upla

Toda terça-feira vai ao ar o programa Le Iene, baseado no Reservoir Dogs de Tarantino. É apresentado sempre pelos mesmos dois cômicos espertos, rigorosamente de terno preto e gravata, e por uma songa-monga, que antes era a pernalonga da, hm, esqueci o nome, e agora é a Miss Itália de dois anos atrás, bela e com a pior dicção que eu já ouvi na minha vida. Os repórteres que fazem os “serviços” (as reportagens) são espertos, irônicos, e donos de uma cara-de-pau invejável. Na edição de ontem deveria ter ido ao ar uma reportagem sobre o consumo de drogas no Parlamento (comentado pela Ane), mas, ridículo dos ridículos, foi proibido de ser divulgado. A desculpa esfarrapada foi “para proteger a privacy dos políticos testados”, uma justificativa idiota já que os testes não foram identificados e foram jogados juntos num caixote, servindo puramente pra dados estatísticos. Censura pura. E sinceramente o fato disso não ter podido ir ao ar é mais grave do que terem achado droga no Parlamento.

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Sempre no mesmo programa, uma das minhas repórteres preferidas plantou-se na porta do Senado com um jornal de grande circulação nas mãos. Perguntava aos Honoráveis (aqui político de alto escalão ganha o título VITALÍCIO de Onorevole, cof cof) coisas simples, tipo quem é Mandela?, o que é e onde fica Guantanamo?, o que significa “Darfur: façamos alguma coisa, e façamos rapidamente”. As respostas foram as mais estapafúrdias, e a vergonha da repórter era evidente, enquanto tentava ajudar mas mesmo assim não saía nada. De Mandela disseram que era um político brasileiro. Guantánamo disseram ser no Afganistão, pronunciado Af-dsfasjdlasdfdjkfjweioruoif-tan. Darfur, aquela parte do Sudão onde neguinho está se matando há anos, virou um estilo de vida, esse estilo de vida apressado de hoje, uma tristeza, tudo é tão corrido.

Ao contrário do que pode parecer, político ignorante e idiota não foi inventado no Brasil. Só temos nomes mais esdrúxulos, mas a farinha é toda do mesmo saco…

na bota

Rapaz, a coisa aqui na Bota ferve. Depois que subiu ao poder a esquerda anda fazendo coisas estranhas (rings a bell?), tipo soltar prisioneiros etc. Agora resolveram tomar vergonha na cara e fazer uma faxina fiscal, aumentando os impostos de quem ganha muito e abaixando os de quem ganha pouco. Até aí tudo bem, concordo plenamente que quem ganha mais tem que pagar mais mesmo, mas o problema é que esses impostos depois não dão retorno ao cidadão (rings a bell?). O sistema de saúde é lento, as escolas são uma merda, o consumidor praticamente não tem direitos, a televisão é uma merda, embora seja a pagamento. Tenho um comentário positivo a fazer: estão implementando uma supertaxa pra quem tem SUV, além do “bollo”, equivalente ao nosso IPVA. Ora bolas, SUV nesse país não tem razão de existir, atrapalha o trânsito, ocupa vaga dos outros, consome combustível demais, e se você tem 50.000 euros pra comprar um SUV da Audi e mais outros tantos pra encher o tanque 8.0 de gasolina, então tem mais é que pagar supertaxa mesmo. Eu, hein.

O problema maior é essa maldita liberação dos presos, que não tem o menor sentido. Estão inclusive ameaçando de soltar o Monstro de Foligno, que há alguns anos estuprou e matou dois meninos MUITO pequenos, e que já avisou que se for solto, vai acabar fazendo a mesma coisa de novo. O único do governo que se opõe a essas maluquices é o meu querido Di Pietro, atualmente Ministro delle Infrastrutture, que na minha nada modesta opinião é a única salvação desse país mas jamais vai ser eleito porque não é politiquento, não sabe se vender, não sabe ser contundente quando fala. Me dá uma peninha danada.

De qualquer maneira, entre impostos e monstros o pessoal já começou a se irritar. Hoje tem greve de transportes públicos e no fim de semana vão ser os jornalistas a parar. Êeeeeeeeeee primeiro mundo!

