desgraça mesmo

Por que ninguém me disse que Disgrace é TODO escrito no presente – estou falando do tempo verbal? Por que ninguém me disse que esse livro é chato, chato, chato, cansativo, vazio, que parece escrito por uma criança, em frases curtas, com metáforas bobas? Por que esse livro ridículo ganhou o Booker Prize? Deve ser pelo mesmo motivo pelo qual o Paulo Coelho ganha prêmios na França.

Estou quase terminando e a única passagem interessante até agora é:

“(…) Sometimes I have felt just the opposite. That desire is a burden we could do well without.”
“I must say,” says Lucy, “that is a view I incline towards myself.”

E que diabo são essas frases sem nenhuma contração pronome-verbo? Vai ver que na África do Sul é assim, os pais falam com os filhos como se fossem âncoras do telejornal, com os verbos todos por extenso…

(Claro que existe uma outra hipótese possível: a de que eu seja muito burra e ignorante e não tenha entendido algum mecanismo literário inovador inventado pelo Coetzee. Mas continuo achando o livro uma porcaria. Infelizmente eu tenho esse problema incurável: tenho pena de livros, tanto dos deixados nas prateleiras quanto dos largados lidos até a metade. Por isso agora tenho que terminar de ler.)