ottawa

Como já vimos mais ou menos tudo o que tinha de interessante pra ver no centro, ficamos aqui em torno mesmo. O objetivo era dar uma volta de bicicleta, mas não conseguíamos abaixar o descanso da bicicleta do Nenad e acabamos indo dar uma volta a pé ao longo do rio. Cheio de patos, de gansos canadenses voltando da migração, de passarinhos com manchinhas vermelhas nos ombros, de esquilos de cores variadas. O dia estava lindo e o passeio foi uma delícia. Quando pegamos o caminho de casa estávamos morrendo de calor. Paramos no grego pra almoçar, peito de frango recheado com feta e espinafre, hmmmm. Depois fomos ao supermercado comprar mais umas coisinhas pra levar pra Itália e quando chegamos a eowyn tava de saída pra fazer compras pro churrasco. As vizinhas de casa, mãe e filha italianas, foram convidadas e precisávamos comprar carne, bebidas, etc. Lá fomos nós de novo fazer compras.

Primeiro no Rainbow Market, que só vende coisas orgânicas e esquisitas. Fiquei enlouquecida, todos aqueles tipos estranhos de arroz, de quinoa, de cereais bizarros, de ervinhas, de vitaminas, de leite fresco. Uma delícia de loja. Comprei arroz vermelho indiano, arroz selvagem preto que eu amo e na Itália só se encontra misturado ao basmati, quinoa vermelha, muesli biológico e pistaches pro Mirco. Depois fomos a um supermercado grande comprar carne, Coca etc, e toca pra casa. Nenad tirou o barbecue da garagem, acendeu o bichinho, botamos as lingüiças na brasa, eu fui cortar legumes pra fazer na grelha e no forno. Aproveitamos pra cozinhar a quinoa, que tem cheiro de feijão enquanto tá no fogo, leveza de isopor depois de cozido e um sabor familiar e ao mesmo tempo diferente (bem gostosinho, se tiver que ser ela pra salvar o mundo da falta de cereais, seja bem-vinda). Nesse meio tempo chegou a Rita, a vizinha-filha, porque a vizinha-mãe tava com dor de cabeça e ficou em casa. Batemos muito papo, comemos pra burro, batemos mais papo. Depois que a Rita foi embora ficamos vendo o episódio inédito de South Park da semana, depois Zoolander e depois caminha.

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Hoje foi um dia de bundear.

Em vez de descermos no ponto perto do Parlamento onde descemos sempre, saltamos em outro ponto, e rodamos a Bank Street toda, de cima pra baixo. Depois de muito caminhar Mirco resolveu encarar um japonês, só pra ver se ele mudava de idéia e passava a gostar. Como eu tinha tomado café muito tarde e não tava com fome, fui poupada do horror. Mas confirmo aqui, por escrito: tenho pavor de comida japonesa, não posso nem chegar perto. Nem sopinha com macarrãozinho rola, que eles conseguem estragar. Ou sou muito azarada e só comi em restaurante ruim, ou é uma merda mesmo. Desconfio que a segunda opção é a justa.

Acabamos parando no salva-vidas, leia-se Mcdonald’s. Já tava no meio da tarde e fomos sentar no parque do Parlamento de novo. Mirco pegou até um bronzeado enquanto eu li mais alguns capítulos de The Blade Itself (do qual falarei mais tarde). Tenho que aproveitar todos os minutos livres pra ler, porque estou entupida de trabalho (na terça tive que entregar algumas laudas chatas e tenho coisas pra segunda depois que voltar da viagem). Passeamos mais um pouco e voltamos pra casa.

Jantamos no restaurante grego perto da casa da eowyn, Teo’s Greek Tavern, com aquela decoração horrenda de restaurante americano, templos gregos pintados nas paredes, casinhas brancas das ilhas etc. Carpete, água com gelo, Zorba o Grego tocando no fundo. As garçonetes supersimpáticas (todo mundo nesse país é simpático, deve ser alguma coisa que botam na água), a comida ó-te-ma (e confirmo outra coisa por escrito então: comida mediterrânea é o que há, meus amigos, não tem erro) e o melhor, pertinho de casa. Nenad levou o carro pra casa e nós voltamos a pé. Batemos papo, vimos TV e nana.

