Infelizmente tem coisa chata também: vou ter que refazer Politica Economica, porque é a clássica matéria que não tem como estudar sozinha sendo retardada matemática que nem eu. Quando entrei na sala os calouros ficaram todos me olhando, tipo quem é essa velha, hohoho. Anotei várias coisas mas não entendi nada. Minha relação com gráficos cartesianos é no mínimo turbulenta, mas pelo menos é recíproca: odiamo-nos.
Terminamos o dia com o professor do barulho com a boca, que confundiu a cabeça de todo mundo enquanto explicava coisas que, suspeito, não devem ser tão complicadas assim. Ainda não vi a cara do livro, mas depois de ver as transparências do homem decidi que vou ler umas páginas antes de comprar, porque a probabilidade de ser confuso como ele é muito alta. Veremos.
Hoje fiz amizade com o porteiro do Lupattelli (um dos prédios onde temos aula). Sabe o típico cara chatinho, não chatinho porque incomoda, mas bobinho? É ele. O clássico chatinho que sabe o nome de todo mundo, a turma, em que ano está, com quem namora, que carro dirige, de onde é, que nota tirou na última prova. Faz piadas amarelas e tem dentes horríveis mas é inofensivo. Pelo menos me sinto menos sozinha – esse ano ando muito antisocial e não tenho muita vontade de bater papo furado e explicar a minha situação nada average pra vinte garotas de 20 anos que só pensam em Dolce & Gabbana, sabe. Só que quando não levo o laptop e rola algum buraco inesperado não tenho ninguém com quem falar. Vejam bem, eu não quero conversar, fico feliz da vida lendo El Club Dumas em espanhol, mas gostaria de PODER conversar se me der vontade. Entra Simone, o porteiro. Por enquanto tá de bom tamanho.