san diego

Hoje foi dia de Sea World. Eu já fui um milhão de vezes naquele da Flórida, e acho o ingresso caro demais (51 doletas), mas todo mundo quis ir então acabei indo também. Claro que ver bicho é sempre legal, mesmo engaiolados ou empiscinados, e acabei me divertindo. O engraçado foi no primeiro show, dos golfinhos, quando começou a chover um pouco e a fazer frio. Fiquei pensando que se fosse na Itália não teria ninguém nas arquibancadas, e quem se aventurasse teria coberto os filhos dos pés às orelhas. Aqui, como em qualquer lugar normal e não inventador de doenças fictícias, ninguém botou chapéu, meia nem casaco nos filhos, nem ficou desesperado com medo de pneumonia. E dez minutos depois a chuva passou.

Almoçamos um sanduíche por lá mesmo e à tardinha demos umas voltas pela cidade. Eu tava com dor de cabeça e fiquei no hotel enquanto eles foram procurar uma pizzaria aberta (no bairro do nosso hotel, La Jolla, tudo fecha às sete). Pronto.

to san diego

Que viagem comprida! Quilômetros e quilômetros atravessando o nada. Nada! Que lugar bizarro esse país, vou te dizer.

Estamos num Travelodge em La Jolla, uma zona legal da cidade mas sem muito movimento. Já fomos fazer compras no shopping aqui do bairro, e enquanto o pessoal foi catar um lugar pra comer (aqui em frente em um restaurante chinês, mas imagina se eles iriam botar os pés lá dentro!) eu preferi ficar aqui com meus crackers e maratona CSI na televisão.

Algumas poucas fotinhas no flickr.

grand canyon + monument valley

Saímos cedo de Kanab e pegamos a estrada pro Grand Canyon. Sim, tínhamos desistido, mas sabe como é, você foi a todos os parques nacionais do oeste americano e não foi ao Grand Canyon, pega mal. Então fomos. Mas fomos à North Rim, muito menos badalada do que a South Rim, porque o visual é menos desbundante, por uma questão geográfica mesmo. De qualquer forma, é lindo, e valeu a pena o détour pra ver o negócio.

De lá tocamos pra Kayenta, parando em Page pra almoçar uma pizza razoável. Kayenta é um lugar horrível, horrível, horrível, triste, decadente, e cheio de índios navajos que estão longe de ser simpáticos ou acolhentes. Era o único lugar onde não tínhamos hotel reservado, e acabamos pagando uma nota pra pegar os dois últimos quartos no Holiday Inn. Largamos as malas e fomos ao Monument Valley, administrado pelos navajos e fora do National Park System, o que significa que nosso passe anual aqui não vale: 5 doletas por cabeça. O parque é lindo, de verdade, mas como chegamos meio tardinho o sol já tava se pondo e o passeio final pela Valley Drive ficou pela metade – dirigir no escuro em uma estrada vagabunda de terra batida sem uma iluminação sequer e sem lua realmente não dá.

O que mais impressiona a gente nesse lugar é a quantidade de espaço. Tudo é incrivelmente enorme, imenso, gigante, sem fim. Você olha pra frente e a estrada, retinha, não termina nunca. O planalto gigante e vermelho te acompanha por um tempo imenso, e depois dele vem outro. De vez em quando uma vaca, um trailer, uma pick-up, mas de resto é só espaço, espaço, espaço. Uma sensação muito esquisita. Vejam as fotos no flickr.

Dica pra quem vier pra cá no inverno: apesar de estar na mesma faixa de fuso horário do Utah, o estado do Arizona não entra em horário de verão, ficando então com uma hora de diferença com relação ao Utah. No inverno os dois estados têm o mesmo horário. Em muitos lugares há dois relógios na parede, um com o horário de cada estado, pra neguinho não se confundir.

utah – zion e bryce canyon national parks

Saímos cedo de Vegas, graças aos céus, tomamos café tarde num Burger King de beira de estrada já no Utah, e pegamos a estrada pro Bryce Canyon. Paramos em um lugar que vendia maçãs frescas e outras frutas, além de mel, cereais e chocolates alternativos. O tempo estava estranho, nublado e ventoso, mas não frio, e atrás da casa tinha um gramado delicioso com bancos e mesas pro pessoal comer. Sentamos e detonamos vários cachos de uva, pêssegos, ameixas vermelhas, peras e maçãs. Foi praticamente o nosso almoço.

