Ontem uma cigana que vive pedindo esmola no sinal de S. Maria (eu deveria dizer O Sinal, ou Il Semaforo, porque só tem um, então vira uma coisa importantíssima, um super ponto de referência) veio me pedir uns trocados com a eterna criança no colo. Normalmente eu finjo que não vejo, porque odeio essa gente que coça o saco o dia inteiro e de noite vai roubar galinha dos outros (já roubaram da Arianna várias vezes), mas dessa vez olhei bem na cara dela e falei não, minha filha. Não é que ela me soltou um vaffanculo e ainda me chamou de escrota (stronza)? Só não abri a porta do carro com força suficiente pra catapultá-la até Foligno porque tava com o filho no colo. Feladaputa. Na próxima vez vou fazer como já fiz na estação Carioca: perguntei se a mulher tinha trabalhado pra mim alguma vez. Já estou imaginando o diálogo com a cigana desdentada:
– Ma Lei [sente a educação] ha mai lavorato per me?
– No, signora.
– ALLORA PERCHE CAZZO TI DEVO DARE DEI SOLDI, MIGNOTTA CHE NON SEI ALTRO? MA VA A TROVARTI UN LAVORO, BASTARDA INUTILE!
Sou muito fina, mas há coisas que realmente me tiram do sério. Ciganicídio já!