oi, tchau

Estou sumida porque tenho prova na faculdade. Fiz Comunicazione Politica semana passada (23/30, quem deu a prova foi a assistente bonitona, que só perguntou nomes e datas – realmente o sistema educacional italiano dá medo), e semana que vem tem Marketing e depois Teorie e Tecniche di Comunicazione di Massa, ambos com muita matéria pra estudar. E eu enrolo MUITO pra estudar, vocês sabem, então perco um tempão arrumando a casa, botando documentos em ordem, resolvendo coisas pro Mirco na rua, limpando a casa, fazendo ginástica, limpando a garagem, mandando currículo, batendo papo com futuros colaboradores de trabalho no MSN pra ver se sai alguma coisa rentável, me irritando com a agência que demorou pra mandar o contra-cheque. Tudo desculpa pra não estudar. Mas veja bem, não estou lendo nada nem vendo nada (além do último episódio de House da temporada passada) pra não perder tempo fazendo coisas idiotas. Perco tempo de estudo, mas pelo menos fazendo coisas úteis.

Mas o que eu queria dizer era outra coisa: essa noite tive insônia e vi Tropa de Elite, que um amigo *cof cof* me mandou em DVD completamente legal *cof cof*. Que filme é esseeeeeeeeeeeeee! Que roteiro é esseeeeeeeeeeeee! Desse jeito vou acabar comprando o DVD de verdade.

Outra coisa: não tem nada mais gostoso do que ouvir a língua da gente, da cidade da gente, falando coisas que a gente entende. “Cê tá sabendo que a gente vai fazer Fucô, né”, diz a garota da PUC. : ))))))))))))))))))))))))))))))

clausura

É estranho ficar em casa o dia todo. Sem falar com ninguém, em silêncio. Não tenho ligado a TV nem ouvido música, porque tive aquela revisão e uma tradução no começo da semana e agora tenho que estudar. Só falo com a menina do balcão do pão no supermercado e com o Mirco na hora do almoço; de resto passo o dia muda. É muito estranho, principalmente pra mim, que falo pelos cotovelos, inclusive quando não interessa a ninguém o que eu tenho a dizer. Ontem à noite o vizinho de baixo (não o carabiniere com cara de peru, o vizinho de trás) deu um festão que foi até meia-noite e meia, e foi tão esquisito! Porque já está frio o suficiente pra eu deixar as janelas fechadas, e a casa vira uma bolha, isolada acusticamente. Às vezes falo sozinha, relendo um pedaço do livro de Marketing que não entendi direito, e minha voz soa estranha.

Não vejo a hora de poder começar a trabalhar normalmente, pra falar com clientes pelo telefone, pelo menos de vez em quando.

turbo jam

Continuando na linha “estou uma vaca”, resolvi tomar vergonha na cara e não só fazer uma dieta decente, mas fazer exercício seriamente. Inspirada na minha amiga Meredith, que quem foi à minha colação de grau conheceu e que perdeu 50 quilos em um ano, resolvi arrumar, com um amigo, um DVD perfeitamente legal e não pirateado de umas aulas de Turbo Jam (ho ho). E comecei a fazer em casa, depois de voltar do supermercado de bicicleta. Feito uma pateta, sozinha no escritório, seguindo a ginástica pela tela do computador.

Rapaz, estou com dor até no músculo da bailarina, que um grande percentual da população nem tem. Olha que eu tenho um fôlego razoável pro meu tamanho, e tenho andado MUITO de bicicleta (e vou sempre rápido, vocês sabem), mas não consegui fazer a série toda sem parar pra respirar de vez em quando. Rapaz! Que pauleira! A Chalene não cala a boca um minuto, mas ela é simpática e não incomoda. Mas o mais engraçado é que a coisa toda é de um americanismo ímpar: cheio de yoohoos! yeeeeah! are you ready? groove it! are you having fun yet?. E os sorrisos e noddings das pessoas pra câmera são hilários. Mas eu gosto de aeróbica. Prefiro step, mas aeróbica dá bem pro gasto. E podendo economizar em academia, e evitar as italianas que malham de cabelos soltos e maquiagem, por que não, né.

Vamos ver no que vai dar.

tordandrea d’assisi

Cidade de interior é uma coisa gozada mesmo.