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Hoje era o único dia da semana pro qual a previsão do tempo dava uma chuvinha besta.

Saímos tarde de casa, pra variar, e fomos diretamente pro Museum of Civilization. Como descemos do ônibus no lugar errado e tivemos que caminhar MOITO, atravessando a Alexandra Bridge cruzando com gente que sai do escritório na hora do almoço pra caminhar, com crachá e tudo, chegamos ao museu na hora do almoço. Comemos lá mesmo, um hamburger servido por uma portuguesa chamada Herundina muito sorridente.

O museu é MUITO maneiro. Primeiro porque tem aquela coisa toda que eu já falei de ver coisas novas: o foco do museu é sobre os povos que viviam no Canadá antes da chegada do homem branco e coisa e tal. Outra grande parte fala justamente da chegada do homem branco, das primeiras colônias e por aí vai. Tinha uma exposição temporária sobre o Peru INTERESSANTÉRRIMA, sobre um povo que viveu não sei quantos séculos antes dos maias, os sican (não acho o link no site do museu). E tem uma parte chamada Face to Face contando a vida de 25 personagens importantes de diferentes fases da história do país. Levanta o dedo aí quem conhece uma pessoa, uminha, importante pra história do Canadá. Pois é, eu também não sabia nada sobre esses fulanos, mas agora conheço vários. Li muita coisa interessante, vi muitas fotos ótimas, aprendi muita coisa legal. A visita foi ótima e superprodutiva.

Voltamos pra casa relativamente cedo porque o Nenad queria levar a gente ao Mer Bleu, área pantanosa a poucos minutos da cidade que é na verdade um microclima, um retalho de uma outra imensa área pantanosa no norte do país. É um lugar estranhíssimo: a água é tão ácida, mas tão ácida que não há bactérias nem insetos, então o silêncio é avassalador. Apesar da chuva forte que estava caindo até poucos minutos depois que estacionamos o carro lá, você não escutava nem os pingos das gotas caindo das folhas, porque não há nada seco que pudesse fazer barulho. Aqui e ali estranhas árvores brancas davam tchauzinho do meio do pântano, pinheiros cresciam ao lado da espécie de estradinha elevada/causeway construída pro povo passear pelo meio do bog. Um troço muito esquisito mesmo. Ali também aprendi um monte de coisa legal, saí feliz da vida.

Tínhamos combinado de jantar tailandês, mas o restaurante preferido da eowyn e do Nenad tava entupido porque tinha um evento gastronômico pra festejar o dia de combate à AIDS ou whatever. Fomos ao indiano preferido deles então. Lugar supertípico, a indiana-chefa com argola no nariz e coisa e tal, cheiro de especiarias no ar. Só que TUDO tinha coentro. TODOS os pratos. E nós odiamos coentro. Pro Mirco o coentro é o rei das “erbette del cazzo” (literalmente ervinhas de merda), e ele não pode nem sentir o cheiro. Não sabíamos, porque todas as outras (poucas, admito) vezes que comemos indiano não tinha nada disso. Eu ainda comi algumas coisas, mas o Mirco ficou no pão mesmo e quando chegamos em casa encarou leitinho com cereais. Ficamos vendo reprises de South Park até o sono bater. Fui dormir cansada.

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Saímos tarde de casa de novo, mas quem tem pressa quando está de férias é porque não sabe tirar férias, certo.

Fomos direto pra National Gallery. De não sei quanto em quanto tempo mudam a escultura que fica em frente ao museu; a que está lá agora é uma aranha gigante, com a barriga cheia de ovinhos, muito maneira. Toda hora um ônibus escolar passa e todos os alunos botam as máquinas fotográficas pra fora pra imortalizar a aranhona. Uma ótima surpresa, o prédio é muito bonito, o acervo é muito mais interessante do que esperávamos, e como sempre todo mundo lá dentro era incrivelmente gentil. Apesar de que quem mora na Europa, e mais especificamente na Itália, normalmente não tem fome nenhuma de museu quando viaja porque o que tem aqui dá pra se lambuzar de arte até as sobrancelhas, é o tipo de programa pro qual eu nunca digo não. Adoro um museuzinho, mesmo não entendendo lhufas de arte. E gostei muito. A gente passa a vida habituada a ver pinturas com temas europeus e quando vê um quadro bonito com índios norte-americanos ou paisagens branquinhas do Québec acha tudo muito estranho. Mas é um estranho legal, ver coisas novas é sempre legal. Sempre.

