fante

Terminei Ask the Dust, do John Fante, mas, quer saber?, não me impressionou muito não. DETESTO personagens que fazem tudo errado sempre. Vou ficando irritada e não consigo ver mais nada no livro além de uma grande irritação. Também não sou muito chegada em malucos, então já viu. Mas enfim, é um livro que TEM que ler, então li. Missão cumprida.

de Luca

Hoje de manhã li rapidinho o tal Tre Cavalli, de de Luca, que peguei na biblioteca. Achei chatão. Não gosto de frases curtas jogadas ali pra dar efeito. Não gosto de flashbacks desorganizados que você demora pra botar em ordem. Não gosto de personagens bizarros como esse jardineiro de 50 anos que se envolve com uma prostituta de 30 (estou sendo muito sintética, a história é estranha pacas). Não gostei de quase nada no livro; há alguns trechos brilhantes como conteúdo, mas não gostei da forma. Então não vou ler mais nada dele, já que a própria Bibliotecária Loura disse que todos os seus livros são estilisticamente parecidíssimos e ou você gosta ou não gosta (pelo grunhido que fez quando pedi o livro, ela está na segunda categoria).

Terminei de ler o livro correndo e parti pra faxina. Eu, hein.

livrim

Semana passada li Swallowing Grandma, um livro esquisito que comprei porque gostei do nome e da capa. Não sei nada da autora e a sinopse atrás não explica muito bem do que se trata. Ou melhor, até explica, mas a história é confusa e cheia de reviravoltas inesperadas. Não é dicotômica, os bons são maus e os maus também são bons, a personagem principal vira bulímica durante a história e esse conflito não se resolve, enfim, é meio estranho, mas passa o tempo. Não é pra comprar, mas se tiver dando sopa na biblioteca, pelo menos ajuda a distrair enquanto a fila do correio não anda.

Raymond Carver

Na mailing list do curso de narrativa que fiz em novembro está rolando uma discussão séria sobre Raymond Carver. Ele foi muito falado durante o curso, e lemos em aula um conto seu muito interessante, mas eu nunca tinha lido nada dele e fiquei me achando um cocô por causa dessa terrível lacuna intelectual. No fim de semana em Rotterdam, esperando no aeroporto e matando o tempo no avião, li Cathedral, uma sua coletânea de contos.

Quer saber? Achei um belo nada.

Os defensores de Carver na lista argumentam que a simplicidade com a qual ele descreve atos quotidianos é envolvente. Sinceramente, uma frase do tipo “ele passou a manteiga no pão, depois a geléia, e levou o sanduíche pra mulher” não me diz la-da. Eu até agüento conteúdo zero se a forma é maravilhosa, mas se não tem nem conteúdo e nem forma, ora, me poupe. Se a geléia ainda fosse, sei lá, envenenada, ou então uma receita de família que morreu com a falecida avó que teve um repentino piripaque numa casinha na beira de um lago isolado na Dinamarca, ou se o homem tivesse pela primeira vez conseguido passar geléia no pão depois de uma longa fisioterapia pós-acidente, talvez a coisa ficasse mais interessante. Mas manteiga comum com geléia comum num pão comum pra uma esposa comum é comum DEMAIS. E como se não bastasse a exagerada banalidade da forma e do assunto, os contos terminam no ar, suspensos. Não têm final. São literalmente contos onde não acontece nada. Parece até que ele mora aqui na Umbria… ;)

Finalmente consegui terminar La Guerra degli Antò. Tem algumas tiradas geniais, mas é muito confuso e esburacado pro meu gosto. Mas deu pra dar umas risadas e isso é sempre bom. E agora vou parar de ler literatura porque tenho que estudar pras provas de fevereiro. Bosta de vida, se não precisasse trabalhar e pudesse assistir a todas as aulas, não precisaria perder tempo estudando…

primeiros livrinhos do ano

Depois do Camilleri li Pecore Nere (“Ovelhas Negras”), uma série de contos escritos por quatro mulheres imigrantes ou filhas de imigrantes. Eu já tinha visto as meninas na televisão há alguns meses, e resolvi comprar o livro. O que eu achei delas na TV bateu perfeitamente com a minha impressão ao ler o livro. A garota que eu tive certeza que escreveria de um jeito que eu odeio realmente escreve de um jeito que eu odeio; as duas que me pareceram mais inteligentes escreveram os melhores contos. Gosto de literatura de imigração; lógico, é o que eu faço aqui toda vez que escrevo, é o que faz o povo do Mundo Pequeno – mas acho que a coletânea teria sido ainda mais interessante se tivessem chamado autores de outras origens. Porque todas as quatro têm alguma coisa de indiano e/ou muçulmano, então no final das contas cai-se sempre nos assuntos carne de porco, véu, Meca. Mas é interessante. E de leitura fácil e rápida.

Depois engatei logo Tutti Giù Per Terra (“Todo Mundo no Chão”), de Giuseppe Culicchia, um livro que foi sugerido na lista dos participantes do tal curso de narração que fiz em Perugia logo que cheguei do Rio. Achei divertidíssimo! A capa é broxante, mas o livro é muito engraçado. Dei muita risada, muita mesmo, e só fui dormir quando terminei, às duas da manhã (comecei à meia-noite, quando chegamos do jantar na casa do Gianni e da Chiara). Ótima dica.

