Complete as lacunas: Roma é T_D_ na V_D_

A jornada romana de ontem tinha dois objetivos: um era pegar uns sapatos que uma tia da FeRnanda trouxe do Brasil porque na mala dela não tinha mais espaço, e comprar ingredientes brasileiros na Castroni. O outro era fazer uma social básica com essa tia. Então.

Acordei cedo ontem pra lavar meu cabelo e dar tempo da juba secar antes de sair de casa (coisa que, obviamente, não se realizou. Meno male que a temperatura estava ótima e em certos momentos cheguei a morrer de calor). Encontrei FeRnanda e Fabião na movimentadérrima (cof cof) estação de trem de Bastia e pegamos o trem de pobre* das 8:44, com longa troca de trens em Foligno. Chegamos a Roma, que aliás é tudo na vida, quase meio-dia e fomos direto almoçar no McDonald’s da estação. Eu e Fabião encaramos um novo sanduíche de dimensões avantajadas. O meu está em processo de digestão até agora.

Metrô até Laurentina, uma viagem curta de ônibus e chegamos à casa dessa tia da FeRnanda que mora há 28 anos em Roma. Ficamos lá de bobeira batendo papo, meio em italiano, meio em português, com o simpático marido romano dessa tia; depois descemos ao apartamento de baixo, onde mora a filha mais velha deles com o marido, vimos a casa, vimos fotos da lua-de-mel nas Maldivas, vimos alguns mapas e posters de Tolkien na parede (quem disse que TODO italiano é Tolkien-clueless?), missão cumprida, fomos embora.

Aí começou a segunda parte da epopéia. Porque o Mirco não pôde vir com a gente de manhã por causa do trabalho, mas cismou que queria ir lá ver a Castroni e nos buscar. Só que o Mirco, além de ser caipira pouco acostumado a cidades grandes (caipira cidadão do mundo, mas caipira), tem um senso de orientação tão bom quanto o de um lemming. Eu e os outros dois ficamos rodando na estação uma meia hora e de vez em quando o lanterneiro ligava pra dar sua localização. “Não tenho a menor idéia de onde estou, só sei que o trânsito tá todo parado”. Como ele não sabia onde estava e nem se estava indo na direção certa, ou seja, não sabíamos quando ou se ele chegaria até nós, nós três resolvemos nos adiantar e pegar o metrô até a Ottaviano e ir andando até a Castroni. Começamos a fazer nossas comprinhas, começo a ligar pro Mirco pra saber onde ele estava, e o telefone desligado ou “inachável”. Deve estar no metrô, pensei. Dito e feito: terminadas nossas compras, já andando na direção do metrô pra voltar, já que o menino não dava notícias, liga ele: eu tô em frente à Castroni… Eu: mas na Via Cola di Rienzo? Ele: na Via Ottaviano. Eu: então pede pra alguém te explicar onde é a filial da Cola di Rienzo, a gente te espera lá na frente. Voltamos tudo de novo, carregando nossas sacolas cheias de guaraná Antarctica, pão de queijo, leite condensado e goiabada. Daqui a pouco chega ele, ligeiramente estressado por ter pego o caminho errado assim umas 296 vezes e ter levado mais de uma hora do Grande Raccordo Anulare, anel estradal que circunda Roma e que é meio difícil de entender, até o centro da cidade. Claro que chegou morrendo de fome; ele está sempre com fome. Resolvemos parar na primeira pizzaria no caminho pro metrô. Nossos homens saciados, continuamos até o metrô, descemos em Vittorio Emanuele, achamos o carro e partimos. Achamos o carro não é uma frase inocente: pra achar o carro foi preciso que o Mirco tivesse tirado fotografias da estação de metrô e do exato lugar onde o deixou, porque eu e ele somos mestres em perder o carro em estacionamentos.

Olha eu e os pombinhos na saída do metrô:

(e não reparem nos meus olhos fechados; eu sou a pessoa menos fotogênica do mundo e SEMPRE saio com essa cara de peixe morto)

Felizmente não pegamos trânsito, embora até agora não saibamos por quê. A viagem foi light, a estrada tava vazia, Mirco e Fabião trocando histórias de escolas e professores às gargalhadas (eles não têm a mesma idade mas estudaram na mesma escola técnica), eu e FeRnanda morgadas de cansaço. Foi chegar em casa, tomar banho pra tirar aquele fedor de trem, comer o resto requentado de linguine com frutos do mar de sexta, e mimir.

A única coisa chata foi não ter dado pra encontrar a Ane, que tava enrolada e não conseguiu se liberar… Bom, fica pra próxima. Significa fazer o sacrifício de voltar à cidade que é tudo na vida.

*Os trens italianos são divididos em diversas categorias. Há os trens de rico, que custam mais, param em menos estações, são mais limpos, têm lugares numerados e sempre atrasam. São o Eurostar e o Intercity. E há os trens de pobre, que custam menos, param em tudo que é cidadezinha, fedem, se a linha for muito movimentada você corre o risco de viajar sentado na sua mala no corredor, e sempre atrasam. Esses de pobre são vários: o Diretto, que como o próprio nome diz, NÃO vai direto a lugar nenhum, mas pára em qualquer mini-micro-estação; tem os Regionali e os Interregionali, cuja diferença não sei explicar. Algumas regiões têm, além dessa enorme variedade da Trenitalia (Ferrovie dello Stato), umas linhas internas estranhas. Aqui na Umbria temos a Ferrovia Centrale Umbria, com trens caindo aos pedaços, que liga Ponte San Giovanni a buracos como Città della Pieve, Umbertide, algumas cidadezinhas na zona do Lago Trasimeno, quase na Toscana.

giornata IKEA

E acabei não comentando nossa incursão à IKEA, um dos nossos programas preferidos. Claro que nos perdemos no caminho e viramos à direita quando era pra virar à esquerda, mas considerando o nosso senso de orientação (menor ou igual a zero), até que a volta que tivemos que dar foi pequena.

