Sciascia

“Posso permettermi di farle una domanda?… Poi gliene farò altre, di altra natura… Nei componimento d’italiano lei mi assegnava sempre un tre, perché copiavo. Ma una volta mi ha dato un cinque: perché?”

“Perché aveva copiato da un autore più inteligente”.

Il magistrato scoppiò a ridere. “L’italiano: ero piuttosto debole in italiano. Ma, come vede, non è poi stato un gran guaio: sono qui, procuratore della Repubblica…”

“L’italiano non è l’italiano: è il ragionare” disse il professore. “Con meno italiano, lei sarebbe forse ancora più in alto”.

La battuta era feroce. Il magistrato impallidì. E passò a un duro interrogatorio.

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– Posso permitir-me de fazer-lhe uma pergunta?… Depois lhe farei outras perguntas, de outra natureza… Nas redações de italiano o senhor me dava sempre nota três, porque eu copiava um texto já publicado. Mas uma vez o senhor me deu um cinco. Por quê?

– Porque aquela vez o senhor tinha copiado de um autor mais inteligente.

O juiz começou a rir. – Italiano… Eu era bem fraquinho em italiano. Mas, como o senhor pode ver, no final das contas não foi um grande problema: cá estou eu, procurador da República…

– O italiano não é o italiano: é o raciocínio – disse o professor. – Com menos italiano, o senhor talvez tivesse ido até mais longe.

O gracejo fora feroz. O juiz empalideceu. E passou a um duro interrogatório.

Una Storia Semplice, Leonardo Sciascia.