O escândalo da semana é o acúmulo de lixo nas ruas de Nápolis, um fenômeno anual pelo menos desde que estou aqui. (engraçado que todo mundo que mora fora tem uma data de aniversário de chegada ao país, mas eu nunca me liguei nisso e não tenho a menor idéia de quando começar a contar.) O que acontece de verdade ninguém sabe, porque os telejornais são uma merda e não te dão nenhuma informação além da superfície muito superficial. O que se sabe é que TODO SANTO ANO, quando começa a esquentar, de preferência, começa a dar tilt no sistema de coleta de lixo da cidade, os caminhões não passam mais e o lixo vai se acumulando nas ruas. Os caminhões não passam porque não têm pra onde levar o lixo, porque os lixões foram sendo gradualmente fechados, mas o porquê disso tudo ninguém entende direito – até porque nenhuma outra cidade do país tem esse problema. A população não quer lixões nem sistemas de reciclagem ou de incineração, mas aí fica difícil. Reciclar, nem se fala: numa cidade onde NINGUÉM usa capacete quando anda de lambreta nem pára no sinal, imagina se vão ter a disciplina de separar o lixo, o que, convenhamos, é um porre. Tem que fazer, e eu faço mesmo sabendo de fontes seguras e várias que em Perugia juntam tudo de novo, mas eu faço, porque pelo menos tenho minha consciência limpa. Mas acho que napolitano nenhum do mundo conseguiria, nem sob ameaça de apocalipse iminente.

Todo mundo sabe que a máfia ganha as licitações de coleta de lixo no sul do país, mas que em vez de eliminar o lixo do jeito que deve, o que é caro pra burro (tipo, um litro de diluente que o Mirco usa na oficina custa mais pra eliminar do que o preço que ele paga quando compra), simplesmente joga a sujeira em qualquer lugar – em rios, lagos, campos, contaminando tudo. Mas esse lance de Nápolis é muito bizarro, até porque reciclar dá dinheiro. Sei é que todo ano é a mesma novela, e dessa vez até o presidente da república, aquele que não manda nada, resolveu dar uma dura no governo e pedir medidas mais sérias. Inclusive porque a coisa tá começando a feder de verdade, não só nas ruas mas também no bolso, porque a notícia está correndo o mundo e os turistas já começaram a cancelar as reservas nos hotéis…

Nápolis é quase irmã gêmea do Rio, impressionante.

cousas

Vocês não vão acreditar, mas tem um cara treinando aquele esporte bizarro, como se chama, lançamento de martelo, no campo em frente ao meu prédio. Vou repetir: TEM UM CARA LANÇANDO UM MARTELO NO CAMPO EM FRENTE À MINHA CASA.

A única visão mais estranha que eu já tive foi quando passou um elefante na rua dos fundos lá do trabalho. Eu tava ouvindo aquela chamada chata no megafone, circo sei lá o quêeeee, os mais fabulosos acrobataaaaaas, e vai e me passa um elefante, que eu vi através da porta de vidro.

Pensando bem, a visão mais estranho do mundo foi a do , que viu um palhaço ao volante parado ao seu lado, no sinal de trânsito.

uruca de maio

. Eu tive que refazer um exame meio doloroso porque com o outro não deu pra ver nada.
. Mirco teve uma gengivite completamente inexplicável que durou exatamente 24 horas.
. A mãe do Mirco caiu da árvore (don’t ask) e quebrou o punho. Provavelmente vai ter que operar.
. O pai do Ettore teve uma recaída de dor da cirurgia no punho do mês passado e voltou a fazer fisioterapia e aplicação de gelo.
. A avó do Mirco está com uma conjuntivite seriíssima. Nos dois olhos.
. A irmã do Mirco bateu com o carro em um tram em Rotterdam.
. Demo está com dor de ouvido.
. Virgola teve que arrancar três dentes que estavam infeccionados.