Chegando lá, a cabeçada de sempre. Um mundo de gente que não tinha coisa melhor a fazer com o sábado à tarde e foi bater perna na IKEA. Aquele sotaque toscano delicioso vindo de todos os lados, o T com a língua pra fora típico do pessoal de Prato (que eles pronunciam Pratho), alguns peruginos comedores de vogais. Não vimos grandes diferenças em relação ao que estava exposto na primeira vez que fomos lá, ano passado. Notamos que nosso espetacular mix de cachorro de parede e gancho pra roupas não estava mais à venda. Em compensação havia minibichos de pelucia foférrimos a 1 euro, porta-lápis bonitinhos, belas coisas pra cozinha, formas pra muffin (que vou usar pra fazer petit gateaux), cadeiras de plástico pra oficina a € 9,90, tapetinhos pro quarto por € 1,90, entre outras coisitchas. Não tem jeito; você pode estar super bem-intencionado, pegar uma sacola crente que todas as suas compras vão caber felizes nela, mas no final das contas você acaba comprando um mucchio de coisas e tem que ceder aos encantos do carrinho. No final da tarde, tínhamos um carrinho por pessoa (a Arianna e a tia do Mirco foram com a gente). Sorte que a mala do carro é gigante, senão um dos quatro teria que voltar pra casa de trem… ;)

**

E segunda-feira jantamos chinês com FeRnanda e Fabião. O aniversário da FeRnanda é agora dia 2 de março, e combinamos de fazer uma mini-festa aqui em casa, já que nosso apartamento é maior e eu tenho uma cozinha mais equipada (a FeRnanda não cozinha). O cardápio: coxinha de galinha, pão de queijo, guaraná, quiche de couve-flor ou empadão de frango ou torta de cebola (não decidimos ainda), bolo Prestígio. De qualquer maneira estamos organizando uma excursão à Castroni, em Roma, pra abastecer as nossas dispensas tupiniquins. A FeRnanda tem mesmo que ir à capital pra pegar uns sapatos que deixou com os primos que moram lá, então vamos matar dois coelhos com uma porrada só.

Mãe, pede a receita do bolo Prestígio pra vovó, por favor, que eu não tenho! E a do quiche também, que ela já me deu 300 vezes mas eu perco SEMPRE…

Mais um “veranico”. Depois de uma semana gelada, o último weekend foi super light em termos de temperatura, e por enquanto o clima ainda é de inverno carioca, super tabajara. Anteontem de manhã fui aos correios, só de pullover de lã sobre a malha, e senti calor. De tarde fui correr (na verdade correr um pouco e caminhar muito, porque estou super fora de forma), de camiseta de manga curta. Como é bom poder ir à varanda pendurar as roupas no varal e voltar com as mãos inteiras, em vez de duras, congeladas e insensíveis!

Mas acho que a coisa não dura. Olhando pela janela agora cedinho só vejo um paredão branco de neblina. Merda.

Essas são as fotos do tombo do Mirco domingo, no quintal da Arianna. Foi querer brincar de cabo-de-guerra com meu cachorro e se estabacou de costas no chão. Não consegui tirar nenhuma foto dele já no chão. Estava ocupada me sbudellando (algo como “eviscerando”) de rir.

**

Anteontem fomos ao Ipercoop, o supermercadão aqui da área, pra nos distrair, e acabei comprando uma maquininha de fazer pasta, igual à da Franzoca. Comprei também o famoso rolo de macarrão, e uma tábua de madeira pra preparar a massa, já que a minha mesa hedionda é porosa demais pra fazer qualquer coisa com farinha, vai ficar tudo imundo. Ainda essa semana pretendo fazer um macarrão qualquer. Depois digo como ficou e dou a receita.

**

Aquela planta comprida que no Brasil se chama Espada de São Jorge aqui na Itália se chama Lingua di Suocera (língua de sogra). Vivendo e aprendendo.

**

E a penúltima parte da epopéia sérvia: o mercado de Majilovac. Sabe feiras medievais, ao aberto, com lama no chão e as coisas mais estapafúrdias expostas ao público? É assim. Vendem porcos, sapatos, chapéus, colheres de pau, trenós, galinhas, peças de carro, gasolina, chocolate, binóculos, cigarro, roupas de couro, roupas de couro falso, bandejas em inox, meias (comprei várias), facões, relíquias de guerra, brinquedos tabajara, vestidos de gala, cestos de vime, móveis, carneiros, ferramentas, temperos, água mineral de origem duvidosa, bebidas alcoólicas de tudo que é tipo, pneus, maquiagem, canetas coloridas, perfumes falsos, malas e bolsas, enfeites de Natal. Entre outras coisas. Só não vendem livros.

Que depressão esse mercado! Aquela lama no chão, os carros estacionados de qualquer jeito, gente feia e encasacada caminhando carrancuda pra lá e pra cá, gesticulando com os vendedores; as roupas incrivelmente cafonas penduradas nas araras; todo mundo fumando sem parar; os vendedores botando a mercadoria em amassadíssimos sacos plásticos de supermercado antes de dar aos clientes; gente vindo fazer compras de TRATOR; gente com casaco de pele falsa; gente experimentando sapato ali mesmo, em pé na lama; senhoras comprando brocas pra furadeira e correia pro motor do carro; crianças querendo brincar com os porcos e galinhas… Caramba, é outro planeta mesmo. Chegamos em casa cansados de tanto ver coisa estranha e feia. E as únicas coisas que eu comprei em todo esse tempo na Sérvia foram nesse mercado: alguns pares de meias coloridas (listradas de vermelho e branco, listradas de amarelo, branco, preto e verde, preta com bolinhas azuis, listrada de lilás, verde, amarelo, azul e laranja, e uma listrada em tons de cinza e azul com o desenho do Tigrão), um batom fedorento mas bonitinho, e uma bolsa horrível em couro fake pra Carmen, que é de uma cafonice ímpar. Só.