Eu adorei essa aqui, ó.

Depois do museu fomos catar um lugar pra almoçar. Acabamos escolhendo um vietnamita, ligeiramente fora do murundu do By Ward. Comemos muito bem: sopinha pho (com carne, verduras e macarrão), arroz com cogumelos na panela de barro pro Mirco e curry de frango com arroz no vapor pra mim. Tudo uma delícia.

Demos mais voltas, sentamos no parque em frente à embaixada americana pra ver a grama crescer, e quando cansamos voltamos pra casa. Na volta passamos no supermercado do shopping em frente à casa da eowyn, porque adoramos um supermercado básico. Acabamos jantando piadina que nós trouxemos com o speck e a mozzarella não-mozzarella que compramos no sábado na cidade. E caminha.

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Saímos tardão de casa e fomos dar voltas na cidade. Com os museus que fecham às segundas e aquele solzinho gostoso o passeio foi ótimo, assim sem rumo, só pra dar uma olhada inicial no que rolava. Muita gente de bicicleta, muita gente de patins, trânsito intenso mas organizado, TODO mundo de camiseta de alcinha, microshort e sandália aproveitando os primeiros dias quentinhos do ano.

Fomos parar na área do By Ward, onde há zilhões de restaurantes diferentes, barzinhos e pubs irlandeses. Cheio de gente sentada nas mesas do lado de fora, aproveitando o calor e jogando papo fora. Depois de muito rodar e debater decidimos almoçar comida libanesa. Kafta e falafel, arroz, saladinha, pão árabe, tudo ÓTIMO. Me deu uma saudade danada do Rio; adoro comida árabe e os cheiros dos pratos me lembraram da Casa Pedro, da Saara, da esfiha, dos passeios na Cidade com a minha avó…

Depois do almoço paramos no parque em frente ao Parlamento pra dar uma digerida básica, não sem antes passar numa livraria pra comprar umas coisinhas, até porque eu não tinha nada pra ler enquanto o Mirco dormia no sol. Ao nosso redor, gente dormindo, gente almoçando sanduíches ou saladinhas, gente jogando cartas, gente escrevendo em cadernos, gente tirando fotos, gente dando cambalhota, gente jogando frisbee, gente batendo papo com o policial, gente tomando conta de criança brincando (olha a hipálage aí… Era a criança que brincava, não a gente que tomava conta delas). Um dia delicioso.

Digestão feita e soninho terminado, continuamos a dar voltas ali no centro e fomos parar, adivinhemmmmmmm, num shopping. Época de liquidação com o câmbio euro/dólar favorável pra gente, já viu, né. Até que nos comportamos e compramos umas poucas coisinhas na Gap e mais nada. Chegamos em casa já na hora do jantar, mas eles comem tão cedo aqui que a eowyn e o Nenad já tinham jantado. Aproveitamos e matamos os leftovers do chinês de anteontem. Vimos um pouco de TV e caminha.

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O tempo amanheceu bom, umas nuvenzinhas light passageiras e tal. Como levantamos tarde (leia-se o Mirco levantou tarde, eu fiz ginástica, tomei banho e vi um episódio dos Tudors enquanto ele dormia) fomos tomar brunch na Bearbrook Farm, que não me perguntem onde fica. Basicamente é uma fazenda que também funciona como restaurante, casa de festas e lojinha de comida congelada. A especialidade da casa são as carnes de caça, que eu adoro.

Tava tudo uma delícia: sopa-goulash de carnes de caça variadas, almôndegas de búfalo de vários tipos, ensopadinho de alce, javali e avestruz na brasa, etc. Tudo ó-te-mo. Depois, pra digerir, fomos dar unas voltas na fazenda e ver os primos dos bichos que tínhamos comido. eowyn e Nenad disseram que antes havia mais bichos, e de fato achamos um pouco deserto, mas eu nunca me canso de ver bichinhos então foi legal.

