maturità

Essa semana os estudantes italianos estão sofrendo com as provas chamadas “esami di maturità”, um primo distante do vestibular (porque é o governo que faz a prova e não as faculdades, mas é preciso passar pra poder entrar pra universidade). Tudo muito parecido com o que acontece no Brasil: fica-se falando do assunto a semana inteira, os estudantes reclamam do volume de coisas pra estudar, discute-se a roupa que os alunos usam quando vão fazer as provas, reclama-se do calor (que chegou só ontem à Bota), etc.

Quase todos os anos rola algum problema com as provas, mas dessa vez a coisa foi séria. Em primeiro lugar, a prova de italiano tinha um erro grosseiro: uma questão pedia pra comentar o papel da mulher em uma poesia de Montale (um chato de galochas), quando na verdade o poema tinha sido escrito pra um homem, um amigo seu. Um problema também na prova de grego antigo (sim, aqui ainda estudam-se grego antigo e latim), que parece que tinha um pronome faltando. A prova de inglês tinha erros descritos como inacreditáveis.

O mais legal foi que dez minutos antes da prova o site studenti.it mostrava as questões e as respostas, com direito à imagem escaneada do problema de matemática e tudo! Sempre vaza alguma coisa, não tem jeito. E apesar dos celulares proibidos, é lógico que muita gente usou e abusou dos SMS em telefones escondidos sabe-se lá onde, e as perguntas e respostas apareciam em tempo real nos celulares dos pais, enviadas pelos filhos, teoricamente incomunicáveis nas salas onde foram feitas as provas.

Esse país é realmente uma pândega.