apocalypto

Falei que fomos ver o diabo do filme ontem? Pois é. Chegamos cedo, compramos o ingresso e fomos comer piadina em frente aos correios. Como não tinha ninguém na fila da bilheteria e muito menos nas ruas, ficamos espantados com a cabeçada que apareceu pra ver o filme. Sala cheia.

Logo no começo neguinho começa a cochichar: que bicho é esse? Anta, eu respondi ao menino que estava ao meu lado. Não ele, coitado, que não tem a menor obrigação de conhecer a fauna tropical, nem de associar a anta dourada estilizada de Striscia la Notizia com o verdadeiro bicharoco.

Olha, o filme é estranho. Achei menos violento do que the Passion, pra dizer a verdade. Não sei por quê. Adorei ouvir aquela língua antiga e estranha, adorei ver florestas, a-do-rei maquiagem e figurino. Mas achei que ficou faltando alguma coisa. Acho que estava esperando alguma explicação a mais, mais conflito floresta x cidade, mais cidade, sobretudo, porque os figurinos são bárbaros (adorei os enfeites de nariz, de cobre). Mas não, ficou só naquela coisa de run, Forrest, run. Ficou faltando aquele it, sabe. Mas é um bom passatempo, vão lá ver, vão.

ulalá

Semana passada vimos Déja vu, com Denzel Washington, uma grande forçação de barra mas bom passatempo. E anteontem vimos A Good Year, baseado em um livro do Peter Mayle (seus livros são todos iguais, mas todos gostosinhos). O filme é uma delícia e você sai do cinema com vontade de sair correndo pra Provence. Eu sou antiquada em certos aspectos e ainda acho que francês é A língua da cultura e da civilização, e minha humilhação em não falar francês é infinita. Então decidi que esse ano eu vou estudar francês direito. Não sei quando, até porque tem as provas na faculdade e a mudança de casa, mas não importa. Não posso morrer sem preencher essa lacuna cultural.

the sons of men

Fomos ver The Sons of Men, I Figli degli Uomini em italiano, com Daniele e Une, a coreana. Os dois machões camponeses quase dormiram, mas eu e Une, mulheres refinadas e sensíveis, saímos do cinema com um certo desconforto no peito. Vale a pena; a montagem é interessante e a fotografia idem, mas deixa assim uma tristeza pelo que está por vir, sabe.

filosofia barata

Fomos ver Babel em Foligno com Marco e José. Achei legal. Gosto de filmes assim “desconstruídos”, com um pedaço pra cada lado e sub-plots interligados. Meio lento, mas legal. Engraçado que toda a parte inicial, ali naquelas casas precárias de pedra no interior do desértico Marrocos, é igualzinho ao início de Nuovomondo – que, vocês lembram, se passava na Sicília. O mundo gira, a Lusitana roda, e os problemas são os mesmos, só mudam de mãos…

Jantamos no Sparafucile, lógico. Passei o dia inteiro tomando só líquidos pra poder merecer o petit gateau com sorvete de creme de sobremesa.

ALGUÉM POR FAVOR VENHA AQUI ME VISITAR PRA GENTE JANTAR LÁ JUNTOOOOOOOOS!

filmim bão

Resolvemos ir ao cinema em Bastia depois do expediente. Saí do trabalho e fui direto pro centro. Parei no estacionamento da Coop e caminhei os dois passos até o cinema. Logo depois Gianni e Chiara apareceram, e finalmente Mirco com meu jantar, um misto quente. Esqueci que o dia seria longo e não levei almoço “sério” pro trabalho, comi só um pedaço de pizza de batata e alecrim que Mirco tinha comprado sábado. Já sei que amanhã vou ter enxaqueca porque não posso jejuar assim por tanto tempo (jamais poderia fazer o que a Maura fez).

Mas enfim, o filme era The Departed, do qual eu não sabia absolutamente nada. Mas A-DO-REI. Adoro filmes em que se vê a mão do diretor, nesse caso o Scorsese. A edição é ótima, o roteiro é bom, o conflito bom-que-se-finge-de-mau e mau-que-se-finge-de-bom é original, os atores estão todos ótimos (apesar da cara de Meu Bebê do di Caprio, sempre achei o menino um bom ator), a música é perfeita. Gostei, gostei, gostei, e vou ter que pegar o DVD pra poder curtir os sotaques originais. Vão ver! Agora! Tchau!

Nuovomondo

Fomos ver Nuovomondo com Gianni e Chiara em Foligno ontem, depois que voltei de Spello. Um filme esquisito, leeeeeeeento que dói, mas interessante e muito, muito, muito atual – conta a história dos italianos, melhor, sicilianos, que migraram pros Estados Unidos. Aqueles que saíam do meio dos cabritos, descalços e imundos, e passavam dias apertados no porão do navio até chegar na costa leste americana. Mais ou menos como acontece hoje com a cabeçada que chega de barquinho na Sicília.

O melhor do filme é que é todo falado em siciliano, com legendas em italiano. Pra quem lê Montalbano, como eu e Gianni, alguns termos são conhecidos, e demos muita risada ouvindo coisas tipo minchia!, vieni da mia!, qui sono, etc. Mas o ritmo é muito lento e se tivéssemos pego a sessão logo depois, teríamos dormido os quatro.