Striscia la Notizia é definitivamente o melhor programa do mundo.

Hoje o repórter com queixão de G.I. Joe ligou pra um hospital de Nápolis pedindo pra marcar uma ultra-sonografia transretal da próstata. Levou uma hora e meia no telefone até conseguir falar com alguém, e como resposta ouviu que a máquina está quebrada desde maio e não se sabe quando e se será consertada. Lá vai o G.I. Joe diretamente ao hospital, onde encontra um médico pequenininho e careca, com sotaque napolitano que escapa só de vez em quando, explicando que há várias máquinas disponíveis no hospital, que há vários anos ele não trabalha (é urologista mas tem cargo de clínico geral no hospital), quer dizer, vai ao hospital, bate ponto e recebe salário, mas não faz porra nenhuma [N.R.: isso é pra dar trabalho pros especialistas, porque pra ir ao médico genérico não se paga nada, mas pra ser consultado por um especialista precisa pagar O TÍCKET-A)]. G.I. Joe vai com o mediquinho faladeiro pedir explicações ao diretor do hospital, que os manda ao diretor sanitário. O que faz o diretor sanitário? Hein? Hein? Vejam bem, não é um pivete, não é prostituta, não é comerciante desonesto – É O DIRETOR SANITÁRIO DE UM GRANDE HOSPITAL PÚBLICO DE NÁPOLIS. O que ele faz? SAI CORRENDOOOOOOOOOOOOOO! Pelos becos apertados da cidade; imaginem todos aqueles varais de roupas atravessando os becos, os velhos de boina e colete sentados à porta de casa, crianças ranhentas brincando na rua. É assim mesmo. G.I. Joe correndo atrás dele, e volta e meia parando e olhando pra câmera e perguntando “mas vocês tão entendendo?”. Sumir em uma cidade zoneada como Nápolis é a coisa mais fácil do mundo, e na segunda ou terceira esquina o diretor sanitário desaparece. Logo surgem os desocupados, todos de lambreta e TODOS sem capacete, cada um dando seu pitaco sobre a bendita ultrassonografia transretal. Cara, esse país é qualquer coisa.

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Vittorio Sgarba é o Assessor da Cultura do novo governo. É um crítico de arte que adora uma polêmica. Tenho que admitir que concordo com muito do que ele diz, mas entendo que muitas vezes ele passa por antipático e radical. Porque ele fala mal de todo mundo. Sempre. O tempo todo.

Alessandra Mussolini é uma retardada com olhos overmaquiados e cabelos de Farrah Fawcett, pra não falar do fato que é neta do Homem. Aquela que usa mini-saia quando aparece na TV (cacete, a mulher é política de alto escalão, mini-saia não, né) ou, pior, bota de cano alto com perna tolete. Nem vou mencionar o batom rosa-Paquita.

Os dois foram chamados pra ser jurados do novo reality show idiota, Pupe e Secchioni (Gostosas e C.D.F.s). A debilóide da Mussolini começa a puxar briga com Sgarba, no começo assim só pra aparecer. Mas eis que ela tira os óculos dele, e o homem vira bicho. Solta TO-DAS as ofensas que você pode imaginar: oca (literalmente ganso, usa-se pra definir uma mulher idiota, estilo “fadinha”), troia (piranha), deficiente (/defischente/), fascista, imbecille, vaffanculo, stronza, e por aí vai. Eu absolutamente ROLANDO de rir no sofá, e a coisa se arrastando. Basicamente o argumento do Sgarba era “não quer ser tocado por uma fascista”. E a retardada repetindo “Eu não sento mais do lado dele! Maluco! Não estou entendendo nada!”. O homem ficou tão puto da vida que os cameramen vieram segurá-lo, e ele, sempre ajeitando os cabelos com as mãos, roxo de fúria, perguntando “ma chi cazzo sei tu? NON TOCCARMI!”, e eu rolando, rolando. A que eu imagino que fosse a produtora do programa chega pra falar com ele e tentar acalmá-lo, e ele a chama de brutta troia – piranha feia. E eu tendo convulsões. Sei que a coisa toda durou uns cinco minutos, talvez mais, de piiiiiiiiii sem parar porque os dois trocaram insultos que nem presidiário deve conhecer. Não sei se foi ao ar ao vivo, mas imagino que sim, porque essas bostas de realities são sempre ao vivo. Cara, tinha tempo que eu não ria tanto.