Até agora só quem está imune são Leguinho e Leo.

curtas

As notícias quentes da bota:

. O escândalo da pedofilia numa escola na periferia de Roma. Alguns alunos de uma creche começaram a fazer desenhos estranhos e contar histórias muito cabeludas. Os pais se reuniram, levaram os filhos a uma psicóloga, e chegaram à conclusão que as crianças vinham sofrendo abusos sexuais por parte de alguns professores, de uma inspetora e de um frentista de posto de gasolina. Mas como as crianças são muito pequenas e não foram encontrados sinais físicos de agressões, está tudo muito confuso ainda. Uma história definitivamente bizarra e horripilante.

. A visita do idiota do papa ao Brasil. Outro dia teve até um especial Porta a Porta com aquela múmia baba-ovo do Bruno Vespa transmitindo direto de São Paulo. Como sempre, na platéia e nas reportagens sobre a ação benéfica da igreja com as comunidades carentes, uma concentração de gente feia e vulgar difícil de encontrar em outros lugares do mundo.

. A idiotíssima marcha Family Day, organizada em Roma pelos partidos de direita, católicos e idiotas, e que vai acontecer agora no próximo sábado, pra protestar contra a possibilidade de que casais que vivem juntos mas não quiseram se casar tenham os mesmos direitos de casais casados. A chamada união civil não é reconhecida na Itália, e o atual governo, de esquerda, está tentando passar uma lei que mude essa palhaçada. Mas não, porque o papa diz que é feio, que isso é uma ameaça à instituição “família”, que família de verdade é só a que se casa na igreja, com a noiva virgem de branco e pagando caríssimo pra conseguir uma igreja legal, que a culpa desse mundo horrível de hoje é dessa gente pagã que não se casa na igreja. Mavaffanculo tu e chi ti ha parturito, testa di cazzo che non sei altro.

. O vizinho de baixo, o tal marechal, finalmente terminou o gramado. Plantou uma oliveira jovem (porque as centenárias chegam a custar milhares de euros), rosas, cerca-viva. Até aí tudo bem. Mas ele botou anões no jardim. A-NÕES-NO-JAR-DIM. E um gazebo. GAZEBO!!!

. Outras duas pessoas se mandaram lá do trabalho. Um é o Stefano, gráfico, que um dia apareceu lá embaixo pra dar tchau e jogou a notícia-bomba pra mim e pra Christine: estou me mandando, daqui a pouco a vossa hora também vai chegar! A outra foi a garota que devia substituir a Roberta, também na parte de gráfica, que ficou tão pouco tempo que nem deu pra eu descobrir como se chamava. Christine já pediu demissão e trabalha só até o final do mês.

. De vez em quando me dá uma vontade hedionda de comer pão careca da Eldorado com requeijão e presunto. Mas aí eu como piadina com scamorza e speck e passa logo… ; )

. Também anda-se falando muito das eleições na França, e depois que o Sarkozy ganhou passaram a falar das férias que homem está tirando no iate luxuosíssimo do seu amigo bilionário, em Malta. O problema é que ele tinha falado que ia fazer um retiro espiritual depois das eleições…

. O tempo anda lindo e voltei a correr.

não bom

Acordamos hoje de manhã, tomamos café, tudo normal. Na hora de sair de casa o Mirco pergunta: cadê a minha bolsa? Catamos em tudo que é lugar e nada do diabo da bolsa dele aparecer. Estava pendurada no gancho-cachorro em frente à porta, logo deduzimos que fora roubada. Ele desceu pra dar uma última conferida pra ver se não tinha esquecido no carro, e acha a bolsa pendurada na grade do vizinho do andar térreo, o marechal dos Carabinieri. Tiveram a delicadeza de deixar a carteira com os documentos e o cartão de crédito, mas levaram todo o dinheiro, que felizmente não era muito, inclusive as moedas, a máquina fotográfica, cujo visor subiu no telhado há uma semana, e o Palm. Não tocaram a minha bolsa, o que é estranho, mas levaram o .mp3 player e um anel de prata sem valor, que estavam na bancada da cozinha.

