodoh). Quando eu comentei que tinha mandado um panpepato pra casa, pra minha mae e minha avoh, a mae do Mirco olhou indignada pra minha cara, como se eu tivesse cometido um crime: Mas panpepato é de Terni!

Tao vendo que tem um lago ali no canto? Se chama Trasimeno, e é lindissimo. Tem tres ilhotas no meio; eu conheço a Isola Maggiore, que tem tipo 30 habitantes (…). No verao os hotéis/albergues/pensoes/bed&breakfast ali em torno, em Magione, Passignano sul Trasimeno, Tuoro sul Trasimeno, Castiglione del Lago, etc, ficam lotados. Tem um monte de restaurantes ali em volta onde se come muito bem. Volta e meia dah uma louca no Mirco e resolvemos “ir ao Lago comer peixe”. Nao sei por que, mas acho essa frase tao caipira… Bem coisa de quem mora longe da praia mermo, sabe? Gente que diz, “vou ao mar esse fim de semana”. Tsc tsc.

Continuando na Umbria: a outra cidade maiorzinha aqui é Foligno, que eu, alias, nao conheço, mas reconheço o sotaque HEDIONDO dos habitantes. Absolutamente HEDIONDO. O de Perugia também nao é lah essas coisas, eles comem as vocais das palavras, e como a caracteristica mais bonita da lingua italiana é justamente o fato de ser tao vocalizada – nao existem palavras terminadas em consoante em italiano, por isso eles dizem bar-e e pullman-e e microsoft-a – a coisa fica ridicula. Por exemplo, meu chefe com a mulher, Rossella, no telefone:
– O Rossé! Penss che nun ss pò fà nient, capito?
Que em italiano standard seria:
– O Rossé! Penso che non si possa fare niente, capito?

Ou ontem, quando eu disse pra ele que nao ia trabalhar na semana do ano-novo porque vou pra Sicilia:
– Madonna puttana, ma io sto in mezz alla merd!

Aquele aviaozinho ali entre Assis e Perugia é o aeroporto de Santo Egidio, uma coisa ridicula. Vim uma vez de Milao pra cah de aviao. Quando vi o aviao achei que tavam de sacanagem com a minha cara, parecia de brinquedo. Mas o voo foi lindo – como o aviao era ridiculamente pequeno, voava baixo, e dava pra ver direitinho as casinhas lah embaixo, os carrinhos, as plantaçoes… Um amor :)

Ali embaixo de Perugia tem Torgiano, viram? Eh a sede da Lungarotti, e é onde o Mirco e o pai dele tem (circunflexo) a oficina (jah comentei que eles sao lanterneiros, nao?). Quando vou de Torgiano pra Perugia prefiro ir por dentro em vez de pegar a auto-estrada, que eles, na sua caipirice extrema, chamam de La Quattro Corsie (literalmente, A Quatro Pistas. Eh a unica auto-estrada por essas bandas. O coisa de deslumbrado…). Assim passo por dentro das plantaçoes de uva da Lungarotti, de onde saem o Rubesco e o Cabernet-Sauvignon que eu comprei no Ipercoop semana passada mas ainda nao abri…

Entre Foligno e Marsciano (pronunciam-se Folinho e Marchano, respectivamente) tem Montefalco, de onde sai aquele vinho ESTUPENDO LINDO MARAVILHOSO INIGUALAVEL SENSACIONAL, o Sagrantino. Jantamos lah uma vez, é uma coisa microscopica, mas a praça principal é uma das praças medievais mais bem conservadas dessa regiao. Lembro que comi uns gnocchi enormes, deliciosos; uma tagliata di manzo (uma carne de boi – manzo é carne de boi, aprendam, crianças – tabajara, dura feito pedra, ao ponto, invariavelmente servida com um monte de vinagre, ARGH, numa caminha de rucola, BLERGH), e um vinho muito bom, embora na época eu nao soubesse identificar o que era.

Mais pra esquerda, quase no Lazio, tem Orvieto, que conheci com a Ria, filipina, e a Susanne, suiça – ai que saudades! A cidade fica em cima de um planaltao de pedra, a estaçao do trem é lah embaixo e tem que pegar uma funiculare, tipo um bondinho, pra subir. Tem uma das igrejas mais lindas da Italia, segundo especialistas – e eu concordo.

Lah no alto tem Gubbio, que conheci com a Susanne e a Linh, vietnamita. Eh uma gracinha, mas é mais conhecida pela corrida maluca que rola em maio, se nao me engano. Sao os famosos Ceri (pronuncia tcheri, ‘e’ fechado) di Gubbio, que sao uns troços enormes, parecem uns castiçais gigantes, que tres grupos de homens vestidos de cores diferentes e com santos padroeiros diferentes levam pra igreja no alto de uma escadaria, CORRENDO. Os castiçais sao realmente GIGANTESCOS, de madeira, e devem pesar mooooito. O Silvio, aquele de SC que estudou comigo, foi lah conferir, disse que é uma coisa de louco, uma quantidade de gente na rua que nao se caminha. Os Ceri sao tao conhecidos que uma versao estilizada deles é o logo da Regione Umbria.