E aí comecei La Guerra degli Antò (A Guerra dos Antò – Antò é apelido de Antonio; os personagens são quatro Antonios, amigos, punks, de Pescara), esqueci o nome da autora. Não está me entusiasmando muito; quando terminar digo o que achei.

filmes e livros

Vimos Memórias de uma Geisha semana passada com Robertinha. Estava meio desconfiada porque o livro é muito interessante, mas sabe como é, neguinho adora inventar e fazer filmes de merda baseados em livros bons.

Acabou que todos adoramos. Visualmente é um desbunde; aqueles tecidos magavilhosos, a estética japonesa da qual eu gosto só até um certo ponto, paisagens bonitas. Foram bem fiéis ao livro, na medida do possível. O roteiro é meio estranho mas o livro também é, então tudo bem. Gostei, gostei. Vale a pena ver.

King Kong vimos num DVD piratão daqueles filmados dentro do cinema, um horror. Rimos mais das distorções das imagens do que do filme, que deve ser até passável no cinema.

Vimos Ti Amo in Tutte le Lingue del Mondo, do Pieraccioni, humorista toscano muito simpático. Clássico filme italiano idiota, comédia romântica imbecil, mas tem seus momentos.

Vimos Le Croniche di Narnia – eu tinha acabado de ler o livro e achei o filme bem legal, mas semana passada, quando finalmente terminei todos os livros, achei uma BOSTA. Vai ser catequisador assim na casa do chapéu! Socorro! Os dois primeiros são interessantes, mas depois vai tudo descambando numa alegoria tão descarada da Bíblia que eu já tava quase jogando o livro pela janela. Só terminei porque sou MUITO teimosa quando o assunto é livro. Terminei até The Da Vinci Code, vejam só.

E o primeiro livro do ano foi Coraline, do Neil Gaiman (sim, aquele de Sandman). É curtinho, simples, mas bem legal. Interessante pra quem quer começar a ler em inglês, porque é bem facinho mesmo. As ilustrações de McKean também são tenebrosinhas no ponto justo. Gostei.

E logo comecei um Camilleri, Un Filo di Fumo, que não está conseguindo me entreter muito, embora eu saiba que não é culpa sua. E depois que acabar esse vou ter que dar uma parada na leitura (aham…) e enfiar a cara nos livros da faculdade, porque em fevereiro começam as famosas provas das matérias que eu não freqüento. Vai ser mole não.

Muito devagar, vou voltando. Achei que teria tempo pra escrever essa semana, mas qual o quê: entre uma tradução sobre guindastes, o cabelo pra ajeitar, roupa acumulada pra passar, coisas da faculdade pra estudar e jantar pra organizar, não vai dar – mas viram que rima que eu fiz pra compensar? ;)

Acabei de atualizar a lista dos livros lidos esse ano. Adicionei comentários curtos e grossos, bem no meu estilo. É pra mim mesma o post, como sempre, mas eu sei que pelo menos a Julie se interessa (aliás, o livro da tua pimpolha tá aqui… Vamo esperar passar essa tristeza invernal que eu dou um pulo aí pra ver vocês).