Sei que em Belgrado com certeza teríamos visto coisas bonitas, e não falo só de coisas pra comprar. Dizem que a cidade é bonita, e vimos algumas pontes interessantes no caminho até lá na volta pra casa, mas infelizmente o tempo e o clima não permitiram. Não posso nem dizer que ficará pra próxima, porque espero veementemente que não haja uma próxima. Programa de índio assim de novo, nunca mais.

**

No começo de março vamos a Rotterdam visitar a irmã do Mirco que tá morando lá. Ela quem vai pagar as passagens, porque eu não tenho dinheiro pra ir nem na esquina…

**

E pra não perder o hábito, fotos cachorrais. Esse é um vizinho da Arianna que tem vários microcães. No domingo passou lá pra visitar, e levou toda a trupe.

Mister Legolas fazendo pose blasé:

E todo feliz com seu galho no meio do mato:

Mais um “veranico”. Depois de uma semana gelada, o último weekend foi super light em termos de temperatura, e por enquanto o clima ainda é de inverno carioca, super tabajara. Anteontem de manhã fui aos correios, só de pullover de lã sobre a malha, e senti calor. De tarde fui correr (na verdade correr um pouco e caminhar muito, porque estou super fora de forma), de camiseta de manga curta. Como é bom poder ir à varanda pendurar as roupas no varal e voltar com as mãos inteiras, em vez de duras, congeladas e insensíveis!

Mas acho que a coisa não dura. Olhando pela janela agora cedinho só vejo um paredão branco de neblina. Merda.

Essas são as fotos do tombo do Mirco domingo, no quintal da Arianna. Foi querer brincar de cabo-de-guerra com meu cachorro e se estabacou de costas no chão. Não consegui tirar nenhuma foto dele já no chão. Estava ocupada me sbudellando (algo como “eviscerando”) de rir.

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Anteontem fomos ao Ipercoop, o supermercadão aqui da área, pra nos distrair, e acabei comprando uma maquininha de fazer pasta, igual à da Franzoca. Comprei também o famoso rolo de macarrão, e uma tábua de madeira pra preparar a massa, já que a minha mesa hedionda é porosa demais pra fazer qualquer coisa com farinha, vai ficar tudo imundo. Ainda essa semana pretendo fazer um macarrão qualquer. Depois digo como ficou e dou a receita.

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Aquela planta comprida que no Brasil se chama Espada de São Jorge aqui na Itália se chama Lingua di Suocera (língua de sogra). Vivendo e aprendendo.

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E a penúltima parte da epopéia sérvia: o mercado de Majilovac. Sabe feiras medievais, ao aberto, com lama no chão e as coisas mais estapafúrdias expostas ao público? É assim. Vendem porcos, sapatos, chapéus, colheres de pau, trenós, galinhas, peças de carro, gasolina, chocolate, binóculos, cigarro, roupas de couro, roupas de couro falso, bandejas em inox, meias (comprei várias), facões, relíquias de guerra, brinquedos tabajara, vestidos de gala, cestos de vime, móveis, carneiros, ferramentas, temperos, água mineral de origem duvidosa, bebidas alcoólicas de tudo que é tipo, pneus, maquiagem, canetas coloridas, perfumes falsos, malas e bolsas, enfeites de Natal. Entre outras coisas. Só não vendem livros.

Que depressão esse mercado! Aquela lama no chão, os carros estacionados de qualquer jeito, gente feia e encasacada caminhando carrancuda pra lá e pra cá, gesticulando com os vendedores; as roupas incrivelmente cafonas penduradas nas araras; todo mundo fumando sem parar; os vendedores botando a mercadoria em amassadíssimos sacos plásticos de supermercado antes de dar aos clientes; gente vindo fazer compras de TRATOR; gente com casaco de pele falsa; gente experimentando sapato ali mesmo, em pé na lama; senhoras comprando brocas pra furadeira e correia pro motor do carro; crianças querendo brincar com os porcos e galinhas… Caramba, é outro planeta mesmo. Chegamos em casa cansados de tanto ver coisa estranha e feia. E as únicas coisas que eu comprei em todo esse tempo na Sérvia foram nesse mercado: alguns pares de meias coloridas (listradas de vermelho e branco, listradas de amarelo, branco, preto e verde, preta com bolinhas azuis, listrada de lilás, verde, amarelo, azul e laranja, e uma listrada em tons de cinza e azul com o desenho do Tigrão), um batom fedorento mas bonitinho, e uma bolsa horrível em couro fake pra Carmen, que é de uma cafonice ímpar. Só.

Sei que em Belgrado com certeza teríamos visto coisas bonitas, e não falo só de coisas pra comprar. Dizem que a cidade é bonita, e vimos algumas pontes interessantes no caminho até lá na volta pra casa, mas infelizmente o tempo e o clima não permitiram. Não posso nem dizer que ficará pra próxima, porque espero veementemente que não haja uma próxima. Programa de índio assim de novo, nunca mais.

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No começo de março vamos a Rotterdam visitar a irmã do Mirco que tá morando lá. Ela quem vai pagar as passagens, porque eu não tenho dinheiro pra ir nem na esquina…

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E pra não perder o hábito, fotos cachorrais. Esse é um vizinho da Arianna que tem vários microcães. No domingo passou lá pra visitar, e levou toda a trupe.

