Fato: estou me brigittebardotziando. Ver bicho sofrendo me dá tanta ou mais pena do que ver gente sofrendo. Cheguei a essa conclusão depois de ter virado o rosto váaarias vezes durante Hidalgo – Oceano de Fogo, cada vez que um cavalo se machucava, caía, tinha enxaqueca, indigestão, escarlatina. Não aguento ver, não consigo, e não adianta saber que é tudo mentira: me sinto péssima.
[Eu gostei do filme. As paisagens são lindas, há muitas belas tomadas, e os tecidos que a Jazira usa são DI-VI-NOS!]
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Aí fui ver a Paixão do Mel, com FeRnanda e Fabião. FeRnanda chorou rios e se emocionou horrores, principalmente por saber que foi tudo verdade. Eu, descrente que sou, não me angustiei porque era Cristo sofrendo, mas porque era alguém sofrendo, ponto. Talvez se tivesse sido uma foca, um cachorro, um papagaio sendo chibatado, teria me angustiado mais ainda, não sei.
Adorei o lance do aramaico e do latino, adorei ver tantos atores italianos ali no meio (embora em termos de atuação mesmo ninguém tenha feito nada, visto que o filme é sobre chibatadas e assim sendo não deixa espaço a grandes diálogos ou interpretações inesquecíveis. A coitada da Monica Bellucci, linda até quando está suja e fedida, se fala duas frases em aramaico gaguejante é muito ), adorei os figurinos. Mas a Paixão é só isso: um filme cujo argumento central é a chibatada. Não ensina nada, não diverte, não deixa triste, não excita, não romantiza. Não faz nada. Sabe o filme totalmente, absolutamente desnecessário? Sabe aquele que não serve nem pra te irritar por ter visto um filme ruim? Então. Porque o filme não é ruim. É simplesmente inútil, o que eu considero pior que ser ruim e/ou chato. Totalmente inútil. Você fica lá vendo as chibatadas, todo aquele sofrimento exagerado (porque sinceramente acho pouco provável que alguém consiga sobreviver por tanto tempo a tanta chibatada, porrada e cuspe na cara) te incomodando, e depois o que acontece? Nada. Lhufas. E não venham dizer que é porque eu não acredito em Jesus, porque não é. Eu não só não acredito como não conheço a sua história, e continuei do mesmo jeito, ou seja, sem conhecer nada, uma vez que o filme conta só a parte das chibatadas e nada mais. O problema é que quem já conhecia a história não aprendeu nada de novo, e quem não conhecia permaneceu inguinorante. EU SEI que o filme é mesmo somente sobre chibatadas, já sabia disso antes de sair de casa pra ir ao cinema, mas mesmo assim achei decepcionante, vazio, chibatasófilo em excesso, muito pior do que eu imaginava.
Perdi, além dos 7 euros do ingresso, tempo precioso. Não gostei disso não.
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Pra compensar, pegamos Lost in Translation anteontem em DVD. A-do-rei :) Adorei as celulites e a barriga da menina (esqueci o nome), adorei a parte estética do filme, adorei as cores, adorei os diálogos, adorei os atores, adorei tudo. Só não colocaria aquele beijo, ainda que casto, no final.