Matilda (Roald Dahl) – façam um favor a vocês mesmos e leiam tudo o que esse homem escreveu
Kingdoms of the Celts (John King) – porque eu adoro esse assunto
The Great Gatsby (Fitzgerald) – honestamente? Meio mais ou menos
Great Expectations (Dickens) – adorei
I Racconti (Lampedusa) – muito bonito
The Da Vinci Code (…) – vômito total
Lady Chatterley’s Lover (D. H. Lawrence) – belíssimo
The BFG (Roald Dahl) – :)))))))))))
The Old Man and the Sea (Hemingway) – um livro que é um quadro
The Curious Incident of the Dog in the Night-Time (Mark Haddon) – DELICIOSO
La Voce del Violino (Camilleri) – bom, bom
La Stagione della Caccia (Camilleri) – bom, bom
The Importance of Being Earnest (Wilde) – divertido
Bartleby (Melville) – a must read
Salem’s Lot (Stephen King) – gosto e não nego. Mas esse é uma bosta
Boy (Roald Dahl) – :)))))))))))))))))))))))))))))))))))
La Gita a Tindari (Camilleri) – bom, bom
L’Odore della Notte (Camilleri) – bom, bom
Il Giro di Boa (Camilleri) – bom, bom
Todas as Festas Felizes Demais (Fabio Danesi) – Eu adoro o Fabio :)
Io Non Ho Paura (Niccolò Ammaniti) – uma das melhores coisas que já li
L’Impero dei Draghi (Manfredi) – Nunca mais compro livro de homem com franjinha
The House of Mirth (Wharton) – AMEI
The Kite Runner (Khaled Hosseini) – liiiiiiiiiiiindo, tristíiiiiiiiiiiiiissimo
Breakfast at Tiffany’s (Truman Capote) – muito estranho mas legal
Middlesex (Jeffrey Eugenides) – EXCELENTE
Fight Club (Palahniuk) – gosto de tudo dele
The Bookseller of Kabul (Åsne Seierstad) – bem interessante
The No. 1 Ladies’ Detective Agency (McCall Smith)
The Godfather (Mario Puzo) – recheado de chavões e estereótipos. Veja o filme que é melhor
The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy (Douglas Adams) – coisa mais chata do mundo
In Patagonia (Bruce Chatwin) – não terminado, chato demais
Un Mese con Montalbano (Camilleri)
Gli Arancini di Montalbano (Camilleri)
Henderson the Rain King (Saul Bellow) – não consegui terminar
Morality for Beautiful Girls (McCall Smith)
The Full Cupboard of Life (McCall Smith)
In the Company of Cheerful Ladies (McCall Smith) – delícia, toda a série
Nicolas Heyerich, l’Inquisitore (Valerio Evangelisti) – horrível, idiota, mal escrito
La Paura di Montalbano (Camilleri) – não gosto de compilations de contos
Don Casmurro (Machado de Assis) – amo Machadão :)
Harry Potter and the Half-Blood Prince (Rowling) – ;)
The Year 1000 (Lacey & Danziger) – interessante
Guns, Germs and Steel (Jared Diamond) – food for thought
La Testa Perduta di Damasceno Monteiro (A. Tabucchi) – AMO Tabucchi
La Luna di Carta (Camilleri) – meio decepcionante
A Moveable Feast (Hemingway) – Paris é sempre Paris, né
Oracle Night (Paul Auster) – às vezes interessante, às vezes não
The Man Who Fell in Love with His Wife (Paul Burke) – dispensável
The Mistress of Spices (Chitra Banerjee Divakaruni) – weird
To Kill a Mockingbird (Harper Lee) – a must read
Stupeur et Tremblement (Amélie Nothomb) – legal
Il Principe (Machiavelli) – leeeento…
A Metamorfose (Kafka) – weird
The Grapes of Wrath (John Steinbeck) – magavilhoso
The Virgin Suicides (Jeffrey Eugenides) – Middlesex é melhor
The Lovely Bones (Alice Sebold) – um amor :)))))
O Processo (Kafka) – angustiante
Crônicos (Daniela Abade) – alguns erros de português dispensáveis
1st to Die (James Patterson) – SOCORRO! Tava dando sopa lá em casa (é de um amigo do meu irmão), peguei, li e odiei
As Brasas (Sándor Márai) – tem tudo pra ser lento, mas não é
Faceless Killers (Henning Mankell) – bom mas não empolgante. Só que uma vez começada a série…
The Dogs of Riga (Henning Mankell)
The White Lioness (Henning Mankell)
Timbuktu (Paul Auster) – assim assim. O protagonista é um cachorro, conta pontos a favor
Bartleby y Compañia (Enrique Vila-Matas) – um porre, mas acho que é culpa da língua
The Chronicles of Narnia (C. S. Lewis) – comecei gostando, agora estou achando de uma pobreza ímpar. Custando pra acabar. Aparentemente vai ser o último do ano.

uia

A enxaqueca começou no sábado, no final da manhã. Tomei logo o remédio, como sempre, mas dessa vez demorou a passar e não consegui nem ajudar a botar a mesa na Arianna; tive que ficar jogada no sofá embaixo do cobertor até passar. A segunda porrada veio lá pras sete, no meio do cinema. Estávamos vendo The Interpreter (gostamos muito, mas no final eu já não estava entendendo mais nada por causa da dor). Tomei outro comprimido e fiquei torcendo pra dor ir embora pra eu não ter que sair no meio do filme, mas não deu. Sou teimosa e fiquei até o final, mas cheguei em casa chorando de dor.

Na segunda acordei a massa falida. Uma náusea horrorosa, a cabeça rodando, o corpo mole. Essa dor me destrói, é uma coisa tão absurdamente intensa que destrói a gente moralmente também, um negócio impressionante. Por sorte as duas escolas estavam fechadas por causa do feriado, que aqui se comemora no dia primeiro de novembro, então pude ficar em casa sem remorso. O dia INTEIRO no sofá de pijama. Não conseguia ver TV porque o barulho incomodava, mas arrisquei umas pagininhas e, vendo que rolava, acabei terminando The Grapes of Wrath (maravilhoso!), devorando The Virgin Suicides (prefiro Middlesex) e começando The Lovely Bones, de Alice Sebold, muito gostosinho. Mirco foi tomar um drink com o Moreno porque eu realmente não tinha condições de sair de casa. Cheguei até a bater um bolo à tarde, não sei como, e ainda embrulhei dois pedaços em papel alumínio e dei de presente pras duas meninas que bateram aqui na porta trick-or-treating. E depois chapei, e mais nada.

veremos…

Visto que não consigo engrenar com o coitado do Maquiavel, comecei a ler The Grapes of Wrath. Não gosto muito de livros escritos em linguagem regional, e essa do sul dos EUA é particularmente irritante, mas a história é interessante. Quando conseguir ler mais um pouquinho e criar uma opinião melhor digo o que achei.