Mister Legolas fazendo pose blasé:

E todo feliz com seu galho no meio do mato:

eu reciclo, tu reciclas, ninguém mais recicla

Quando me mudei pra Bastia, praquele apartamento em frente à creche e perto da Martinha, a Arianna me deu de presente um vaso daqueles retangulares e longos, de botar na janela, com diversas ervinhas: aipo, hortelã, alho, salsinha e uma outra cujo nome não lembro. Essa última, que segundo a Arianna é meio chata de pegar, morreu uma semana depois. As outras vingaram muitíssimo bem. Até demais, no caso do hortelã, que cresce demais e em tudo que é lugar e em qualquer condição climática.

Claro que eu trouxe minhas plantinhas aqui pra Cipresso. Mas botei o vaso dentro de casa quando fomos pra Sérvia, e quando voltamos descobri uma Pulgãozolãndia funcionando entre as minhas plantinhas! A umidade e o abafamento dentro de casa fizeram os bichinhos se multiplicarem alegremente – e as plantas ficaram todas amarelas, murchas e borocoxôs. Arianna, minha camponesa preferida, me mandou botar as plantas pra fora de novo. Segundo ela todas essas ervinhas aromáticas são muito resistentes (a não ser o chato do manjericão) e não é um inverninho assisano que consegue derrubá-las. Então lá fui eu, cheia de fé, abandonar meu vaso no frio da varanda.

E não é que os pulgões morreram de frio e as plantas renasceram? O aipo e a salsinha, que eu tinha podado de acordo com as instruções da Arianna, estão cheios de brotinhos. O hortelã, que tinha sumido, já esta crescendo descontroladamente em diversos pontos da terra. O alho que eu colhi tarde demais e por isso era só raiz foi substituído por um dente de alho que estava brotando na geladeira, e já cresceu um bocadinho. Agora quero botar nos outros dois vasos que estão vazios na varanda, e que já hospedaram manjericão e salsinha, um pouco de sálvia, de alecrim e de manjericão. Se o espaço permitir, louro e tomilho também.

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Falando em ervas aromáticas, tem receita nova.

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Outro dia chegou aqui em casa um panfleto da nova Isola Ecologica do Comune de Bastia. Dizia que lá podemos descarregar não só o clássico lixo reciclável, mas também móveis velhos, pilhas e baterias usadas, remédios vencidos, óleos, tintas. Lá fui eu conferir, contra a vontade do Mirco, que tem um amigo que trabalha na administração do Comune e disse que o lixo que é separado pelos moradores e depositado em caçambas próprias pra cada tipo depois é misturado todo de novo quando chega no depósito principal! Mas eu fui lá assim mesmo, amarradona, crente que ia encontrar uma coisa muito civilizada e organizada… Ma sì! Aqui no interior da Jamaica? Jamé! A Isola Ecologica fica num buraco lá no fim do mundo, no meio da Zona Industriale, no fim de uma rua não asfaltada. O cara muito antipático da recepção nem me ajudou a descarregar o monte de vidro, latas, plástico e papel da mala do carro, e apontou vagamente uma caçamba láaaaa longe quando eu perguntei onde deveria depositar papel e papelão. E a cartelinha que o panfleto citava, através da qual você ganharia prêmios depois de um determinado número de pontos acumulados (os pontos correspondendo ao peso do lixo reciclável depositado ali; quanto mais lixo, mais pontos), não existe ainda. Quer saber? Não vou separar mais nada. Azar o deles.

Mas fico com raiva dessas coisas. Tento fazer a minha parte, mas se ninguém mais faz, a coisa fica complicada. Lá em casa ninguém era de desperdiçar nada, de deixar luz acesa, de ficar horas com o chuveiro ligado sem ninguém debaixo; nunca joguei lixo pela janela, sempre recolhi o cocô do meu cachorro, e lá no prédio separávamos pelo menos os papéis do lixo normal, e os porteiros depois vendiam pra empresas que os reciclavam. Reciclávamos papel de impressora, coisa que continuo fazendo aqui (e fazia no escritório também, eu tinha uma gaveta só de folhas de papel pra reciclar): se tenho que imprimir uma coisa que 1) não é importante, 2) vai ser enviada por fax e depois arquivada, ou 3) vou jogar fora logo depois, como por exemplo o horário do cinema que eu baixo da internet, não vou imprimir a cores com qualidade máxima de impressão numa folha em branco. Pego uma folha da nossa gaveta de recicláveis, ou seja, de folhas já usadas uma vez, com só um dos lados impresso, e imprimo o horário na face em branco.

Não deixo a torneira aberta enquanto escovo os dentes.

No inverno sinto frio demais e não consigo, mas no verão desligo a água enquanto estou me ensaboando, ou lavando a cabeça, ou desembaraçando a juba.

Programo meu itinerário antes de sair de casa pra rodar o menos possível e assim economizar gasolina e poluir menos de uma vez só. No verão, só ando a pé ou de bicicleta.

As sobras de pão e cascas de legumes aqui de casa vão quase sempre pra Arianna, que mistura na ração das galinhas.

Só ligo a máquina de lavar roupas e o ferro de passar à noite, quando a tarifa é mais baixa e o consumo geral da galera é menor; assim sobrecarrego menos o sistema, além de economizar.

Se deixo uma camisa de molho na água com sabão, uso essa água depois pra lavar o banheiro.

A água de cozimento de qualquer verdura ou legume depois é usada pra uma sopa, ensopadinho, risoto, ou até mesmo a junto à água do macarrão, pra não desperdiçar as poucas vitaminas queimadinhas que ficaram.