Spoleto, ali embaixo, de onde veio o nome daqueles restaurantes no Rio (porque uma cadeia de restaurantes chamada Gualdo Tadino seria um fracasso imediato), é uma das cidades famosas pelas trufas pretas – que, cah pra nos, nao tem nada de mais, se nao forem misturadas com uns cogumelinhos basicos. A cidade é um amor.

Falando de Gualdo Tadino, eu nao conheço, mas ali rolou uma batalha famosa, onde morreu, se nao me engano, o espetacular Federico II, em cuja corte no sul da Italia floresceu um novo tipo de literatura, de arte, de tudo. Tem um castelo-fortaleza construido por ele em Bari que é uma coisa de louco, e que é a parte ‘coroa’ da moeda de 1 centésimo de euro aqui na Italia. Hm, agora nao tenho mais certeza se foi o Federico II que morreu em Gualdo… Tadinho. (hmmm, infame, infame…)

Segundo nossas aulas de Fonética e Fonologia, no centro fonético da Italia – leia-se Roma, Lazio (que é a regiao onde estah Roma, mas Roma nao é Lazio, é Roma, entendeu?), Umbria, Marche e Toscana – nao existem dialetos. Explica-se: como a base do italiano é o toscano-fiorentino, e toda essa zona mais ou menos obedecia a Firenze, aqui se fala sempre uma coisa muito parecida com o italiano, e se entende sempre o que falam, mesmo que o sotaque seja muito forte. Li alguns emails de um amigo do Mirco pra ele escritos em ‘dialeto’ (nao é dialeto, mas eles acham que é, fazer o que); parece soh um italiano escrito por um analfabeto, mas se entende tudo. Eh como o pai do Mirco falando: a dicçao dele nao ajuda, mas se reconhece que tem italiano no meio daquela lingua estranha que ele fala. Jah napoletano, milanese, bolognese, barese, sao realmente dialetos, ou seja, outras linguas, que em comum soh tem a origem latina, e para por aih. Um napolitano nao entende bissolutamente nada do que diz um bolonhese, se ambos falam em dialeto. Sao linguas tao parecidas entre si quanto alemao e swahili.

E agora passemos ao mapa aqui da zona. Parece que a distancia é grande, mas é ilusao geografica. A distancia entre Santa Maria e Bastia é menor do que aquela entre Ipanema e Leblon. Pega-se a avenida principal daqui, que infelizmente se chama Los Angeles (…), e em dois minutos voce saiu de Santa Maria e chegou em Bastia. Mais dois minutos e voce jah saiu de Bastia e estah em outro paesino.

Tao vendo a linha do trem ali? Bem onde tem escrito Santa Maria degli Angeli é a avenida que eu pego, de onibus, pra subir pra Assisi, que estah no alto do Monte Subasio. Eu moro ali mais ou menos numa ruela paralela ao segundo tracinho à direita dessa avenida.

Tordandrea é onde moram a avoh e o tio solteirao do Mirco, e onde se chega passando por varios campos de girassois e pelo campo de futebol do Tordandrea Futebol Clube. O nome eu jah expliquei, mas repito: vem de Torre di Andrea, mas quem foi o Andrea, eu nao sei. (lembrem-se que em italiano nomes como Andrea, Michele, Emmanuele, Simone, sao masculinos. O feminino de Simone é Simona. *risos incontrolaveis*). A torre até hoje tah ali, meio tabajara mas pitoresca, do lado dos Correios e da agencia da Generali, companhia de seguros, na unica e principal praça do paese – que se tiver 20 metros quadrados é muito.

Podem parar de reclamar porque acabou a aula.
Beijos.

Enquanto isso… Maracujas no novo

Enquanto isso… Maracujas no novo supermercado aqui de Bastia. Quatorze euro por quilo (assim por extenso choca menos, talvez…).

Comprei 5, que deram meio copo de suco de maracujah, muito bom, por sinal, pra cada um em casa. E acabou. Agora soh quando alguém caridoso me mandar uma garrafa de suco Maguary.

E hoje, depois de varios

E hoje, depois de varios dias de frio “de neve”, mas sem neve, hoje o Subasio amanheceu com a careca polvilhada de neve, como açucar de confeiteiro :) Assim que der tiro uma foto.

p.s.: o Subasio nao é o nome do vizinho, é o monte onde estah Assis!