Ontem fomos jantar em Tordandrea, uma frazione de Assis (terra da avó do Mirco). O Juri (leia-se Iuri), o agente de seguros e amigo do Mirco, mora lá e é o tesoureiro do novo time de futebol local. Ontem foi a apresentação oficial do novo time, que tinha ficado desativado por 16 anos, e teve festa, jantar na praça, prefeito, assessores. Parecia um capítulo de Tieta, só faltava o coreto na praça. Tudo levado muito a sério: televisão local filmando (nem sei em que canal passa), apresentador de microfone na mão, distribuição de galhardetes, relógios de presente aos patrocinadores, trilha sonora de Rocky Balboa, mulheres emperequitadíssimas e homems de colarinho da camisa levantado. Eu passei quase o tempo todo rindo, apesar do cansaço mental depois de dias estudando pras provas da semana que vem. A falta de opções de lazer na roça leva o povo a fazer escova no cabelo e se pintar e usar salto alto até pra ir de bicicleta pra praça pra ver a apresentação de um time tão chulé, mas tão chulé, que os jogadores são voluntários e não ganham um tostão. A compensação é que as crianças voltam pra casa sozinhas de bicicleta à noite, mas sinceramente não sei até que ponto vale a pena.

O jantar foi aquilo de sempre: antipasto com melão, prosciutto, bruschetta, salame, depois penne com um molho de carne delicioso, depois lingüiças na brasa com batatas no forno com alecrim, pão sem sal, uma torta bizarra de sobremesa (esses doces sempre sobram, inexplicavelmente neguinho cai de boca é na salada de fruta), vinho tinto bom na mesa.

Mas nos comportamos e comemos pouco. Eu estou uma vaca e o Mirco está com uma barriguinha em que todo mundo reparou, então estamos oficialmente de dieta. Merda.

couchsurfing

Com todos os acontecimentos inéditos desse ano acabei esquecendo de contar sobre mais um: couchsurfing.

A coisa começou com o Brendan, lá no trabalho. Entre uma aula e outra ele sentava no meu computador pra checar e-mail e um dia ele perguntou se eu conhecia esse site. Olhei e gostei da idéia: quem tem um couch, um sofá, leia-se um lugar pra dormir, o oferece a quem quer viajar fora do esquema de hotéis etc. E quem viaja procura um couch no site. Porque a idéia não é só economizar, mas conhecer o estilo de vida de quem mora no lugar, o que é um tipo de turismo completamente diferente.

Em abril me registrei e montei meu perfil, e mesmo avisando que eu não moro exatamente em Assis choveram pedidos.

Nossos primeiros hóspedes eram neozelandeses (mais tarde alugaram um apartamento em Perugia por um mês e nos convidaram pra jantar), depois dois brasileiros que moram na Alemanha (muito gente boa), depois um casal do Alasca (pior: de uma mini-ilha no Alasca, maneiríssimo), depois uma alemã biruta (que me deu aula de ioga e deixava as calcinhas penduradas na grade da varanda pra secar), depois um casal de havaianos (os mais sem sal), depois um de franceses (ótima surpresa, dois amores – não tinha foto no site e quase desisti de hospedá-los), depois um casal que mora em Barcelona (ÓTIMOS, rolou logo aquele clique, sabe como é? E ainda ganhei uma consulta de graça, porque ela é dermatologista), e ontem um casal de poloneses.

Nossos amigos, ortodoxos como todos os italianos, acham que a gente é doido. Jamais abririam a casa pra gente que não conhecem. Mas, tipo assim, o objetivo é EXATAMENTE conhecer gente nova! Gente de lugares estranhos, não necessariamente gente que também vai te hospedar em troca, até porque a tal mini-ilha no Alasca não é exatamente fácil de acessar. Levamos todo mundo a uma sagra – do ganso, da cebola, de Bastia, do santo não sei qual – e todo mundo adorou. Falamos muito de comida, claro, mas aprendi muitas outras coisas também, com todas essas pessoas. Fiquei sabendo que a noção de espaço é uma coisa diferente pra quem nasceu no Havaí, porque a estrada um dia acaba, no mar (o garoto adorava dirigir na Itália e se deixava ficava o dia todo no carro, só pelo prazer de dirigir sabendo que the road goes ever on and on); que na Polônia o almoço se chama segundo café da manhã e que se janta às cinco; que o salmão do Alasca são outros 500; que salada na Nova Zelândia é em camadas; que é possível viver de figos (a alemã biruta passava a manhã pendurada na figueira aqui em frente ao prédio e praticamente só comia aquilo o dia inteiro); como fazer uma BOA tortilla de batatas espanhola. Entre outras coisas.