As sacolas de compras de plástico não são de graça nos supermercados italianos. Então peguei a mania de ter sempre algumas sacolas dentro do carro, dobradinhas em forma de esfiha, como a Hunka me ensinou há muuuitos anos. Assim economizo os 3 centavos por sacola, produzo menos lixo plástico e entulho menos a minha casa, que já estava virando um deposito de sacolas.

Ando fazendo uma intensa campanha anti-fumaça com a Arianna, que como toda boa camponesa tem mania de queimar tudo: folhas, lixo, papel.

Uso o timer da TV pra não correr o risco de dormir com ela ligada.

JAMAIS, em nenhuma condição, jogo chiclete no chão.

Eu me acho bem ecológica. Ou não?

Então ontem fomos ver o Retorno do Rei, aqui no cinema tabajara de Bastia mesmo porque não estávamos com saco de ir até Perugia.

Olha, eu gostei. Os efeitos especiais e as cores são uma bosta, mas eu gostei. Muito melhor que o segundo filme. Mas pela cara do Mirco e de vários outros no cinema, e pelos cochichos explicativos que se multiplicavam na sala de projeção, acho que deve ser MUITO confuso pra quem não leu os livros. Nomes demais, lugares demais, mudanças de cena demais, reis demais. Quando voltei pra casa peguei meu mapa de Middle-Earth em italiano e dei uma aulinha de geografia pro lanterneiro, mas ele não gosta muito desse tipo de literatura e só fingiu que entendeu hehehe

Minas Tirith é tudo na vida. Confesso que chorei quando apareceu pela primeira vez. Quero ir morar lá.

O que é aquela cena ridícula do Legolas subindo no oliphaunt? Vai apelar assim na China, PJ…

E a pessoa responsável pelas perucas e implantes dos atores merece umas cinco dedadas em cada olho. O pior, de longe, foi o Denethor, que com aquela linha de inserção capilar parece ator canastrão em fim de carreira apelando pra recursos estéticos lamentáveis pra ver se a queda ao ostracismo vai mais devagarinho.

Adoro os Rohirrim. O Forth Eorlingas! (Avanti, Eorlingas… *sigh ) logo antes do ataque aos orcs que estão incomodando Minas Tirith foi de arrepiar.

Acho que a atriz que faz a Éowyn tem muita cara de boazinha. E louras com cara de boazinha, é universalmente sabido, não matam Witch-Kings.

E gostaria de ter visto o Shire devastado por Saruman e Wormtongue… Hobbits rebeldes no cinema, isso sim seria uma revolução.

Mas no geral, gostei, gostei.

**

Hoje de manhã cedo fomos doar sangue em Perugia, eu, Mirco e um rapaz que trabalha pra ele, que no final das contas não pôde doar porque tava com a PA baixa demais. Tava frio, tudo bem, mas quando chegamos a um certo ponto (ou a uma certa altura em relação ao nível do mar – Perugia está no alto de uma colina), demos de cara com neblina e com inesperados chão e telhados nevados. Tivemos que estacionar lá na casa do chapéu, porque ninguém lembrou de espalhar sal nas rampas do estacionamento, e depois de ver a pequena Fiat Panda à nossa frente deslizar sem controle rampa abaixo, demos marcha a ré e fomos procurar vaga em outro lugar que não fosse um plano inclinado.

A coisa não foi simples, porque como doadora de primeira viagem (na Itália, claro) tive que fazer ECG, exame físico cardiológico, preencher fichas e responder a perguntas idiotas. Mas nesse vai-e-vem dentro do hospital Monteluce fiz amizade com todo mundo hehehe Da enfermeira que me mediu a pressão e rodou o ECG e acabou falando da alergia a cipreste da filha, ao médico jovem e claramente inexperiente que olhou meu ECG e me fez as perguntas idiotas (e quando viu a ficha me disse, “allora sei medico? Brutta cosa…”), à médica de Foligno que me encaminhou ao ECG dizendo que todo médico é um paciente chato e negligente e ela também só foi fazer o primeiro ECG aos 40 anos, passando pela médica bonitona de olhos maquiados com uma pesadíssima sombra azul, que conseguiu a proeza de pronunciar meu nome corretamente; o enfermeiro que tirou sangue do braço direito pra tipagem sanguínea e fez a clássica pergunta da “saudaje”, a enfermeira que me encaminhou à sala de doação, que descobrimos ser nossa vizinha do andar térreo; incluindo a enfermeira que fica vigiando a galera na sala de doação, impedindo que neguinho se empolgue e levante e saia andando logo depois do procedimento, enfermeira essa que confessou ser médica mas há anos ter abandonado a profissão pra virar enfermeira, e terminando com a senhora que nos dava o café da manhã depois da coisa toda (a doação se faz em jejum pra aproveitar e fazer glicemia e colesterolemia, além dos clássicos testes anti-infecciosos).

Minha PA costuma ser muito baixa, de cadáver mesmo, mas dessa vez tava a 120 x 80. Mesmo assim quando cheguei em casa, depois de ter ido ao banco e aos correios em S. Maria, não estava me sentindo muito bem. Dor de cabeça e mal-estar muito pentelhos. Almoçamos pesto de novo, porque não tava com o menor saco de inventar nada pra comer. Não comi quase nada e fui dormir. Acordei às quatro da tarde. Insomma…

A primeira vez que doei sangue eu ainda era caloura. Lembro que eu já tava no terceiro pirulito (eles te davam um pirulito enquanto você ficava lá abrindo e fechando o punho) e a bolsa nada de encher. Meus amigos chegavam, doavam e iam embora, e eu lá. Que coração preguiçoso, credo. A enfermeira chegou a vir me sacanear, perguntando se eu tinha certeza de estar viva. Hmpf.