Pensamos que tenha acontecido assim: algum morador idiota deixou a porta da frente aberta, a criatura entrou no prédio, subiu até o primeiro andar (o nosso), passou pela janela do andar, que por enigmáticas questões urbanísticas não pode ser fechada com vidro e é um buraco aberto, subiu no telhadinho que cobre a porta de entrada do prédio, que fica na mesma altura da minha varanda, pulou por cima da grade da nossa varanda, tendo o cuidado de não derrubar a jardineira de aipo, forçou a persiana da porta da sala e entrou em casa. Deve ter dado um spray narcótico no nosso nariz, porque o Mirco dorme como uma pedra mas eu tenho sono leve e teria ouvido alguém catando coisas dentro de casa.

Nada sério, até porque tudo estava no seguro e já meio velho mesmo, mas, cacete, a idéia de que algum estranho entrou na sua casa enquanto você tava lá, de pijaminha do Amor Perfeito, babando no travesseiro e sonhando com as barras de chocolate meio amargo da Perugina é MUITO assustadora. Agora vamos ter que viver enfurnados com os vidros fechados, porque só a persiana não dá. O detalhe é que já tinha tido outro furto parecido numa casa aqui em frente, há algumas semanas. Entraram na casa enquanto o dono tinha saído pra fazer compras pro almoço; quando voltou viu que tinha sido roubado.

Nem vou reclamar, porque roubo a mão armada é coisa muito rara por aqui, e é aí que a coisa pega. Então vamos tentar esquecer esse episódio e curtir a máquina fotográfica nova, yay!

notícias da bota

Os assuntos que andam monopolizando a imprensa botense nos últimos dias são todos horríveis. Um é o número altíssimo das chamadas “mortes brancas”, mortes em acidentes no trabalho. Como em muitas outras estatísticas importantes, nesse quesito a Itália também é lanterninha na Europa. E estranhamente a Umbria é a região com mais alta incidência de acidentes de trabalho, pior do que a Campania (a região onde fica Nápolis). Ontem, em pleno feriado, dois operários que estavam montando a iluminação da igreja pra festa do santo daquele bairro caíram do guindaste. Ou melhor: caiu a “cesta” onde eles estavam trabalhando, matando duas mulheres, sogra e nora, que estavam saindo da igreja depois da missa e ferindo mais duas ou três pessoas. Há pouco tempo morreu um velho de mais de 70 anos, sempre em Nápolis, que estava trabalhando “in nero” (sem carteira assinada) em um andaime, pintando uma parede. Caiu, morreu, e quando a polícia chegou não tinha uma alma viva na rua – todo mundo com medo de se envolver na história.

Outra notícia desagradável é a falta de chuva no país durante o mês de abril, que normalmente é bem chuvoso. Já estão dando o alarme de estiagem desde agora, porque a previsão é de um verão horrendamente quente, como o de 2003, e sem água a coisa se complica mais ainda. Ontem deu uma chuvidinha muito chulé, mas os riachos continuam secos e o risco de blecaute em pleno verão, quando todo mundo vai estar com ventiladores e aparelhos de ar condicionado ligados, é alto.

Mas o horror dos horrores foi mesmo a morte de uma garota no metrô de Roma. Ela morava na periferia e estava indo trabalhar numa sorveteria no centro quando foi agredida por duas romenas enquanto descia do vagão. Uma das romenas estava com um guarda-chuva na mão, que usou pra bater na garota. E, pasmem, um dos, cacete, como se chama, um dos arames do guarda-chuva entrou no olho da menina, que morreu depois de uns dois dias de coma e várias cirurgias. O circuito interno de vídeo do metrô permitiu a identificação das duas romenas, prostitutas, que àquela altura já estavam na região de Marche, aqui perto. Estavam escondidas num mix de barraco e galinheiro, mas um vizinho viu, as reconheceu e chamou a polícia. A que efetivamente agrediu a garota tem dois filhos pequenos na Romênia, e a outra é menor de idade.