Voltamos pra casa, fizemos uma horinha e fomos jantar com a Luciana, amiga brasileira da eowyn e muito simpática que também mora em Ottawa com o marido iraniano e a filha pequena que é uma figura. Comemos numa filial do Baton Rouge, uma steak house, em Kanata, se não me engano. Eu gosto dessas comidas americanonas, mas como ainda tava com búfalo saindo pelos ouvidos fiquei numa salada com peito de frango grelhado mesmo. Depois fomos pra casa da Luciana bater papo e ajudar a Sara a montar quebra-cabeças.

E assim acabou o domingo.

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O dia amanheceu lindo. O mais interessante é que antes de sair de casa eu chequei a previsão do tempo pro período que vamos estar aqui e dava um frio do cacete. Mas tá CALOR! Mais de vinte graus, um sol que queima e bronzeia, e os canadenses estão todos de shortinho e chinelo nas ruas aproveitando o primeiro calorzinho depois de meses de um inverno intensíssimo. Eu, que vim preparada pro frio, só tenho blusas de gola alta e calças de lã, mas tuuuudo bem. Qualquer coisa é melhor do que frio, e fazer turismo com esse clima de alegria porque a primavera chegou é muito legal.

Lá pras onze fomos fazer um brunch num restaurante chinês. Então nosso café da manhã-almoço foi enroladinho de arroz com carne de porco no vapor, ravioli de camarão e de carne de porco no vapor, massa folhada de arroz com recheio de camarão.

Depois fomos visitar o Parlamento, porque tinha uma visita guiada grátis. O prédio é lindo e a explicação foi muito interessante (e os guias todos lindos, diga-se de passagem; normalmente são estudantes de Ciências Políticas ou coisa assim). A cidade é muito mais bonita do que a gente imaginava. E os canadenses são muito simpáticos, cordiais e gentis, e sorriem sempre. Visitamos a zona do mercado, paramos pra comer uma quiche, levamos o Mirco pra cortar o cabelo, pegamos comida bosníaca pra jantar e fomos pra casa.

O Mirco já caiu no sono há muito tempo mas eu tô aqui na sala com eles vendo South Park e com preguiça de subir fotos. Se amanhã eu estiver com paciência eu aviso.

roma – montreal

Acordamos de madrugada pra encarar a estrada pra Roma. Viajar virou um negócio tão chato e complicado e lento que mesmo chegando no aeroporto séculos antes do vôo quando você chega no gate já tá praticamente na hora de embarcar. Eu não sou de freqüentar duty free, mas também não gosto de fazer tudo correndo, mas atualmente é assim mesmo, por causa das nove-horas de segurança etc e tal.

Mas embarcamos no horário, o vôo com a Swiss International Airlines (a finada Swiss Air) até Zurique foi superlight, pouquíssimo tempo depois embarcamos de novo pra Montreal. Mais um vôo light: boa comida, assistentes de vôo simpáticos, nada de turbulência. Só que na minha frente tinha um russo. E não sei se vocês sabem, mas os russos são mal educados pra caramba. Esse, em particular, era gordo, usava calças com suspensórios, tinha orelhas cabeludas e era uma daquelas pessoas que ocupam um espaço muito maior do que o seu volume físico justifica. O cara passou o vôo inteiro me incomodando, porque cada movimento que ele fazia tremia a poltrona toda e amassava as minhas pernas. Ainda por cima toda hora ele botava as mãos por trás da cabeça e apoiava as mãos de uma maneira tal que seus dedos gordos cobriam a metade da minha tela de vídeo. Entornou não sei quantas doses de gin durante o vôo. Sabe o cara chato, chato, chato? Chato.

Fora isso, tudo beleza. Do aeroporto pegamos um ônibus pra Ottawa, liguei pra eowyn e logo depois ela veio pegar a gente com o marido, Nenad. Fomos pegar o jantar num restaurante chinês, batemos muito papo e fomos mimir.

hohohoho

O assunto da aula de Storia Contemporanea de ontem foi fascismo.

