ai meus sais

Uma das muitas diferenças entre o lanterneiro e eu é o fato de que ele, pra relaxar, gosta de sair de casa. Quando eu estou cansada ou irritada só quero ficar quieta, não quero ver ninguém, não quero conversar, não quero me arrumar, não quero sair de casa. Quero dormir e pronto. Outra coisa: ele consegue “desligar” a consciência de um ambiente desagradável, se a companhia for boa. Eu não.

Quinta-feira passada fomos a Assis encontrar Fabião e FeRnanda na Piazza del Comune (ali mesmo, onde eu trabalhava, na loja do Fabrizio, o Louco). Tava rolando um show com uns cantores que fizeram sucesso no último Festival di Musica di Sanremo (uma das coisas mais chatas que eu já vi na vida). Gente, eu ODEIO música italiana. Odeio. E não consigo simplesmente fingir que não tá acontecendo nada e curtir a boa companhia. A música fica martelando no meu ouvido, me irritando, me irritando, até que eu chego ao ponto no qual se alguém me perguntar as horas eu respondo rosnando. O Mirco bocejando, morto de cansaço depois de um dia de trabalho que começou às seis da manhã e terminou às oito da noite (pra mim também, porque tenho ficado direto na oficina substituindo a Elisabetta, a secretária, que só volta das férias amanhã), mas queria ficar lá, ouvindo aquela porcaria, vendo gente feia em pé na praça. Socorro!

Único ponto positivo da noite: conheci a Lisa, uma italiana da outra província da Umbria que fala Português perfeito e canta música brasileira. A FeRnanda nos apresentou e achei a garota muito gente boa.

Nem acreditei quando finalmente deitei na minha caminha e consegui fechar os zoinho.