O que nos surpreendeu, mas o que deveríamos ter esperado, é ver que tem tanta gente legal no mundo. Gente que viaja muito, que tem o que dizer, que faz perguntas, e que sobretudo tem o mesmo ritmo que a gente tem. TODOS os nossos hóspedes perguntaram logo de cara onde ficava o supermercado mais próximo, compraram água mineral pra repôr o que beberam, tomavam café na rua, faziam a cama todos os dias, deixaram o quarto exatamente como o tinham encontrado, pediram vassoura pra varrer, usaram uma toalha só quando ficaram somente uma noite. E principalmente TODOS se enfiaram na cozinha pra lavar a louça e me ajudar, quando comíamos em casa. Exatamente como a gente, eu e Mirco, faz em tudo que é lugar. Porque eu prefiro ser meio enxerida e me enfiar na cozinha dos outros do que deixar louça pros outros lavarem. Todo mundo deduzindo onde estava tudo ou simplesmente abrindo armários pra procurar, sem perder meu tempo com perguntas idiotas, fazendo o que tinha que fazer e improvisando quando não tinha outro jeito, contando histórias interessantes e ouvindo as nossas, ficando pronto pra sair rapidinho senão se chegava tarde nas sagras. Gente dinâmica, rápida, esperta, sem frescura, SEM FRESCURA!, open-minded, no-bullshit.

E aí eu cheguei a uma conclusão: ser dinâmico é FO-DA. Eu adoro ser dinâmica. Eu adoro ser open-minded. Eu adoro ser no-nonsense, absolutamente no-bullshit. Adoro precisar só de dez minutos pra tomar banho e me arrumar pra sair. Adoro ser capaz de cozinhar e limpar ao mesmo tempo. Adoro saber deixar as coisas do jeito que eu encontrei. Eu sou foda. O Mirco também.

A Itália não é lugar pra gente, cara. Um lugar onde pra maioria das pessoas um macarrão relativamente razoável mais ou menos assim assim vira um problema de tirar o sono realmente não dá. Não dááaaaa!

dia de fazer coisas

Tinha várias coisas a resolver hoje, além de fazer as compras do dia. Fui falar com meu contador sobre a famigerada partita IVA (tipo o CGC, no meu caso do profissional liberal) pra começar a trabalhar. Tive que pedir à minha amada chefe pra mandar um documento que o INSS precisa pra poder calcular quanto tempo de contributos eu tenho, e quanto vou ter que pagar por esse mês e pouco em que estou oficialmente desempregada. Como dependo da boa vontade da chefa escrota (nula) e da competência do seu contador (zero), pode ser que a coisa demore. Já estou começando a me irritar, e a coceira na cabeça, que tinha praticamente sumido durante a viagem, está voltando. ODEIO depender dos outros, odeio, odeio, odeio. Tem horas que eu gostaria de viver sozinha numa ilha, e ficar sem falar com ninguém nem pedir nada pra ninguém por anos a fio. Porque ficar em stand-by é a coisa mais estressante do mundo pra mim, sem saber o que fazer enquanto a minha vida depende de terceiros. Ódio!!!

Nesse meio-tempo uma ex lá da agência, a romena cujo marido tentou foder a chefa (e conseguiu, porque abriu outra agência e roubou vários clientes, estou adorando) me ligou pedindo a minha disponibilidade. Tenho uma revisão chatérrima pra amanhã, mas é melhor do que nada. Devagarzinho eu volto a trabalhar.

casa dolce casa

Apesar das pálpebras de chumbo, resolvi não dormir à tarde, pra não desbaratar mais ainda o meu já complicado ritmo de sono. Deixei o Mirco roncando e tratei de desfazer as malas, botar roupa na máquina, instalar as novas caixas do iPod, pendurar roupa pra secar. Eu gosto de desfazer malas, até porque tem sempre coisa nova pra arrumar :P E também sou meio paranóica, não consigo ir dormir sabendo que a casa tá uma zona, que tem quilos de coisas pra fazer no dia seguinte. É a mesma coisa com louça pra lavar: tenho que deixar a pia limpinha antes de ir dormir, senão no dia seguinte quando vejo me dá uma tristeeeeeza…

Quando vi, o dia acabou, e eu mortinha, mortinha.