Ainda não tem nada da porradaria no YouTube, mas tem esse outro pedacinho, sempre do Sgarba no mesmo programa, pra vocês terem uma idéia do que é a Hedionda Televisão Italiana. Ou esse.

P.S.: Outra porrada televisiva histórica é essa, sempre em um reality (Isola dei Famosi), que não tem nada a ver mas é FENOMENAL.

P.S.2: Todos os estereótipos dos italianos são verdadeiros, sem exceção.

socorro

Eu nunca vi um sistema educacional tão complicado e ineficiente quanto o italiano. Juro. Tudo bem que não conheço nenhum outro sistema educacional, mas cacete, nem no Sri Lanka pode ser tão esquisito assim, não é possível.

As crianças têm uma quantidade descomunal de dever de casa pra fazer. As provas são TODAS orais e todas na base da decoreba. Normalmente os assuntos estudados não têm nenhuma relevância prática. Nem teórica.

Não usam lápis, só caneta. E quando eu insisto pra que usem lápis, porque caderno rabiscado me dá nervoso, além de ser uma coisa idiota por princípio, pergunta se eles usam borracha? Eu nunca rabisquei nada em caderno nenhum, nem eu nem minhas colegas de turma. Escreveu e errou? Apaga. Imagina ficar com o caderno cheio de remendos de tinta azul! Aqui é supernormal.

Usam esse maldito caderno quadriculado. É um quadriculado microscópico que eu não consigo entender pra que serve. Como os quadradinhos são cinza, o caderno parece sujo.

TODOS seguram a caneta errado. TO-DOS.

TODOS escrevem como retardados, começando o zero de baixo pra cima, o oito pelo lado errado, o cinco de baixo pra cima, fazendo o um parecendo dois, o a feito com uma bolinha e depois uma perninha jogada assim de qualquer jeito. Tenho um aluno que usa o mesmo símbolo (algo como |) pra tudo: é j, p, q, f, l e t, tudo ao mesmo tempo. Pontuação não existe. Tem quem tenha dificuldade em desenhar o ponto de interrogação. Todo mundo com letra redonda, tão redonda que tudo se confunde e cansa os olhos ao ler. Não pulam linha, não fazem parágrafo, escrevem só de um lado da folha, não existe data nem cabeçalho. E essa mania maldita, maldita, maldita (e errada, segundo meu livro de lingüística) de assinar ou escrever sempre primeiro o sobrenome e depois o nome. Minha mãe é que tem razão: como é que esse país faz parte do G8 é um mistério.

na bota

a coisa ferve. Porque o papa falou algo que irritou os muçulmanos – não tenho idéia do que foi, nada do que aquele cretino diz me interessa – e agora a direita está desperadinha, com medinho que ataquem o papinha. E acusa a esquerda de não proteger o papa. A esquerda responde o que tem que responder, diplomaticamente, que é mais ou menos “mas quem falou em deixar o papa sozinho? Jamais!”, quando na verdade estão pensando “se jogam uma bomba no Coliseu vai ser culpa desse idiota e ainda tenho que ficar babando o ovo… Político sofre!”. O Prodi, que está na assembléia geral da ONU em NY, não vai estar presente na próxima votação de sei lá o quê no Senado, e a direita ataca. A esquerda responde: mas queriam o quê, que ele largasse a ONU em um momento tão crítico? A minha pergunta é: quem seria tão idiota de largar uma assembléia na ONU em NY pra votar besteiradas em casa? Eu, hein.

:)

Que a televisão italiana é uma merda vocês estão carecas de saber. Mas nem tudo é um horror. No verão, quando ninguém vê TV porque está “al mare”, de preferência tarde da noite, quando todo mundo está jantando fora, passam coisas interessantes. O melhor da TV italiana, na minha opinião, é SuperQuark.