Só passei mal depois de doar sangue uma vez. Foi a última vez que doei dentro do Gaffrée, em campanha do HemoRio (depois passei a ir diretamente ao HemoRio. Aliás, vão, queridos, é realmente um ato de solidariedade. E ainda te fazem um monte de exames de grátis, e te dão coisas gostosas pra comer depois. DOEM SANGUE!). Era um dia quente e minha pressão tava realmente baixa. Como no meu caso a hipotensão é uma coisa fisiológica, insisti tanto que consegui convencer a enfermeira que me examinou a me deixar doar. Me entupiram de água mineral, coca-cola e suco de laranja pra aumentar o volume de líquido dentro dos vasos, e consequentemente elevar a PA até o próximo xixi. Assim que terminou eu estava legal, mas no meio do curtíssimo trajeto até a casa da minha avó, comecei a me sentir muito mal. Um peso na nuca, vertigem, náusea. Cheguei em casa verde, me joguei no sofá e dormi o dia inteiro. Pelo menos aprendi que pressão cadavérica = no way doação.

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Hoje é Giorno della Memoria, pra lembrar o Holocausto. Perdoem-me, mas confesso que não suporto mais esse assunto, simplesmente porque a coisa toda é muito over. Como assim, maior tragédia da história humana, como anunciam na TV aqui toda hora? Perguntinha básica: e todos os outros felasdaputa que mataram (e ainda matam) milhões de pessoas em outros países, que nem preciso citar porque todo mundo aqui é bem informado e não-burro e é capaz de dar o nome de pelo menos um carniceiro genocida que não seja o Hitler? Por que o único genocídio considerado realmente trágico é o holocausto? Por que será, hein?

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A sopa ficou ótima!

Então ontem fomos ver o Retorno do Rei, aqui no cinema tabajara de Bastia mesmo porque não estávamos com saco de ir até Perugia.

Olha, eu gostei. Os efeitos especiais e as cores são uma bosta, mas eu gostei. Muito melhor que o segundo filme. Mas pela cara do Mirco e de vários outros no cinema, e pelos cochichos explicativos que se multiplicavam na sala de projeção, acho que deve ser MUITO confuso pra quem não leu os livros. Nomes demais, lugares demais, mudanças de cena demais, reis demais. Quando voltei pra casa peguei meu mapa de Middle-Earth em italiano e dei uma aulinha de geografia pro lanterneiro, mas ele não gosta muito desse tipo de literatura e só fingiu que entendeu hehehe

Minas Tirith é tudo na vida. Confesso que chorei quando apareceu pela primeira vez. Quero ir morar lá.

O que é aquela cena ridícula do Legolas subindo no oliphaunt? Vai apelar assim na China, PJ…

E a pessoa responsável pelas perucas e implantes dos atores merece umas cinco dedadas em cada olho. O pior, de longe, foi o Denethor, que com aquela linha de inserção capilar parece ator canastrão em fim de carreira apelando pra recursos estéticos lamentáveis pra ver se a queda ao ostracismo vai mais devagarinho.

Adoro os Rohirrim. O Forth Eorlingas! (Avanti, Eorlingas… *sigh ) logo antes do ataque aos orcs que estão incomodando Minas Tirith foi de arrepiar.

Acho que a atriz que faz a Éowyn tem muita cara de boazinha. E louras com cara de boazinha, é universalmente sabido, não matam Witch-Kings.

E gostaria de ter visto o Shire devastado por Saruman e Wormtongue… Hobbits rebeldes no cinema, isso sim seria uma revolução.

Mas no geral, gostei, gostei.

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Hoje de manhã cedo fomos doar sangue em Perugia, eu, Mirco e um rapaz que trabalha pra ele, que no final das contas não pôde doar porque tava com a PA baixa demais. Tava frio, tudo bem, mas quando chegamos a um certo ponto (ou a uma certa altura em relação ao nível do mar – Perugia está no alto de uma colina), demos de cara com neblina e com inesperados chão e telhados nevados. Tivemos que estacionar lá na casa do chapéu, porque ninguém lembrou de espalhar sal nas rampas do estacionamento, e depois de ver a pequena Fiat Panda à nossa frente deslizar sem controle rampa abaixo, demos marcha a ré e fomos procurar vaga em outro lugar que não fosse um plano inclinado.

A coisa não foi simples, porque como doadora de primeira viagem (na Itália, claro) tive que fazer ECG, exame físico cardiológico, preencher fichas e responder a perguntas idiotas. Mas nesse vai-e-vem dentro do hospital Monteluce fiz amizade com todo mundo hehehe Da enfermeira que me mediu a pressão e rodou o ECG e acabou falando da alergia a cipreste da filha, ao médico jovem e claramente inexperiente que olhou meu ECG e me fez as perguntas idiotas (e quando viu a ficha me disse, “allora sei medico? Brutta cosa…”), à médica de Foligno que me encaminhou ao ECG dizendo que todo médico é um paciente chato e negligente e ela também só foi fazer o primeiro ECG aos 40 anos, passando pela médica bonitona de olhos maquiados com uma pesadíssima sombra azul, que conseguiu a proeza de pronunciar meu nome corretamente; o enfermeiro que tirou sangue do braço direito pra tipagem sanguínea e fez a clássica pergunta da “saudaje”, a enfermeira que me encaminhou à sala de doação, que descobrimos ser nossa vizinha do andar térreo; incluindo a enfermeira que fica vigiando a galera na sala de doação, impedindo que neguinho se empolgue e levante e saia andando logo depois do procedimento, enfermeira essa que confessou ser médica mas há anos ter abandonado a profissão pra virar enfermeira, e terminando com a senhora que nos dava o café da manhã depois da coisa toda (a doação se faz em jejum pra aproveitar e fazer glicemia e colesterolemia, além dos clássicos testes anti-infecciosos).

