Falei que os cogumelos mereciam um outro post, entao aih vai: eu odiava cogumelos antes de vir pra cah. Alias, odiava um monte de coisas que vim a aprender a comer (e beber) aqui. Champignon no strognoff eu comia, mas nao passava disso, até porque no Brasil a gente nao tem habito de comer cogumelos – acho que porque temos coisa melhor pra comer. O que soh reforça a minha tese de que o italiano é meio chines: come de tudo, indiscriminadamente, como todo povo que jah passou por guerras e fome. Afinal de contas, quem tem boi gordo no pasto e feijao com arroz na mesa e mandioca no quintal vai ter idéia de ir catar COGUMELOS no bosque, aquelas coisas feias que, como diz o meu pai, crescem em madeira podre, em lugar umido e escuro? Nao, né. Fora que todos tem mais ou menos o mesmo sabor, e se nao forem temperados bem ficam com gosto de nada. Mas aprendi a comer, e nao soh com linguiça e creme de leite como na receita que eu dei ali embaixo, mas de tudo que é jeito. Como “contorno” (acompanhamento), com macarrao (viva os cogumelos porcini, sao perfumadissimos), no risotto (como o que eu fiz na casa da Simone em Milano), na pizza, na grelha acompanhando carne grelhada, picadinhos em cima da bruschetta, na salada, nham nham. Na loja do Fabrizio o Louco tinha uma enorme variedade de molhinhos prontos à base de cogumelos, todos otimos. De vez em quanto eu botava um dos molhinhos no meu sanduiche na hora do almoço. Show de bola. O melhor é que o bicho quase nao tem calorias. Mas é um saco de preparar, porque tem que lavaaar, descascaaar (cogumelo nao tem casca, mas tem que tirar a pelicula que tem no “chapéu” dele, é como se fosse descascar), picaaar, refogaaaar… Mas o melhor mesmo é franguinho ou carninha com molho de cogumelos feito no caldinho da carne que fica na penale e um pouco de vinho. Aaaaaaaaaaaaaaah…
(a mae do Chefe Meio Idiota tah cozinhando, tah vindo um cheiro de refogado aqui no escritorio, eu e Martinha tamos quase morrendo).