Quem apresenta é um senhor hiperultramegadistinto, Piero Angela. O cara é um lor-de. Sempre de terno e gravata muito sóbrios, fala bem, em tom de voz NORMAL, explica tudo muito bem explicado mas sem tratar o interlocutor como deficiente mental, e sobretudo os assuntos do programa, que sinceramente não sei até que ponto é ele que determina, são sempre interessantérrimos. O programa começa sempre com um longo documentário inicial, normalmente BBC ou outro órgão competente, e depois há várias seções internas, sempre, sempre, sempre interessantes. Até quando falam de coisas que eu ignoro completamente porque detesto a coisa é interessante. Também falam dos antigos romanos, de objetos antigos (como se fazia antigamante pra passar roupa, esquentar a cama, etc), de como pensam os animais, e esse ano fizeram uma série legal chamada “viaggio di un boccone”, mais ou menos “viagem de uma porção de comida” (traduzam boccone como mouthful), co-apresentada pelo professor Cannella, que ensina nutrição em una universidade em Roma e é figurinha fácil na televisão. Outro senhor distinto, logicamente, ao contrário do outro especialista de comida arroz-de-festa, o doutor Calabrese, que é só um italiano babaca que fala berrando. Seus entrevistados são sempre cientistas ou estudiosos de altíssimo nível, praticamente todos morando fora da Itália porque aqui não se faz pesquisa (rings a bell?). Todos com ótima dicção, idéias claras e coisas interessantes a dizer sobre suas profissões. E Piero Angela sempre aproveita a oportunidade pra bater nas mesmas teclas: é preciso estudar, é preciso investir em pesquisa. Eu amo esse homem.

No último programa Piero Angela entrevistou a maior harpista italiana, uma senhora plastificada de uma antipatia ímpar que qualquer outro italiano teria estapeado na frente das câmeras mesmo. Ele, o lorde, nem se alterou, e ainda botou oclinhos e tocou piano com ela. Porque lordes, lógico, tocam piano. Me deu vontade de ir lá abraçá-lo, de tão fofo. Essas coisas são tão raras por aqui que quando vejo, me emociono.

bosta

Então eu chego e leio na Cora o comentário sobre a morte do turista português na praia, no Rio.

E então eu quero só contar três historinhas botenses:

. Pouco antes de viajarmos, deu no jornal um acidente causado por um idiota bêbado que rodou OITENTA quilômetros na contra-mão na SUPERSTRADA, antes de finalmente bater de frente no carro de uma família de chineses. Morreram três, e tem mais uma em vias de, no hospital.

. Maria nos contou na sexta que morreram uns turistas portugueses em um acidente envolvendo dois italianos idiotas que apostavam corrida na estrada em Marbella, um com uma Ferrari e outro com uma Maserati. Um dos carros voou e caiu em cima do carro dos portugueses, que estava vindo pelo outro lado da estrada. Morreram todos. Todos os turistas, lógico. Imbecis sempre se salvam, por algum motivo misterioso.

. Assim que chegamos um peruviano bêbado também entrou na contra-mão na superstrada (aqui até tipo de acidente segue a moda, aparentemente) e rodou quase vinte quilômetros antes de bater em outro carro e matar não sei quantos.

Vou te dizer, tem que ter muita coragem pra ter filho nessa merda de mundo hoje em dia, viu.

Italia campione del mondo 2006

Assistimos ao jogo na casa da namorada do irmão da Michela, em Santa Maria. O Marco e a Michela moram na zona industrial, mas a Nicola, a tal namorada, está bem no centro de Santa Maria, perto da muvuca.

Em frente do prédio dele mora um dos milionários da cidade, que botou um telão gigantesco dentro de casa e encheu o quintal de gente. Em frente à casa um conhecido dos meninos parou um trator que puxava um reboque todo enfeitado, como palanque em véspera de comício. Na parte da frente do reboque, uma mesa de som e uma porchetta inteira. Dois loucos passavam pra lá e pra cá com suas lambretas pintadas com as cores da bandeira italiana, um deles com uma Copa de plástico colada na frente, uma comédia.