Mas o melhor veio depois: finalmente reabriu o Sfizio, depois de meses de reformas necessárias, porque antes era um buraco tenebroso. Simplesmente a melhor piadina do-mun-do. Toda vez que como coisas boas nesses lugares bizarros penso no meu irmão, que iria adorar esses negócios esquisitos. Tuco e Brunão.

hmpf

Fomos ver Piratas do Caribe, finalmente. Quer saber? Achei uma bos-ta. A história que fim levou? Não tem. O sentido do roteiro, cadê? Sumiu. Diálogos espertos, onde estão? O gato comeu. Personagens bem feitinhos, rolam? Nem vem. Achei uma boooosta. É um murundu de efeitos especiais (muito maneiros, por sinal) e pronto. Na próxima vez fico em casa lendo um livro.

vai ser compulsiva…

…assim na casa do chapéu!

Quem é compulsivo em geral é compulsivo com tu-do. Eu sou compulsiva com comida, com livros e com o que mais me der prazer. Depois daquela loucura de baixar a primeira e a segunda temporada de Lost e não sossegar enquanto não vi tudo, agora estou viciada em South Park, de novo.

A primeira vez que eu vi foi na MTV. Ouvia meu irmão gargalhando no quarto, mas quando ia lá ver o que era e dava de cara com aquela animação re-dícula, saía correndo. Até que um dia ele me obrigou a ver e eu tive um acesso de riso, e depois fiquei meio viciadinha por um tempo. Quando estive nos EUA, hospedada na casa da minha amiga gelfi, ficávamos horas vendo os DVDs da série e rolando no chão de rir. Depois que vim pra cá esqueci que existia, até porque aqui ninguém nunca ouviu falar de South Park.

Aí… Estava eu catando sei lá o quê na Wikipedia, no trabalho, quando, por uma questão de labirintismo internetal que te leva a mares nunca dantes navegados através de não sei que link, caí na página do South Park na Wikipedia. E a comichão começou. Assim que cheguei em casa botei o eMule pra trabalhar, e desde então todo dia vejo um episódio de manhã cedo, antes de ir pro trabalho. O problema é que as musiquinhas grudam na orelha, e volta e meia me pego rindo sozinha feito uma idiota, cantando “Sexual Harassment Pan-da!”. Outro dia tive um ataque de riso no chuveiro tão violento que o Mirco veio ver se eu tinha batido com a cabeça or something.

O outro vício é Dr. House, que começamos a ver por acaso porque passa depois de CSI Miami às sextas. Como perdemos o início da série, e freqüentemente caímos no sono e perdemos o fim dos episódios, comecei a baixar a primeira temporada. E aí quem viciou foi o Mirco, que depois do jantar pergunta sempre se temos um House queimado pra ver. E toda hora tenho que parar pra explicar alguma coisa (do pouco que me lembro), tipo lúpus eritematoso sistêmico, MARSA e outras coisas que eu nem sabia que lembrava. Como eu adoro explicar, em vez de 40 minutos levamos uma hora pra ver cada episódio :-P E agora dá licença que vamos ver o episódio 13.

Depois de ver mais algumas cozinhas num show room em Perugia, fomos ao cinema ver Superman Returns. Os meninos não gostaram, mas eu gostei. Tudo bem que o Super tem toda a expressividade de um galho de figueira, apesar de ser um pi-téu, e tudo bem que a garota que faz a Lois Lane não é nada de particular, e tudo bem aquele corte de cabelo hediondo do filho da Lois, mas eu gostei. A abertura é maneira, e, admitamos, darlings, a musiquinha é de arrepiar os cabelos. Os efeitos são ótimos, e a história não é assiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim tão inverossível quanto parece – eu tinha acabado de ler o lance dos cristais no livro do Dawkins. Cristais “crescem” por acumulação uniforme de moléculas, inclusive copiando eventuais erros de posicionamento, que o Lex chamou de “copia a forma dos minerais ao redor”. Daí uma das teorias que diz que é possível que a vida na Terra tenha surgido a partir de um mineral. A cópia de eventuais erros seria o equivalente da mutação no DNA.

Mas viajei completamente na maionese. Gostei do filme, e fiquei com vontade de levar o Superpitéu pra casa.

shoo vampire, don’t bother me

Não estou acostumada a dormir depois do almoço. Ontem passei a manhã fazendo uma revisão, e depois do almoço capotei. Mais tarde o Mirco acordou e foi a Santa Maria cortar o cabelo, mas eu nem me mexi no sofá. E aí à noite não conseguia dormir. Fiquei vendo Entrevista com o Vampiro até 4 da manhã.

Cara, é o filme mais cafona do-mun-do! NADA é comparável ao cabelo do Antonio Banderas, nem o corte da Farrah Fawcett. NADA está no mesmo patamar daquela maquiagem horrível, nem a maquiagem das apresentadores de telejornal italianas. O livro já é de uma bobeira ímpar, mas o filme consegue ser pior ainda – só se salva o figurino. Mas olha, o cabelo do Banderas me traumatizou. Tinha esquecido que existia tanta cafonice no mundo. E canastrice também.