Vou-me.

there and back again

Então. A viagem de volta não foi tão cansativa quanto a de ida, porque a direção do fuso horário era mais favorável, mas mesmo assim, vou te dizer…

Às quatro da manhã o shuttle do hotel nos levou até o aeroporto. Mil duzentas e trinta e duas vírgula quarenta e nove inspeções de segurança depois (já falei que viajar virou uma coisa muito chata?) finalmente conseguimos sentar a bunda no gate pra esperar o vôo. Todo o esquema de segurança demorou tanto que apesar de termos chegado ao aeroporto com mais de três horas de antecedência, só esperamos vinte minutos pra embarcar. Ô porre!

O vôo pra Montreal foi tranqüilo e consegui dormir um pouco. A escala foi curta, mas a perna mais longa, até Roma, foi compriiiiiiiiiiiida. Ninguém dormiu nada, a comida não foi tão boa quanto na ida (pra mim sobrou um frango com curry e pimentão muito bizarro, onde já se viu comida picante E pimentão em avião! Proíbem líquidos mas deixam passar pimentão! Vai entender…) e os filmes eram uma droga. Chegamos a Roma no domingo, às sete da manhã, sem saber direito que dia era.

Uma hora esperando a bagagem sair. Uma hora inteira.

E ainda por cima Mirco e Yari, Os Mais Cagados do Mundo, são parados pela polícia federal. Inspeção de rotina. Por sorte as malas com as coisas novas estavam comigo, que passei quase invisivelmente, mas algumas notas fiscais estavam na mala pequena que estava com o Mirco. Resultado: 122 euros de imposto pra gente e 80 pro Yari. A argumentação é a seguinte: o que você tem que fazer é preencher o módulo em TODAS as lojas onde comprar QUALQUER COISA (inclusive comida, café etc), pedir reembolso no aeroporto de saída e pagar os impostos no aeroporto de chegada. Senão pode ser acusado de contrabando. Ha ha ha! Claro que ninguém sabe de nada disso, a gente só pensa em pagar imposto sobre aparelhos eletrônicos etc, mas inclusive sobre roupas e cartões-postais é um pouco demais. Quem prova que eu não tinha ido a San Francisco antes e que a camiseta com o nome da cidade escrito não tinha sido comprada antes, em outra viagem? O argumento cego da burocracia é que você tem que sair da Itália com recibos das coisas que vão com você, inclusive roupas. De novo: eu entendo o lance dos aparelhos eletrônicos; ainda tenho o recibo que a Polícia Federal me deu no aeroporto há muuuuuuuuuuitos anos, pra eu poder entrar e sair do país com a máquina fotográfica registrada no meu nome e não precisar pagar taxa nenhuma. Mas naquela ocasião a coisa me foi explicada com clareza e o formulário me foi dado ali na hora. Eu perguntei em várias lojas nos EUA sobre o lance do tax refund, mas ninguém nunca tinha ouvido falar da coisa. Então se eu não tenho como preencher o raio do formulário, e conseqüentemente de pegar o reembolso, e conseqüentemente de pagar o devido imposto na Itália (como se eu fosse uma importadora em grande escala), eu posso ser acusada de contrabando? Mas que vão tomar no cu, todos.

A desculpa do policial, que só levou uma hora e meia pra resolver o negócio com os meninos, era que o governo mandou uma circular dizendo pra intensificar as inspeções, pra arrecadar mais. Ora, eu nunca fui contra pagar imposto, desde que haja um retorno. Mas 1) pagar imposto idiota, sobre roupas e cartões-postais, e 2) ter que esperar UMA HORA E MEIA pra isso non mi pare proprio il caso. Mas que vão tomar no cu, todos.

Então fiquem avisados: quem for viajar pra fora da Europa e comprar roupas no exterior deve arrancar todas as etiquetas, tirar tudo da embalagem original e comer os recibos.

to L.A.

