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Dois balacobacos rolando por aqui, um bobo e um sério. O sério: dez novos países, alguns bizarros, estão pra entrar na Comunidade Européia. Eu não tenho nada a ver com o peixe, mas tô achando que tá virando um samba do crioulo doido, saca só: Hungria, Polônia, Malta, Chipre (Chipre!!!), República Tcheca, República Eslovaca, Eslovênia (ai!), Lituânia (ei!), Letônia (ui!) e Estônia (hein?). De qualquer maneira, espero que a entrada na CE dê um empurrãozinho de desenvolvimento a esses países. Pobreza não tá com nada.

E eu tenho a maior vontade de conhecer a Estônia, juro. Tenho visto vários documentários interessantes sobre a Estônia na TV ultimamente, e tudo me parece muito bonitinho. Quanto à língua, a única coisa que eu sei é que eles têm duplas e triplas vogais, com valor distintivo, ou seja, uma palavra tipo agua significa uma coisa, aagua outra e aaagua outra. Estudei com uma garota estonese (existe isso?) em Perugia por alguns meses no longínquo 2002. Pena que era muda feito um peixe e ninguém aprendeu nada sobre a Estônia com ela.

O outro bafafá é o assunto principal lá na agência nos últimos dias. Entrou na programação da TV essa semana o comercial de uma companhia de seguros que não tem escritórios fixos, só trabalha por telefone. A propaganda, que eu achei muito cruelzinha, é assim: um cara chega numa agência de seguros, senta e diz que precisa fazer um seguro pro carro. O agente de seguros pega uma máquina de calcular, digita um valor inicial, o valor do seguro propriamente dito, e depois começa a adicionar:
– Tantos euros pelo aluguel da sala, tantos pela minha gravata…
– Peraí! Tenho que pagar o aluguel da sala também?
– Você tá pensando que isso tudo aqui é de graça?

Na verdade o que acontece é que essas agências de seguro por telefone se multiplicam e morrem na mesma velocidade. Como o dinheiro pra reembolsar os sinistros vem dos prêmios pagos pelos clientes, se os prêmios são muito baixos a empresa não consegue cobrir todos os sinistros, e é nessa que você se fode – é o famoso barato que sai caro. Você paga uma merreca, mas quando bate o carro e precisa do reembolso a empresa demora a pagar, ou não paga nunca, paga em parte, ou, pior, já faliu e você nem percebeu. O caso dessa agência da propaganda é particular, porque eles são conhecidos no mercado, mas de qualquer forma acho muito feio fazer comercial atacando os outros. Até porque, por exemplo, a empresa onde eu estou estagiando é uma das mais antigas da Itália, tem costas largas e está bem no mercado acionário, e paga os sinistros rapidinho, sem lenga-lenga, e é por isso tudo que custa um pouco mais. Quer pagar um pouco menos? Basta pesar a relação custo-benefício, o mercado é livre, ninguém obriga ninguém a pagar mais só por pagar.

Sei que as grandes empresas de seguros do país estão se mobilizando pra tirar o comercial do ar, e fazer com que essa agência da propaganda se retrate publicamente na TV. Claro que a essa altura do campeonato o estrago está feito, mas, enfim…

Eu me divirto horrores com essas polêmicas italianas.