Minha PA costuma ser muito baixa, de cadáver mesmo, mas dessa vez tava a 120 x 80. Mesmo assim quando cheguei em casa, depois de ter ido ao banco e aos correios em S. Maria, não estava me sentindo muito bem. Dor de cabeça e mal-estar muito pentelhos. Almoçamos pesto de novo, porque não tava com o menor saco de inventar nada pra comer. Não comi quase nada e fui dormir. Acordei às quatro da tarde. Insomma…

A primeira vez que doei sangue eu ainda era caloura. Lembro que eu já tava no terceiro pirulito (eles te davam um pirulito enquanto você ficava lá abrindo e fechando o punho) e a bolsa nada de encher. Meus amigos chegavam, doavam e iam embora, e eu lá. Que coração preguiçoso, credo. A enfermeira chegou a vir me sacanear, perguntando se eu tinha certeza de estar viva. Hmpf.

Só passei mal depois de doar sangue uma vez. Foi a última vez que doei dentro do Gaffrée, em campanha do HemoRio (depois passei a ir diretamente ao HemoRio. Aliás, vão, queridos, é realmente um ato de solidariedade. E ainda te fazem um monte de exames de grátis, e te dão coisas gostosas pra comer depois. DOEM SANGUE!). Era um dia quente e minha pressão tava realmente baixa. Como no meu caso a hipotensão é uma coisa fisiológica, insisti tanto que consegui convencer a enfermeira que me examinou a me deixar doar. Me entupiram de água mineral, coca-cola e suco de laranja pra aumentar o volume de líquido dentro dos vasos, e consequentemente elevar a PA até o próximo xixi. Assim que terminou eu estava legal, mas no meio do curtíssimo trajeto até a casa da minha avó, comecei a me sentir muito mal. Um peso na nuca, vertigem, náusea. Cheguei em casa verde, me joguei no sofá e dormi o dia inteiro. Pelo menos aprendi que pressão cadavérica = no way doação.

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Hoje é Giorno della Memoria, pra lembrar o Holocausto. Perdoem-me, mas confesso que não suporto mais esse assunto, simplesmente porque a coisa toda é muito over. Como assim, maior tragédia da história humana, como anunciam na TV aqui toda hora? Perguntinha básica: e todos os outros felasdaputa que mataram (e ainda matam) milhões de pessoas em outros países, que nem preciso citar porque todo mundo aqui é bem informado e não-burro e é capaz de dar o nome de pelo menos um carniceiro genocida que não seja o Hitler? Por que o único genocídio considerado realmente trágico é o holocausto? Por que será, hein?

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A sopa ficou ótima!

O site do único cinema de Bastia. Detalhe pra maravilhosa luz da foto do cinema (em Visita Virtuale).

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Fiz sopa de grão-de-bico hoje. Se ficar boa, boto a receita.

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Ontem fiz um almoço brasileiro pra retribuir a gentileza da família sérvia que nos hospedou em Majilovac. Só que, com medo de alguém não gostar do menu, Arianna e Liliana (a tia do Mirco, irmã do Ettore) resolveram complementar o cardápio com simplesmente um ganso recheado, um coelho recheado, e três quilos de patate arrosto. Fora os antipasti.

Meu feijão ficou ótimo, o arroz nem tanto (fiquei com preguiça de medir a água e acabei botando demais, a parte do meio da panela ficou unidos venceremos), a farofa show. Todo mundo bateu um pratão, mas só quem repetiu foi o filho solteirão da Liliana, porque não come nem ganso nem coelho.

Nunca mais cozinho brasileiro pra essa gente, só os viados peruginos me entendem! O jantar que fiz aqui ano passado entrou pra história da gastronomia gay umbra. Neguinho comeu até morrer e não sobrou NADA, e olha que fiz muito de tudo! Mas pros camponeses xenófobos alimentares, não cozinho mais NADA. Gente mais chata, tira todo o tesão da coisa! Me fizeram desperdiçar meu precioso feijão preto comprado em Roma e meio quilo de farinha de mandioca que tenho que me deslocar até Perugia pra comprar. Não faço mais, pronto.

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Faxina Soundtrack

Falamansa – Forró do Bole-Bole
Sugababes – Hole in the Head (ouço 20 vezes seguidas)
Sister Sledge – We Are Family
Anita Ward – Ring My Bell
Supercat – My Girl Josephine
Madonna – Ray of Light
Patrick Hernandez – Born to Be Alive
Doobie Brothers – Long Train Running
Jocelyn Brown – Somebody Else’s Guy
Cher – Believe
Chaka Kahn – I’m Every Woman
Soup Dragons – I’m Free
Elvis Presley – Hound Dog
Cool and the Gang – Get Down On It
Bee Gees – Disco Inferno
Janis Joplin – Try
The Commitments – Nowhere to Run
Elvis Presley & JXL – Little Less Conversation (ouço 18 vezes seguidas)
Sylvester – You Make Me Feel
The Commitments – Too Many Fish In The Sea
The Bangles – Walk Like an Egyptian
The Pretenders – Middle of the Road
K. C. And the Sunshine Band – That’s the Way I Like It
Gloria Gaynor – Never Can Say Goodbye
Ed Motta – Manuel

Meninas, não há teia de aranha no canto do teto do quartinho da máquina de lavar que se salve.

O site do único cinema de Bastia. Detalhe pra maravilhosa luz da foto do cinema (em Visita Virtuale).

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Fiz sopa de grão-de-bico hoje. Se ficar boa, boto a receita.

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Ontem fiz um almoço brasileiro pra retribuir a gentileza da família sérvia que nos hospedou em Majilovac. Só que, com medo de alguém não gostar do menu, Arianna e Liliana (a tia do Mirco, irmã do Ettore) resolveram complementar o cardápio com simplesmente um ganso recheado, um coelho recheado, e três quilos de patate arrosto. Fora os antipasti.

