Tem um LoTR ilustrado pelo

Tem um LoTR ilustrado pelo Alan Lee ali olhando pra mim… Chegou ontem de NY acompanhado de Sark, um Stephen King, um Ian McEwan, um atlas de Middle-Earth, e um The Bourne Ultimatum (porque o Bourne Identity nao tinha em lugar nenhum).

Alias, pra exemplificar a absoluta

Alias, pra exemplificar a absoluta falta de espaço e organizaçao naquelas cozinhas ontem, as frases que nos proferimos e depois ficamos pensando e gargalhando:

– A sopa tah ali embaixo da mesa.
– A carne tah dentro da gaveta.
– O pao tah na janela.
– Quer um copo de brustengo? (quando acabaram os pratos de plastico)

Ontem foi um domingo especial.

Ontem foi um domingo especial. Nao porque passei aspirador de poh no carro do Mirco, que ultimamente eu tenho usado mais do que ele, e no da mae dele, mas porque lah pras 11 da manha fui encontrar a Stefania no jah mencionado A Raposa e a Uva, ali em Perugia. Eu achava que era um lugar assim perdido no espaço-tempo, mas é relativamente perto do centro, e soh errei o caminho uma vez, e foi facil consertar. O lugar é uma gracinha, uma vista maravilhosa (que a imbecil aqui nao fotografou porque deixou a maquina em casa), os donos, Raffaella e Roberto, super simpaticos, e os filhinhos, Rocco e Anna, umas figuras. A Anna tem 3 anos mas uma voz grossa que nao tem nada a ver com ela. O Rocco tem 8 anos e é apaixonado pela Jessica Rabbit. Enfim, a Raffaella e o Roberto sao os donos e administradores do lugar, embora administrar nao seja bem o termo… O lugar é uma bagunça como eu nunca tinha visto antes. Sabe aqueles lugares onde nao tem UM CANTO vazio? Tudo que é tipo de coisa, imaginavel ou nao: brinquedos, potinhos de condimento, escova de dentes, talheres, pilhas, fitas cassete, sapatos, prendedores de cabelo, brinquedos de cachorro, biscoitos, gatos (2, pretos, lindos e folgados, odiosos)… Um pouco caotico demais pro meu gosto, mas enfim.

A situation era a seguinte: o Roberto ensina canto em uma escola e foi tipo uma apresentaçao dos alunos. Contando alunos, familias, agregados, penetras e caras-de-pau, umas 65 pessoas, 15 a mais do que era originariamente planejado. O salao onde rolou a coisa comportaria, nas CNTP, no maximo 40 pessoas. A casa tem duas cozinhas, uma com forno e outra com fogao. Eu e Stefania, que chegou lah às 9:30 da manha, passamos o dia carregando panelas estilo quartel de um lado pra outro. Mas no fim deu tudo certo, e eu, que tinha saido de casa com a melhor das intençoes, como um pobre estagiario no Miguel Couto que empurra maca e nao ganha nada por isso a nao ser conhecimento, ainda faturei 50 euros. O menu:

Sopa de trigo com feijao branco (ela tempera com cenoura, cebola, alho, azeite, alecrim e salvia)
Rollé de peru com recheio de salsicha e semente de erva-doce (eles aqui usam muito a salsicha assim, fora da pele, como carne moida. Na pizza, como recheio de torta al testo, de calzone, de piadina…)
Brustengo (batata e couve-flor cozidos, amassados juntos, passados na frigideira com azeite, alho, cebolinha e noz-moscada. Depois vai ao forno e forma uma crostinha, é bom…)
Molho de cebola
Torta de maça, com passas e pinoli – essa merece a receita, dou assim que me lembrar de pega-la com a Stefania. Até eu, que normalmente sou absolutamente avessa a doces sem cacau, comi e gostei.

Enfim, foi a entrada triunfal da Stefania no mundo do catering. E eu na rabiola, felicissima da vida depois de um dia descascando maça, cortando cebola e mexendo refogado de feijao.

E hoje o Mirco voltou de NY, cheio de livros e o melhor, sem aquele bigode odioso! Assim que passar a gripe dele eu boto uma foto, e aih voces vao ver que lanterneiro que eu arrumei!