A estrada pro Bryce Canyon antes atravessa o Zion National Park, relativamente pequeno e bonito mas nenhuma Brastemp. A surpresa mesmo foi o Bryce Canyon propriamente dito, que ninguém sabia direito como era nem o que esperar, e que foi uma ótima descoberta. O lugar é um DESBUNDE, as cores são deslumbrantes, o trabalho do vento é de cair o queixo. Confiram no flickr.

Dirigimos mais uma hora e meia até Kanab, deixamos as malas no Best Western e fomos a pé comer no Houston’s, que a garota da recepção indicou. Como sempre, o serviço foi ótimo, coisa da qual vou sentir falta na Itália, onde só falta te baterem quando você entra numa loja ou restaurante (italiano gosta de bater papo mas não sabe servir, é impressionante). Abrimos o parmesão que o Mirco insistiu em trazer, e junto com as peras que o Gianni descascou virou um antipasto que até a garçonete comeu. Todo mundo comeu e gostou da carne, que logicamente é mil vezes melhor do que a européia, depois fomos dar uma volta na cidade, e vim pro computador trabalhar.

Amanhã desistimos do Grand Canyon porque é fora do caminho que temos que seguir, e estamos cansados de andar de carro. Vamos diretamente a Monument Valley, e lá o problema vai ser arrumar lugar pra dormir, porque tudo o que consultamos estava lotado. Vamos ter que fuçar as cidadezinhas em torno até achar algum buraco.

las vegas

Nao tirei nenhuma foto. Nenhuma.

Passamos o dia inteiro em pé, andando pelos cassinos e hotéis e shoppings. Compramos o novo iPod nano, tao novo que nao tem nem dock pra ele ainda, e um hi-fi compativel com ele, esse aqui. Também comprei Crocs, que sao realmente superconfortaveis, apesar de horripilantes. Deixamos os outros rodando ainda na cidade e viemos pro hotel. Mirco chapou enquanto eu fui lavar roupa e bater papo com uma familia de brasileiros que encontrei na lavanderia. Arrumei as malas pra poder enfiar as coisas novas. E agora estou aqui carregando a bateria do iPod e fingindo que trabalho.

Amanha tem Bryce Canion, e Grand Canyon também se der tempo. Se nao der, nao deu, fica pra depois de amanha.

death valley + vegas

Saímos de manhã cedo de Lone Pine porque, bem, estávamos indo a Death Valley, baby, onde já foram registradas temperaturas de 56 graus Celsius. Tipo assim.

É um lugar muito bizarro. A gente não vê nada se mexendo, mas sabe que existem animais que de alguma maneira conseguem sobreviver ali. O céu é de brigadeiro, dia e noite. O vento sopra o tempo todo, sequíssimo; respirar de boca aberta por alguns segundos te deixa com uma sede intergaláctica. As montanhas são TODAS diferentes umas das outras: tem montanha vermelha, azulada, amarela, marronzinha, bege; lisa, rachadinha, áspera, superáspera. Uma coisa estranhíssima. Tudo isso cortado por estradas que inicialmente fazem algumas curvas, mas depois viram retões infinitos que testam a capacidade de qualquer carro. Quarenta graus às dez da manhã. O sol só faltava fazer bolhinhas de ebulição na nossa pele (eu fui otária e tive que confiar só no filtro solar 60 em vez da bata fininha branca que eu deveria ter usado) e quase dava pra ouvir os melanócitos gritando uhuuuuu e jogando melanina pra fora. Lá pra hora do almoço tava todo mundo passando mal de calor – e isso porque só saíamos do carro pra tirar fotos – e saímos correndo. Conforme a gente ia subindo, porque o parque fica numa depressão (o ponto mais baixo do hemisfério ocidental é ali, em Badwater), a temperatura ia baixando notavelmente.

Paramos pra comer uma pizza em Pahrump (don’t ask), já no estado de Nevada, e chegamos em Las Vegas às 4 da tarde.

Não tenho nada a comentar sobre Las Vegas, a não ser o fato que é a cidade mais inútil do mundo, e a primeira que eu, pessoalmente, destruiria se fosse um terroristazinho básico. QUE LUGAR IDIOTA. Que cafonismo, como diz o Mirco. Que decadência, que nojo. Nojo.