Hoje foi dia de compras. Passamos a manhã refazendo as malas e esperando Mirco e Yari, que esqueceram da vida olhando os surfistas na praia. Depois de muito tempo tentando ajeitar as malas no carro, fomos ao shopping UTC, onde deixamos todo mundo, e eu e Mirco fomos correndo à IKEA (não somos fanáticos, é que eu tinha um gift card pra gastar nos EUA). Em meia hora entramos, compramos, pagamos e saímos, e dez minutos depois estávamos de volta ao UTC. Enquanto as meninas caíam num shopping spree animado, nós, que já tínhamos comprado tudo o que queríamos, ficamos sentados à sombra de um gazebo esperando. Dali voltamos ao hotel, onde estacionamos o carro enquanto almoçávamos no local ao lado, aquele do armeno simpático. Gianni inclusive pilotou a máquina de café pra poder finalmente tomar um espresso decente (só decente, é claro, porque a qualidade do café não era ideal, blah blah blah). Quando terminamos já era metade da tarde, e pegamos a estrada pra Los Angeles.

Um trânsito do cacete, lógico, e só não levamos mais tempo pra chegar porque podíamos usar a pista de car pooling. E bota car pooling nisso: depois das compras todas, a coitada da Anna Lisa, que no início da viagem deitava no banco de trás e tirava altos roncos, dessa vez foi espremida entre uma fruteira da IKEA, sacolas da Gap e bolsas da Nike.

Chegamos em L.A. debaixo de chuva e absolutamente exaustos. Deixamos as malas no Travelodge perto do aeroporto e fomos dar uma volta, pra ver Santa Monica, pelo menos, mas levamos tanto tempo parados no trânsito que arriscamos inclusive ficar sem combustível. Voltamos correndo pro hotel, comemos qualquer coisa no Denny’s do lado do hotel mesmo e enquanto o Mirco roncava eu me dediquei à tarefa ingrata de reorganizar as malas pra caber toda a tralha que compramos.

Aí neguinho fica achando que eu sou a superhipermega consumista, mas não é assim. Eu gosto de coisas diferentes do que todo mundo tem, então dificilmente compro roupas na Itália (só na Benetton e na Sisley, quando entra em liquidação, e mesmo assim são no máximo 150 euros por ano). Mirco, então, não compra nada aqui nem pagando, porque ele tem uma certa alergia à Itália. E ele consome MUITA roupa, porque é muito agitado, faz mil coisas ao mesmo tempo, e volta e meia esquece de usar roupa de trabalho pra ir pra oficina e volta com um jeans novinho manchado de tinta bem na coxa. Tendo que enfrentar poeira, tinta, diluente e outras coisas horríveis, seus sapatos não duram nada. Celulares idem, apesar de ficarem sempre no bolso; os cutões de poeira por trás da tela são impressionantes. Então quando viajamos SEMPRE compramos roupa. SEMPRE. Assim unimos o útil ao agradável: temos roupas que ninguém aqui tem, e ainda por cima analisamos a disponibilidade de produtos em outros países. Lindo, né.

Boa noite.

san diego

De manhã fiquei dormindo no hotel com uma certa enxaqueca, enquanto o pessoal foi a Tijuana. Eu tinha tanto interesse em ir a Tijuana que nem tinha checado na internet se precisava de visto – precisava – e não poderia ter ido nem se estivesse bem da cabeça. Como pra ver gente feia e pobre eu acho que sai mais barato me olhar no espelho, tenho certeza que não perdi nada. Acordei na hora do almoço e eles estavam voltando, saíram correndo da cidade fugindo do horror, o horror.

Almoçamos numa espécie de café aqui do lado do hotel, administrado por um armeno simpático. Bons sanduíches e boas saladas, provavelmente voltaremos amanhã.

À tarde fomos passear no centro, no Gaslamp Quarter, depois de passar pelos casarões aqui de La Jolla. Achei a cidade bem legal, bem vivível, agradável, com um centro histórico interessante e muitas opções de lugares pra comer e fazer compras. Mas San Francisco dá de dez a zero, com a vantagem extra de estar mais longe do México.

Jantamos mais pra lá de La Jolla, na direção do centro, eu sempre tentando explicar pro garçom que macarrão se come al dente então por favor pede pro cozinheiro tirar a massa da panela uns três minutos antes do que ele tá acostumado, e botar menos molho, e menos presunto no sanduíche, e nenhum dressing na salada, pelamordedeus, e nada de croutons na Caesar, e nada de gelo na água. De revirar os olhinhos.

Amanhã tem IKEA (tenho um gift card pra trocar), shopping center e Los Angeles.