Por último houve a condenação de Annamaria Franzoni, acusada de matar o filho Samuele em um chalé em Cogne, lá no fim do mundo, no meio das montanhas no norte da Itália. O crime aconteceu há cinco anos, e há cinco anos o assunto toda hora aparece na televisão, em livros, em revistas. Porque a casa era superisolada e pelos cálculos da polícia ninguém teria tido tempo de entrar, matar o garoto com um objeto que nunca foi encontrado e sair de casa sem ser visto no curto período de tempo que a mãe levou pra acompanhar o filho maior até o ponto de ônibus, pertinho da casa. O crime ficou conhecido como “il delitto di Cogne” e quando saiu a sentença essa semana – 16 anos de prisão pra mãe, ainda que as provas sejam mais exclusivas do que inclusivas: não pode ter sido mais ninguém, só tinha a mãe em casa, foi a mãe – o país parou. Eu não sei nem o que dizer, não tenho opinião formada, porque é uma história muito bizarra. Ainda mais porque logo depois da morte do garoto a Franzoni anunciou na televisão que ela e o marido pretendiam ter outro filho, o que realmente aconteceu. Houve uma série de erros da polícia e da perícia, e todas as provas do caso são muito estranhas e suspeitas. Foram chamados técnicos de outros países pra dar pitaco, mas aparentemente a confusão era tanta que não se chegou a nenhuma conclusão definitiva. A impressão que todo mundo tem é que nunca ninguém vai saber o que realmente aconteceu. Tipo o ataque epilético do Ronaldo na Copa, lembram.

O lance é que eu não canso da casa nova.

Primeiro porque, como eu já disse, minha cozinha é a mais linda do mundo. Segundo porque tudo ficou de uma praticidade incrível. A única coisa que dá trabalho é o chão, porque é claro, mas todo o resto é simplérrimo de limpar. Levo uns 30 segundos pra tirar o pó porque as superfícies visíveis são poucas: fechamos tudo o que foi possível em armários, de modo que não preciso tirar nada do lugar pra passar o pano. Nada de objetinhos, bibelôs, porta-retratos. Todas as coisas desse tipo estão na estante, fechada com portas de vidro. E como os móveis são todos brancos, posso me dar ao luxo de tirar o pó menos freqüentemente, já que não dá pra ver mesmo : P

Outra coisa é que apesar de estarmos em uma zona calma, cheia de casas, estamos ao mesmo tempo perto do centro: basta seguir até o final da rua pra chegar ao Percorso Verde, uma área de parque às margens do riacho Chiascio, e que chega até a Santa Maria degli Angeli. Atravessando o parque na sua parte mais estreita – que é ridiculamente estreita já que o riacho é microscópico – eu chego à praça dos correios em cinco minutos de bicicleta. E dali basta subir umas escadas pra chegar na praça principal de Bastia, onde ficam meu contador, o cinema e a Coop. Show.

Foi até bom terem me tirado as aulas da noite (chegou outra professora, a Kate, que obviamente não pedia 23 euros por hora como eu), porque chego em casa cedo, dá tempo de dar uma limpada rápida em casa, de fazer compras e de cozinhar um jantar decente. Estou adorando.

hm

Salada é uma comida chata, vocês sabem, né. Bonitinha de olhar, mas chata de comer, e mais chata ainda de preparar. Porque lavar alface é uma das coisas mais chatas que há pra se fazer na cozinha, mais até do que lavar louça ou catar arroz.

Em condições normais de temperatura e pressão, um pensamento do tipo “ah, que vontade de comer uma saladinha esperta” jamais cruza a minha cabeça, e acredito que não sou a única. Salada é a clássica coisa que a gente come porque tem, ou porque é preciso comer vitaminas, mas eu não conheço ninguém lúcido que tenha dito “hm, tô com desejo de tomate cru”. No Brasil normalmente neguinho não pede salada no restaurante, pelo menos até onde eu sei; eu, em particular, não pediria salada quando como fora nem que Darwin em pessoa saísse da sua tumba e me implorasse. Vitaminas obrigatórias eu como em casa, oras, quando janto fora quero comer coisas engordativas e complexas que em casa não tenho coragem pra fazer.