Aproveitamos a tax de 7,75% de Nevada, contra os 14% da Califórnia, pra comprar uma mala, muito precisada, tênis na Nike Store e livros na Borders. Amanhã vamos sair cedo de manhã pra fazer o tour dos hotéis (…), comprar o iPod e seu hi-fi que vimos na Apple Store de San Francisco, e dormir (no meu caso, trabalhar) depois do almoço porque nesse sol só sai na rua gente desesperada pra jogar e comprar. Tipo, 99% das pessoas que vêm a Las Vegas.

Fotos no flickr.

yosemite

Saímos cedo de San Francisco e pegamos um certo trânsito. Paramos em uma cidadezinha pra tomar café no Starbucks e seguimos direto pra Yosemite. Logo de cara demos de cara com um cervo, que aliás foi o único animal que vimos. A paisagem é deslumbrante, e deve ser mais ainda na primavera, quando as chuvas incham as cascatas. Não exploramos quase nada porque não dava tempo, praticamente ficamos sempre no carro e só saíamos pra tirar umas fotos (no flickr, como sempre). O parque é MUITO grande e bonito, bem cuidado, um silêeeeencio… Eu não sou de acampar, mas um bom dia de hiking por lá deve ser uma delícia. Fica pra próxima.

Almoçamos no restaurante do hotel Ahwahnee e continuamos a atravessar o parque de carro. Quando finalmente saímos o sol já estava se pondo; paramos em Bishop pra reabastecer e comprar água de reserva, porque amanhã vamos a Death Valley, e jantamos no Denny’s. Dali direto pra Lone Pine, de onde estou escrevendo agora. Amanhã, Death Valley de dia e Las Vegas de noite.

san francisco

Andamos muito a pé hoje. Enquanto Retardadinho e Mulher Esperta foram até Carmel, nós e Gianni e Chiara fomos procurar as casas bizarras em Alamo Square, depois de um Florentine e suco de laranja no Starbucks. Antes passamos rapidinho na igreja de St. Peter and Paul, que não tem nada de particular, no bairro italiano. Como já estava tarde fomos almoçar em Fisherman’s Wharf, que normalmente é uma armadilha de turista mas, seguindo uma dica do guia da Chiara, achamos um restaurante italiano ótimo, Pompei’s Grotto (Jefferson St.). Um clam chowder delicioso, e depois salmão fresquíssimo grelhado com ervilhas e uma pequena porção de penne al dente com molho de tomate (como sempre, com o orégano herético).

Dali pegamos um tram até Grace Cathedral, andamos muito até chegar ao Starbucks da manhã pra nos esquentar com um chazinho e um chocolate quente (uma droga o chocolate), demos mais umas voltas ali em torno a Union Square e por ali mesmo comemos uma pizza tabajara. Paramos pra babar na Apple Store, onde decidimos o que vamos comprar em Las Vegas, onde não tem a maldita tax, e pegamos um taxi de volta pro hotel. Os meninos foram tomar Guinness no bar aqui atrás, e eu vou trabalhar que tenho um trabalho pro Flash pra entregar.

Realmente fiquei encantada com a cidade. Dá vontade de ter um filho só pra mandá-lo vir estudar aqui, juro. E também é impressionante como você falar bem a língua e conhecer mais ou menos a cultura do país muda completamente o tipo de viagem que você faz. Então decidi que assim que voltar pra casa, além de me inscrever numa academia, vou ver se a prefeitura esse ano consegue gente suficiente pra abrir uma turma de francês. Porque eu quero ir a Paris falando francês direito. E possivelmente magra.

Como sempre, fotos no Flickr.

san francisco

Hoje tivemos um dia de turistões mesmo. Não fomos a Alcatraz, mas visitamos o Pier 39 e seus leões marinhos, passeamos ao longo da Marine, descemos a Lombard, tiramos foto do cable car, fomos ao Fisherman’s Wharf, vimos Sausanito e tal.

