perusia

Minha relação com Perugia é meio tumultuada. Gosto da cidade, mas não conseguiria morar lá. O trânsito é terrível, há imigrantes fedorentos demais, há ladeiras demais, tudo é caro demais, e o sotaque perugino é irritante demais. Mas há os arcos etruscos, as construções incrivelmente antigas, os becos de pedra, as surpresas arquitetônicas em cada esquina, a Fontana Maggiore, o Palazzo dei Priori, o Corso Vannucci.

Daqui de casa até lá posso fazer dois caminhos: ou pegar a estrada velha, que eu honestamente já fiz várias vezes no banco do carona e não saberia encontrar sozinha, ou a superstrada, construída só nos anos 70, e que continua até Florença ou Roma. Pra pegar a saída pra superstrada posso voltar um pouco no retão que vai ao centro de Bastia, e aí entro na superstrada pela saída Bastia-Torgiano, ou escolher umas estradinhas que passam entre os campos de trigo e tabaco, o mesmo percurso que faço quando vou correr, e cair direto na saída Ospedalicchio, mais adiante. É esse segundo que eu faço sempre.

Depois de Ospedalicchio, a próxima saída é pra Ponte San Giovanni – Torgiano. É ali que eu caio quando vou pra escola direto da oficina, em Torgiano. Depois tem uma bifurcação: à esquerda você vai na direção de Terni e depois Roma, e pegando a direita, onde tem aquele gato morto há semanas cujo esqueleto ainda não é visível, continuamos na direção de Perugia.

A primeira saída é a Perugia – Piscille. Aqui o conceito de bairro não é muito comum, mas Perugia tem alguns. Nunca ouvi ninguém se referir a Piscille como bairro, mas essa saída é a que pegamos quando vamos ao Policlinico doar sangue ou ao cinema no centro. Depois tem Perugia – Prepo, onde eu bati com o carro, e é a que eu pego pra ir ao Estudante Endocrinologista, à estação de trem, ao tabelião. Mais pra frente tem Perugia – San Faustino, que depois bifurca: à direita vou pra Motorizzazione, onde fiz a prova de motorista, e pra zona industrial da Via Settevalli; à esquerda posso continuar direto e só no final virar à esquerda de novo, pra cair no centro, ou virar logo de cara novamente à esquerda, subir a ladeira da Banca dell’Umbria e dar mil voltas, sempre subindo, vendo o Palasport, o estádio de vôlei, lá embaixo, até chegar à zona residencial de Madonna Alta, onde dou aulas. A última saída de Perugia é Madonna Alta, que vai pras zonas industriais de Madonna Alta, San Sisto e Sant’Andrea delle Fratti, e é onde vou pegar tinta no fornecedor. Ali também ficam o hospital Silvestrini e vários fornecedores de peças da oficina.

E depois começam as saídas pras periferias de Perugia: primeiro tem Ferro di Cavallo, depois Olmo, que vai cair atrás do cinema, depois Corciano, que é a saída mais usada pra quem vai ao cinema. E a próxima, Magione, é muito depois, já no Lago Trasimeno, na direção de Florença.

Esse post não interessa a ninguém, só a mim mesma.