O jantar foi um verdadeiro su (abreviação de sucesso). Comeram pra caramba, repetiram, Samuele trouxe 8 barras de chocolate Perugina compradas na Eurochocolate que terminou domingo passado*, a biruta da Bettina cantou e tocou violão (tem uma voz linda, pena que praticamente só canta música religiosa), tomamos champagne que o Massimo trouxe, a torta de limão foi embora que é uma beleza, todo mundo quis levar o Legolas pra passear, depois começou a chover forte, trovões e raios, Legolas no canto entre a máquina de lavar e a tábua de passar escondido com medo, muita conversa, Skank no CD player, meia-noite e meia foi todo mundo embora e fui dormir.
Adoro cozinhar assim pra um monte de gente. Mas confesso que depois de uma certa hora começo a me irritar. Durmo com as galinhas e ter gente batendo papo até tarde em casa vai me dando um nervoso, fico querendo que todo mundo vá embora logo pra eu poder tomar meu banhinho, tirar a maquiagem, passar meu creminho nos pés, botar minhas meinhas de lã e dormir.
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O tempo está uma bosta. Chove sem parar. Quem sofre é o coitado do Legolas, que mal pode botar o focinho pra fora de casa. Eu também sofro, porque como tenho que fazer tudo a pé, acabo sempre molhando os pezinhos, que ficam gelados. Pra não falar do cabelo, que com toda essa umidade fica uma porcaria.
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A menina da calça dourada agora também tem casaco prateado, no melhor estilo NASA. Ela tem o péssimo hábito de ler em voz alta tudo que chega via fax ou e-mail ou carta. Lê inclusive coisas que já sabemos, e continua lendo mesmo quando alguém diz que já leu, que já sabe o que é, que já resolveu, que pode até jogar fora. O que será que leva uma pessoa a ser assim?
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Estou me preparando psicologicamente pro próximo fim de semana. No ano passado 2 de novembro foi um feriadão, e a cidade lotou, quase enlouquecemos na loja de tanto fazer sanduíches e vender trufas. Esse ano não é feriado prolongado (que aqui se chama ponte) mas, considerando a importância que eles dão aqui a esse feriado, vai ser feia a coisa. Pra se ter uma idéia, não se casa em novembro, não se dao grandes festas, nem se pode escolher ou experimentar a roupa do casamento no mês de novembro (a Miss Almoxarifado e o Mister Toner aqui da empresa se casam no ano que vem e já estão vendo essas coisas, mas só vão poder experimentar as roupas em dezembro). Mas que atraso, vou te dizer…
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E a expressão italiana de hoje (embora mais adequada a ontem…) é:
Ma va a mori ammazzato! = literalmente, vai morrer de morte matada!
* O chocolate vai ficar ali no alto da geladeira, do lado do Toblerone intocado que papai me deu e que não tenho a menor vontade de comer. Hoje vou ver se a FeRnanda vem jantar lá em casa, pra ajudar a matar o feijão que sobrou, porque não sou eu quem vai comer. Excrusive já entendi que não posso mais comer essas coisas. Me dá náusea, enjôo e diarréia. Tenho que ficar no macarrão sem molho com coisinhas light tipo cenoura e atum, ou então no filé de merluzo com abobrinha que eu vou almoçar hoje, se estiver com vontade de comer/cozinhar. Fiquei praticamente alérgica a comida. Que lindo.