Estou adorando a cidade. Completamente diferente de tudo o que eu já vi nos EUA, mas isso eu já sabia. A cidade é colorida, alegre, cheia de gente andando nas ruas, a pé, de bicicleta, de patins, com cachorro, com criança, de patinete, de skate, de Segway. Em suma, é muito mais européia do que a cidade americana média, e acho que é por isso que eu estou gostando tanto. Porque é vivível. Tudo bem, tem aquele monte de ladeiras (minha mãe iria detestar, é traumatizada com ladeiras), mas todo o resto compensa. Dá vontade de sair morando em todas aquelas casas lindas, não só as vitorianas mas inclusive outras mais modernas, com janelões, onde, como na Holanda, o pessoal bota coisas bonitas pra quem passa ver: vasos, flores, esculturas, escrivaninhas antigas, abajures particulares.

Terminamos o dia no Financial District. Jantamos no Ristorante Umbria, do irmão de um cliente da Chiara, onde eles jantaram quando estiveram aqui em lua-de-mel. E aqui faço um aparte: COMO ITALIANO É CHATO E BOBINHO! Tipo, saímos da Itália no domingo, hoje ainda é terça e já estavam todos se coçando com crise de abstinência de macarrão! Acabamos pagando quase 20 dólares cada um por um prato de pasta vagabundo, porque apesar do dono do restaurante ser italiano a clientela não é, então acabam saindo aberrações tipo amatriciana sem pecorino, molho de tomate com orégano etc. Cara, na boa, só sendo muito babaca pra 1) sentir saudade da sua comida mais ou menos 36 horas depois de sair de casa; 2) sentir saudade suficiente pra arriscar comer a comida do seu país sabendo que a probabilidade de ser uma bosta ser altíssima; e 3) pagar caríssimo por isso. Mas fazer o quê, já desisti de entender há tempos. Demos uma volta na Union Square pra sondar as lojas a serem atacadas amanhã, enquanto fazíamos a digestão, e viemos mimir porque hoje andamos pra cacete.

Fotos no flickr.

oi de San Francisco

Primeiro deixa eu avisar que tenho vários emails não respondidos, mas estou com problemas no Thunderbird e não consigo mandar mensagens. Assim que consertar começo a responder.

Segundo, a combinação laptop + wireless é a coisa mais maravilhosa do planeta. Quanta civilização!!! Que diliça!

Terceiro: esse negócio de terrorismo já encheu o saco, encheu, encheu, encheu. Essa paranóia de tirar sapato, de não poder levar líquidos (perdi um óleo bifásico delicioso do Boticário porque o guarda achou que tinha mais que 100 ml), de mostrar documentos mil vezes, QUE PORRE!!! Viajar virou uma coisa chata, chata, chata. E pra continuar sendo repetitiva, quero que os terroristas vão tomar no cu, no cu, no cu, e parem de dificultar a vida dos outros. Ô gente com falta do que fazer!

Quarto, um conselho: DIGA NÃO A VÔOS DIURNOS. Principalmente se você estiver indo de leste pra oeste. Vou te dizer, que maratona! Saímos de casa às quatro da manhã pra ir a Roma. O vôo saiu às nove (Air Canada, ALTAMENTE recomendável), paramos em Montreal (meio-dia, hora local), demos uma volta de taxi na cidade pra dar uma zoiada, voltamos correndo pro aeroporto pra pegar o vôo das cinco e meia, chegamos em L.A. às oito e meia da noite, hora local. Dali carro na Alamo e estrada por duas horas até Tulare, que o Gianni escolheu pra gente poder acordar num horário humano no dia seguinte e ir direto pro Sequoia Natural Park. Mas sabem o que é um dia que não termina nunca? Tipo de chorar de cansaço e sono e vontade de tomar banho pra levar embora aquele fedor de avião? Vou te dizer, ninguém merece. Minha tia tem razão, pobre tem mais é que morrer mesmo.

De qualquer maneira, achamos o centro histórico de Montreal bonitinho mas meio assim-assim. Hoje passamos metade do dia no Sequoia (crianças, chorei muito, nunca vi uma coisa viva tão linda quanto aquelas árvores), jantamos cedo num buraco chamado Modesto e tocamos pra San Francisco, de onde estou escrevendo agora enquanto o laptop carrega a bateria. Estou tontinha de sono. Mas não é jetlag porque não tenho jetlag, não é aquela sensação de canseira etc, é vontade de dormir mesmo porque as horas de sono foram poucas. Amanhã e depois ficamos por aqui, e depois não lembro mais porque o Gianni que organizou o tour.

Fotos no Flickr.