Aqui não. Aqui as pessoas realmente gostam de salada. Quando trabalhava com o Fabrizio o Louco ele às vezes deixava uma cestinha com tomates-cereja em cima do balcão, no verão, pras pessoas comerem junto com os queijos e salames que ele vendia. E AS PESSOAS COMIAM VOLUNTARIAMENTE, INCLUSIVE CRIANÇAS. Duvido que algum de vocês já tenha visto uma criança pescando um tomate-cereja de uma cesta e levando-o à boca, mastigando-o, e PEGANDO OUTRO DEPOIS. Duvido.

Mas como eu tava dizendo, aqui as pessoas gostam de salada. Ficam chateadas quando viajam e não encontram a saladinha gostosinha que eles têm aqui, com radicchio e tipos diferentes de alface, os famosos tomates italianos, pepino, funcho, rúcola, aipo e outras delícias vegetais. Quando comem um belo bife na chapa eles sentem falta não das batatas ou do arroz ou da farofa, mas da salada. Eu até hoje acho isso tudo muito estranho, porque todo mundo sabe que qualquer coisa com amido é o melhor amigo da carne, mas tudo bem, cada louco com a sua mania. Eu particularmente prefiro comer minha clorofila cozida ou grelhada: abobrinha e berinjela na grelha são realmente gostosas, espinafre refogado dá bem pro gasto, brócolis com alho e óleo é passável, cebola no forno com farinha de rosca polvilhada por cima é MUITO bom. Mas não me venham com saladinha que eu saio correndo.

Só que às vezes a gente tem que fazer uma escolha racional, né. Quinta-feira, quando fui a Perugia pra uma consulta médica que me fez esperar duas horas e meia lendo Dawkins nos jardins do hospital e me deixou morrendo de fome (porque o hospital é imenso e você anda, anda, anda e não acha nunca o que está procurando – a magia das placas que desaparecem não está restrita à sinalização das estradas), passei em frente à sorveteria Augusta Perusia, perto da Stranieri. E lembrei do sorvete hediondamente perfeito que eles fazem. Aquele chocolate quase preto, o Kinder com pedaços de ovo Kinder, o de nozes, o de avelãs (notem que a palavra “fruta”, no meu dicionário, jamais está relacionada a sabores de sorvete). Então tomei uma decisão: vou almoçar salada, vou fazer esse sacrifício hercúleo, pra poder tomar o maldito sorvete da Perusia sem querer me matar de remorso depois.

Fui ao Tutto al Testo, no corso Garibaldi, a ladeira ao lado da Stranieri. Tinha comido lá há muitos anos com Silvio e Sabine, quando ainda estudava italiano, e sei que eles fazem uma torta al testo com lingüiça que é o ó, além de crepes com uma farinha escura, de trigo sarraceno. E lembrei que uma vez comi uma saladona lá que até que deu pro gasto. Então fui, sentei, pulei, quase chorando, as páginas do menu que se referiam aos crepes, e fui pras saladas. A que eu tinha comido anos antes tinha batata cozida, atum e feijão branco, mas dessa vez fui de alface e radicchio com peito de frango, queijo emmenthal e amêndoas (tinha aipo também, mas aipo não rola). Normalmente como salada sem tempero porque vinagre me faz vomitar e eu acabo não usando nem azeite ou sal, mas dessa vez achei que era o momento de inovar: um fio de azeite (porque aqui até azeite tabajara é bom), sal e pimenta-do-reino, pena que já moída. Meia fatia do maldito pão umbro sem sal, pra enganar o estômago, e pronto. Bati o pratão de salada, tomei um suco de laranja e saí correndo antes que a torta com lingüiça do casal na mesa ao lado começasse a me chamar e eu mudasse de idéia.

O sorvete de duas bolas, chocolate e vinho marsala e pedaços de chocolate ficou muito, mas muito mais gostoso depois do meu sacrifício vegetal…

um pedaço da cozinha

O balcão cinza-escuro o Mirco fez usando tábuas de alumínio que servem pra fazer as laterais dos caminhões. Antes que alguém pergunte, o negócio pra botar as garrafas de vinho é da IKEA. A cozinha é Lube.