O professor é um dos meus preferidos, uma cara de português, branquinho, cabelo muito cheio e escuro, olhinhos pequenos. É simpático, usa tu em vez do Lei de cortesia com os alunos, deixa espaço pra perguntas no final da aula, é um cara legal. Explica muito bem e tenta ser imparcial, ao contrário dos outros dois docentes da matéria, um dos quais inclusive já faltou aula pra aparecer na TV ao lado do papa num evento sei lá do quê. Mas hoje, no meio da descrição de Mussolini e de como ele usou seu carisma e novas técnicas de comunicação pra conseguir o que queria, não me contive. And he gave himself away.

– Pô, vocês não aprenderam nada, então – disse eu, da primeira fila.

– Como?

– Nada não, é só uma leve sensação de déja vu.

Risos generalizados.

– Não façamos comparações – ele disse, sorrindo. – Sei que há alguns pontos em comum, mas as origens e as motivações deles são muito diferentes.

– Mas os efeitos são os mesmos…

Mais risos.

– Bem, não exatamente…

– Se você for à Wikipedia e procurar por Mussolini vai ver um microvídeo em loop muito engraçado, do Mussolini discursando. É interessante primeiro porque pela gesticulação enérgica você percebe imediatamente que ele é italiano e não, sei lá, suíço. Segundo porque eles são realmente muito parecidos.

Risos.

– Vamos evitar essas comparações, período de eleições é uma coisa complicada…

– Pra caramba.

Ele continuou a aula numa boa, mas depois, quando o pessoal se amontoou lá na frente pra assinar a lista de presença, muitos colegas vieram dizer que o meu comentário tinha sido necessário. O pessoal tem um certo medinho de se manifestar porque o professor chefe da cadeira é esse catolicão superconservador e claramente de direita. Mas a Umbria é tradicionalmente de esquerda, assim como a Emilia-Romagna, e os alunos que são aqui da zona são todos de esquerda e dava pra perceber a raiva deles hoje de manhã, durante as conversas na porta da faculdade.

Vejam bem, eu não sou nem de esquerda nem de direita; acho que ambas têm seus méritos e seus podres, como tudo nessa vida. Mas eu não suporto, não suporto, não suporto a idéia de ser governada por um cara que foi liberado de OITOOOOOOOOOOOO processos por associação mafiosa só porque outros foram pra cadeia no lugar dele ou porque o crime prescreveu. Um cara que dá a mão pros outros pra que eles sintam “cheiro de santidade”. Um cara que inventa multinhas pra oficializar infrações da lei só pra salvar sua própria bunda. O cara que queria criar uma lei pra dar imunidade TOTAL pros mais altos escalões do governo. E outra, que infelizmente foi aprovada, que determina que caixa dois não é mais crime. O cara cujos partidos de apoio apregoam a castração química de estrangeiros, com o argumento de que “se querem ser violentos sexualmente, que o façam com as mulheres deles”. Sabem, eu meio que TIVE que fazer o comentário.

Ando tão polemiquinha.

puttanissima della madonna, porca vacca, dio sbudellato, porca miseria, e che cazzo, ma vaffanculo

Meus queridos, Berlusconi ganhou. De novo. E ganhou com uma margem eLorme sobre a esquerda. O que confirma a máxima de que cada país tem o governo bunda que merece. O que já estava o fim do mundo vai piorar umas dez vezes com esse canalha mafioso escroto filho da puta ladrão falso grandíssimo filho da mãe no poder pela milésima vez.

A esquerda radical ficou totalmente fora do governo, sem nenhuma cadeira no Parlamento (ou no Senado, não sei, o sistema político aqui é enlouquecedor de tão confuso), o que é bom em termos absolutos, porque todo radicalismo é idiota, mas quando analisado no grande esquema é terrível, porque a extrema direita do Cavaliere fica sem ninguém que tenha os colhões de encará-la.

A vitória do mafiosão me deixou muito, muito irritada e nervosa. O governo anterior não fez nada do que prometeu mas pelo menos fez uma faxina gigante nas contas do governo, e não inventou nenhuma lei pra salvar o próprio rabo, coisa que o Berlusca sempre faz a cada vez que sobe ao poder.

Deu pra perceber que meu humor não está dos melhores, né.