O jogo foi, bem, o jogo foi todo comandado pela França. No segundo tempo e durante toda a prorrogação a Itália mal tocou na bola, e só não levou gol porque deu muita sorte e porque o Buffon é um monstro. Zidane deu aquela cabeçada animal incompreensível, e todo mundo queria ser uma mosquinha pra saber o que o Materazzi falou pra ele pra levar uma arietada assim no peito. Acabou que a Itália ganhou nos pênaltis só e exclusivamente por causa do erro do adversário, já que nenhum dos goleiros segurou coisa nenhuma. Eu acho muito chato ganhar assim, e mais terrível ainda PERDER assim, de modo que teria feito o mesmo que os franceses: teria arrancado a medalha do peito na hora. Perder sem merecer é incrivelmente desagradável.

Descemos pra ver a festa na rua, e parecia carnaval no Rio. Todas as lambretas do mundo voavam pra lá e pra cá esvoaçando bandeiras. Quem tinha trator veio de trator. Quem tinha caminhão encheu a caçamba de gente. Quem tinha moto veio de moto. Teve até um que trouxe o barco no reboque, devidamente cheia de gente! Tinha carro alegórico com a Copa gigante em papelão, tinha adolescente brincando de jogar os outros no chafariz, tinha gente puxando o refrão contra os franceses, tinha cachorro latindo, tinha recém-nascido mamando, tinha velho bêbado dançando, tinha buzina tocando (MUITA buzina tocando), tinha fogos de artifício explodindo, tinha morteiro barulhando, tinha fumaça fedendo a enxofre, tinha gente demais fumando e enchendo o saco, tinha criança montada nos ombros dos pais que pulavam, tinha uma quantidade incrível de gente na rua. Soubemos que em Bastia tinha até caminhão-pipa jogando água na galera, embora não estivesse particularmente quente. Mas sobretudo tinha muita, muita lambreta. Um país cheio de lambretas é, nessas horas, um país abençoado. É muito mais legal fazer farofa de lambreta do que de carro (e muito mais prático também).

Mais fotos aqui. E vídeos no UTube, vão lá procurar.

jantarzim

Mirco me manda um torpedo no meio de uma aula dizendo que hoje vamos jantar em Spello. Sabendo que não adiantava perguntar por quê, onde, quando, com quem, etc, fiquei na curiosidade até ele aparecer no nosso ponto de encontro de costume, onde deixamos meu carro estacionado escondidinho. Ele tinha que fazer um orçamento pra um cliente novo na zona industrial de Foligno, e já que tinha que passar por lá mesmo, por que não jantar em Spello, que, dizem, é um dos melhores lugares na Umbria pra comer, junto com Spoleto? Então lá fomos nós inspecionar o tal caminhão, que tinha levado uma batida quando ladrões entraram na área do galpão pra roubar sei lá o quê. Eu já tava toda molamba por causa do calor insuportável durante o dia, e fiquei mais ainda depois da poeirada toda que levantava do chão do galpão. Mas depois que fomos direto pra Spello, estacionamos longe e fomos subindo a rua principal a pé a molambice até foi esquecida, porque a cidade é uma gracinha, e tava lotada de turistas.

Mirco tinha escolhido o restaurante assim ao acaso, abrindo a lista telefônica e escolhendo um lugar pra comer. Esse era o restaurante de um hotel, e tem uma varandona gigante que dá pra um pequeno vale escondido, com vista pra campos cultivados, uma grande casa de pedra antiga meio escondida por uma arvorona imensa, e, mais pro fundo, todo o vale iluminado. Acabou que a comida não tava nenhuma maravilha – o pão era artesanal e valia a pena, mas o resto não era nada digno de nota – mas de vez em quando soprava um ventinho muuuuuuito leve, fresquinho, e o jantar foi bem agradável. Com um vinhozinho branco gelado, então, nham.

Adoro essas escapadelas de meio de semana. E o bom de morar na Bota é que não importa aonde você vai, você acaba SEMPRE comendo alguma coisa gostosa e/ou vendo alguma coisa bonita. Spello é linda, venham.

tudo na mesma

O plebiscito decidiu que vai ficar tudo como está mesmo. Lógico que a direita já saiu malhando, dizendo que o país vai ficar atrasado (…), e coisa e tal. Agora é esperar as reformas econômicas que o novo governo TEM que implantar pra cobrir o rombo nos cofres públicos deixado por vários péssimos governos consecutivos. Rings a bell?