Meu feijão ficou ótimo, o arroz nem tanto (fiquei com preguiça de medir a água e acabei botando demais, a parte do meio da panela ficou unidos venceremos), a farofa show. Todo mundo bateu um pratão, mas só quem repetiu foi o filho solteirão da Liliana, porque não come nem ganso nem coelho.

Nunca mais cozinho brasileiro pra essa gente, só os viados peruginos me entendem! O jantar que fiz aqui ano passado entrou pra história da gastronomia gay umbra. Neguinho comeu até morrer e não sobrou NADA, e olha que fiz muito de tudo! Mas pros camponeses xenófobos alimentares, não cozinho mais NADA. Gente mais chata, tira todo o tesão da coisa! Me fizeram desperdiçar meu precioso feijão preto comprado em Roma e meio quilo de farinha de mandioca que tenho que me deslocar até Perugia pra comprar. Não faço mais, pronto.

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Faxina Soundtrack

Falamansa – Forró do Bole-Bole
Sugababes – Hole in the Head (ouço 20 vezes seguidas)
Sister Sledge – We Are Family
Anita Ward – Ring My Bell
Supercat – My Girl Josephine
Madonna – Ray of Light
Patrick Hernandez – Born to Be Alive
Doobie Brothers – Long Train Running
Jocelyn Brown – Somebody Else’s Guy
Cher – Believe
Chaka Kahn – I’m Every Woman
Soup Dragons – I’m Free
Elvis Presley – Hound Dog
Cool and the Gang – Get Down On It
Bee Gees – Disco Inferno
Janis Joplin – Try
The Commitments – Nowhere to Run
Elvis Presley & JXL – Little Less Conversation (ouço 18 vezes seguidas)
Sylvester – You Make Me Feel
The Commitments – Too Many Fish In The Sea
The Bangles – Walk Like an Egyptian
The Pretenders – Middle of the Road
K. C. And the Sunshine Band – That’s the Way I Like It
Gloria Gaynor – Never Can Say Goodbye
Ed Motta – Manuel

Meninas, não há teia de aranha no canto do teto do quartinho da máquina de lavar que se salve.

casa

E ai vao as fotos do escritorio fatto in casa. Atentem às latas vermelhas que fazem de coluna de sustentaçao pras prateleiras de aluminio.

A porta, com a tal placa do Koala e o poster desenhado pela Newlands pro Fashion Rio. Pendurado na maçaneta, uma coisinha chinesa que ganhamos do restaurante chines onde vamos sempre. Da pra ver a ponta da minha escrivaninha, que o Mirco arredondou porque sabe que eu vivo dando topada, entao pelo menos que sejam topadas em algo nao pontudo, pra reduzir o grau de auto-destruiçao. No chao, arquivos com as faturas da oficina, que estou inserindo no computador.

Essa é a minha scrivania. Na prateleira do alto tem dois origamis que minha amiga Ayako fez, uma foto minha com a Ria, filipina, e Shi-Hong, chinesa, em frente à Università per Stranieri em Perugia, com o arco etrusco no fundo. Diarios e agendas. Um postal da Eurochocolate de 2002 (A Me Non Piace il Cioccolato – quem diz é o Pinocchio, claro), uma foto minha com a Hunka, na formatura dela, e a caixa rosa com coisinhas que nao sei onde botar.

Na prateleira de baixo, alguns livros, um segura-livros com uma bola de aço que o Mirco trouxe da empresa vendedora de ferro onde ele trabalhou por 5 anos, velas, um calendario do courier que trabalhava com a gente na empresa do Chefe Idiota, listas de livros a ler e a comprar espalhados em post-its e folhas impressas, uma caixa de CD-RW, e depois alguns dos feiissimos arquivos (raccoglitori) com meus documentos. Por ultimo, naquela caixona vermelha, traduçoes feitas.

Embaixo, apoiados na escrivaninha: o “almoxarifado” da Ikea, com gavetinhas pra selos, post-its, mouse reserva, mini-lampadas pra mini-luz, também Ikea, que esta logo abaixo do calendario, aparafusada naquele troço de madeira cinza-azulado encostado na parede, estoques de coisas de papelaria, etc. Em cima desse almoxarifado, uma pastinha rosa transparente que é meu porta-correspondencia, e um estojo cheio de canetas coloridas. Continuando em direçao à parede, o porta-correspondencia que virou porta-papel de carta (carta da lettera), blocos (blocchi), envelopes (buste), papel colorido (carta colorata), e apetrechos de escritorio (cartoleria) em geral. Grampeador (cucitrice), fita adesiva (scotch), furador (foratore, buca-buca, il coso che buca), uma almofadinha cheirosa cheia de cravos que o Mirco trouxe da Australia ha muitos anos e me deu de presente, um potinho pra comer sorvete que uso como porta-clips e post-it pequenos, um porta-incenzo azul que comprei na rua do Ouvidor, uma latinha de guarana que tomei na Sérvia (nem preciso dizer que era horrivel), incenso, meu computador velho, que hoje nao uso pra mais nada, mas nunca se sabe.

Espalhados sobre a escrivaninha, meu Moleskine, fotos que nao foram penduradas porque acabaram os imas, um CD que tenho que masterizar pra garota da calça dourada, formularios do banco, e essa coisa estranha plastificada que é a torta al testo que eu tenho que mandar pra Lia.

E o meu quadro de fotos…

E a escrivaninha do Mirco, também atolada de arquivos, almoxarifados, dicionarios, papelada, CDs, cartuchos de reserva pra impressora.

E pronto.